Mahabhatara, Vyasa- Angkor
Li no El Pais que o fotógrafo famoso -que foi (e é)- Cartier-Bresson era um budista Zen. E que para ele a fotografia era como um diário em que fixava o mundo que via, o instante, com certeza.
E interessava-o o olhar -de olhos bem abertos e atentos na contemplação do real- tão absorto e generoso que tornava invisível a sua presença fazendo ressaltar sim o observado, traduzindo a soberania de cada vida e do mundo real.
O mundo continuava no seu olhar.
Descobri um livrinho sobre o budismo na colecção Que
sais-je. Sobre o esoterismo, para ser mais precisa, mas tinha um pequeno capítulo dedicado ao budismo.
E ali fui dar com uma história tirada do Mahabhatara. Ouvira
falar deste Mahabhatara mas não sabia mais nada. A internet é uma grande ajuda
nestes casos. Fiquei a saber que o Mahabhatara é uma das duas grandes
narrativas épicas do sânscrito, sendo a outra o livro Rayanara.
Interessa-me o Mahabharat porque foi lá que descobri a história que quero contar.
Trata-se de um romance guerreiro, de aventuras, de peripécias, sobre aquele a quem chamavam Dharmaraja: "o rei que é justo" e "respeita a dharma "(a lei).
Como não conheço a obra, não vou falar
dela mas deixo este apontamento maravilhoso: o amor por um cão! O que não é de espantar pois era desse amor aos seres da natureza que falava o Boudha quando dizia: “quero que todos os seres
(não fala dos homens exclusivamente…) sejam felizes”.
Trata-se de um romance guerreiro, de aventuras, de peripécias, sobre aquele a quem chamavam Dharmaraja: "o rei que é justo" e "respeita a dharma "(a lei).
o meu Boudha, o Bem-aventurado
No
final desse romance, no epílogo, o herói – o piedoso príncipe, que se chamava
Youdhisthira- recusa-se a entrar no paraíso se o seu cão não puder entrar com
ele.
Fiquei
a saber um poucochinho mais sobre o Budismo e sobre as suas quatro verdades: "a universalidade da dor; a ignorância do
Dharma (a Lei); a obrigação de cessar a dor e, finalmente, a supressão da
ignorância."
Porque a causa da dor é a ignorância.
E como acabar com a dor?
Porque a causa da dor é a ignorância.
E como acabar com a dor?
“Perseguindo-a na sua causa. A origem dela é a acção, que nasce do desejo, que
por sua vez, vem da ignorância. A
ignorância traz o seu cortejo de “males” : a indiferença, a inconsciência e a
preguiça…"
E
como fazê-lo?
Pela consciência. Uma consciência acordada, sempre desperta!
Pelo conhecimento.
Pelo trabalho sobre nós mesmos para a perfeição "possível". Uma certa forma de ascetismo sem dúvida...
Mas nem todos somos Budas, nem Mestres. Como fazer, então?
Boudha pensou nisso e, no budismo, há uma "via média" para os comuns mortais...
Pela consciência. Uma consciência acordada, sempre desperta!
Pelo conhecimento.
Pelo trabalho sobre nós mesmos para a perfeição "possível". Uma certa forma de ascetismo sem dúvida...
Mas nem todos somos Budas, nem Mestres. Como fazer, então?
Boudha pensou nisso e, no budismo, há uma "via média" para os comuns mortais...
O essencial é procurar uma
exigência intelectual sem falhas que possa controlar os nosso actos. Nós somos os nossos actos!
É-se
superior pelas actos que se realizam e não pelo nascimento, era um dos pensamentos budistas. "Os seres são os
herdeiros dos seus actos”, máxima budista.
Mahabhatara Pandu Shoots, the ascetic Kindama
O que vem dar ao que escreveu o Rabbi Nahman de Breslav. Também para ele, tudo depende de nós, da nossa vontade e perseverança. “Tu fazes o que queres, e
não fazes o que não queres”…
"O que procuras tu, afinal, Maria João, no budismo?", pergunto a mim mesma. Bem, o poder de contemplar e... de saber mais. Gosto de saber! De ter os olhos abertos e estar acordada!
