quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Quem tem medo de Patricia Highsmith? "Strangers on a train" (Pacto Sinistro), de Hitchkock" ou "O amigo americano", de Wim Wenders

"O amigo americano", de Wim Wenders:








































Patricia Highsmith




















"O Talentoso Mr. Ripley", de Antonio Minghella:

















"O jogo de Ripley", de Liliana Cavani:



Patricia Highsmith (Mary Patricia Langman) nasce em 19 de Janeiro de 1921, em Forte Worth, Texas, U.S.A, e morre a 4 de Fevereiro de 1995, em Lugarno, Suíça.


O seu nome aparece associado a uma série de filmes de suspense, ou thrillers psicológicos onde o "mal" está à vontade...

"Strangers on a train" (Pacto Sinistro), de Alfred Hitchcock (1950):





"O que acontece quando dois desconhecidos se encontram num comboio e planeiam dois assassínios - mas um só é que sabe que não é apenas uma brincadeira?"















O tema é de Patricia Highsmith, a realização é de Alfred Hitchkock, o filme chama-se "Pacto Sinistro". A mistura é explosiva... O suspense é de regra.

Wim Wenders escolhe "o amigo americano": Dois homens, Tom, um americano, (no filme,)e Jonathan, um alemão, (Bruno Ganz), conhecem-se num leilão de obras de arte. Jonathan, que tem leucemia e sabe que vai morrer ...
"O sol por testemunha", de Réné CLément:




Outros filmes tirados dos livros de Patricia Highsmith e adaptados ao cinema foram, atmbém, : "O Sol por Testemunha" ("Plein Soleil"), de René Clément (1960), com os actores Marie Laforêt, Alain Delon e Maurice Ronet;

"O talentoso Mr. Ripley" (The talented Mr. Ripley), de Antonio Minghella, com Matt Damon, Gwyneth Paltrow e o talentoso Philip Seymour Hoffman;
"O Jogo de Ripley" (Ripley's Game) com outro grande actor, John Malkovitch (2002), realizado pela italiana Liliana Cavani.
... etc.

Patricia Highsmith é, segundo Graham Greene, (grande escritor que não se pode considerar "suave") o "poeta da apreensão", mais do que do medo. Porque com o medo a gente se acostuma, mas apreensão significa constante tensão, alfinetadas intermitentes de que não se pode escapar....

Novelista e contadora de histórias mais conhecida pelos seus thrillers psicológicos, onde mergulha na natureza da culpa, da inocência, do bem e do mal. Arquitecta de actos criminosos gratuitos impunes, impõe-se alterando a lógica do mundo e dos livros de suspense.
Laureada pelo Barnard College, com estudos em Grego, Latim e Inglês, depois, na Universidade de Colombia(1942), viaja pela Europa em 1949. Em 1963 decide ir viver para França, e, a seguir, em Itália e na Suíça.
Depois da publicação do livro “Strangers on a train” (1950), e da apresentação do filme do mesmo nome, em 1951 (filme de Alfred Hitchcock 1951), foi considerada um mestre da novela do tipo “ ameaça psicológica”.
A novela de Highsmith fala de dois homens –um psicopata e um arquitecto- que se encontram num comboio e “trocam” assassínios.
Diz ela: "Qualquer pessoa pode assassinar. Puras circunstâncias e nada a ver com temperamento! As pessoas podem ir muito longe – basta uma pequena coisa para os empurrar para o abismo. Qualquer pessoa. Até a sua avó! Eu sei...”
Escreve mais de 20 romances sendo os mais conhecidos os que apresentam como herói Tom Ripley.


Outras histórias policiais como “The Talented Mister Ripley" (1955) são adaptadas ao cinema, "Ripley's Game" (1974), "The Boy Who Followed Ripley" (1980), e "Ripley Under Water" -Águas Profundas- (1991).
É também autora de uma novela não-policial: The Price of Salt publicada sob o pseudónimo de Claire Morgan, história até certo ponto autobiográfica.

"O rapaz que seguiu Ripley"









Li muitos livros de Patricia Highsmith. Para definir a sua literatura, escolheria uma série de adjectivos (quem diz que o adjectivo não é necessário?) Perversa? Amoral? Implacável? Chocante?
Nos seus romances perpassa o mal como um arrepio que nos sobe pela espinha e nos deixa gelados.
Ripley –o herói da maior parte dos seus romances, aliás, anti-herói, –ou, antes, não-herói, ou herói satânico, o herói ao negativo, como película negra de uma fotografia não imprimida – é uma personagem que nos prende e surpreende desde o início. Que nos atrai e que nos causa repulsa.

Onde está o bem e o mal?
Quem é Ripley?
É o perverso, o amoral comerciante de arte que inventa um “golpe de génio”: um pintor que pinta, que tem sucesso e morre. (Como morre?) Os seus quadros são procurados, mas quase não existem. Os preços sobem. E, de repente, gota a gota, novos quadros aparecem. Alguém ganha com isso: Tom Ripley. E a história continua...
è, também, o tal comerciante de quadros, pessoa culta, elegante, um dândi moderno, um hedonista, com casas magníficas cheias de pinturas boas e de objectos de arte valiosos, que vive –aparentemente- uma vida normal, que ora convive, ora se ausenta. Que se isola e se esconde.


Tem, porém, uma vida “underground", ("Ripley Under Ground")desconhecida. Ou uma cave, um sítio underground, onde guarda coisas secretas. Aquilo que não deve?
Tudo hipóteses cuja solução está nos seus livros... Basta lê-los: e vale a pena!
Horríveis, terríficos, impiedosos, implacáveis, sarcásticos, cheios de humor, inesperados, bem escritos, inesquecíveis!
E humanos: sim, ela também sabe ser humana... O reverso da medalha: a história do “amigo americano” (filme de...). História de um homem que assina um “contrato” que lhe vai dar a possibilidade -a ele, condenado pela doença- de deixar uma fortuna à jovem mulher e ao filho. História de amor, de amizade, de sacrifício.
Terrível...
Outros contos cuja leitura vos aconselho: “O observador de caracóis e outros contos”, publicado pela Teorema há muitos anos.
Humor negro, finais que surpreendem, terríveis.
Enfim, ela é mesmo terrível!

1 comentário:

  1. Publicação maravilhosa. Não há como ter medo de Patricia Highsmith, as obras dela são simplesmente fantásticas!
    Parabéns pelo blog!

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