E Boudha significa “acordar". A finalidade desse trabalho é a “gnose”: o conhecimento. O "nirvana" é atingir o conhecimento. Por isso, deitemos para trás a ignorância!
E outra coisa importante: se eu fosse o príncipe desta história, faria como ele. O Nirvana? Sim, mas com o meu cão! Ele era curioso de natureza e procurou sempre o conhecimento.
E Boudha significa “acordar". A finalidade desse trabalho é a “gnose”: o conhecimento. O "nirvana" é atingir o conhecimento. Por isso, deitemos para trás a ignorância!
Zac, a olhar, na varanda do Hotel Yamit
Zac, na Kikar Atarim
“L’ Esoterisme”, PUF, Que sais-je, pgs.69-71
(*) "De um lado da tradição está o Xintoísmo, a
religião indígena do Japão, e do outro lado, o Budismo, uma religião hindou que
chegou ao Japão entre os séculos VI e VII D.C. vinda da Coreia e da China. Ao
longo da enorme história japonesa, têm sido estas duas religiões que mais
contribuíram para que os japoneses se compreendessem a si próprios e ao mundo a que
pertencem.
(...) A
visão do mundo para o Xintoísta é fundamentalmente brilhante e optimista, e, assim, nada mais apropriado do que ter como sua principal divindade, uma deusa do
sol.
(…) Religião datada de metade do primeiro milénio antes de Cristo, vai até aproximadamente ao século VI D.C., existia uma grande mistura de devoções à natureza.~
Depois deste período, os japoneses tiveram um contacto maior e uma influência mais rápida da civilização continental.
Na verdade, os antigos japoneses
encaravam a religião com tanta naturalidade que não tinham sequer um termo para
defini-la. A palavra Xinto ou "O caminho do kami (deuses ou
espíritos)", veio a ser usada apenas após o século VI, quando os japoneses
procuraram distinguir sua própria tradição das religiões estrangeiras que foram
encontrando pela frente, como o Budismo e o Confucionismo. Assim, em sua
origem, o Xintoísmo era a religião das pessoas ainda não contaminadas pelo
ocidente e que, acima de tudo, eram sensíveis às forças espirituais espalhadas
pela natureza em que viviam.
(…) Religião datada de metade do primeiro milénio antes de Cristo, vai até aproximadamente ao século VI D.C., existia uma grande mistura de devoções à natureza.~
Depois deste período, os japoneses tiveram um contacto maior e uma influência mais rápida da civilização continental.
Como
mostra uma crónica antiga: no mundo destas pessoas, inúmeros espíritos
brilhavam como vagalumes e todas as
árvores e arbustos eram capazes de falar.
Quando
o Budismo entrou no Japão no século VI D.C., ela ja era uma religião
mundialmente conhecida com uma história de mais de 1000 anos de idade. A forma
de Budismo que predominou no Japão desde o início é conhecida como Mahayana." (wikipedia)
Já li algumas coisas (poucas) sobre o Budismo e agrada-me a sua filosofia...
ResponderEliminarO Zac era lindo!... E tinha um olhar muito dócil.
Ainda esta semana sou capaz de ter um cachorrinho...:))
Um beijinho.:)
Gostei imenso do seu post!
ResponderEliminarGosto de ler sobre o tema, que me interessa. Tenho alguns livros sobre budismo e os meus pequenos Budas.
Um beijinho grande e boa semana:)
Já li algumas coisa. Há um livro de Mircea Eliade: "Tratado das Religiões" que explica bem e faz uma análise histórica.
ResponderEliminarSobre o budismo há cá por casa bastantes livros pois tenho cá um fervoroso budista. :))
Beijinho. :))
Gosto da filosofia budista, muito mais intelectual que a de outras religiões. Queria vir aqui com tempo, coisa de que ando escassa, sobretudo enquanto não cheguar o inverno. Achei piada a essa mistura Buda-Zac, és um caso...
ResponderEliminarUma boa noite, felizes sonhos!
Excelente. Um particular: o Zac manda-me todos os dias conselhos "budistas". Lá onde está, ele não esqueceu nada nem ninguém!
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