quarta-feira, 16 de junho de 2010

Para Moscovo!


PARA MOSCOVO!

FESTA ITALIANA: MOSCOW art: Luca Valerio D'Amico


Lembram-se da frase da peça de Tchekhov, “As Três Irmãs”, uma das peças mais tristes e mais desiludidas deste autor?


Acaba exactamente com esta frase, este desabafo das irmãs, o desejo de partir, sair daquela cidade de província, ir embora para Moscovo!

”Para Moscovo!”

Mas desta vez não se trata de Tchekhov, nem de uma história triste; muito pelo contrário: o meu amigo Luca Valerio vai participar numa exposição em Moscovo, num dos sítios “in” desta cidade louca de luxo e de pobreza, de doçura e de violência, de dureza...

O meu amigo Luca é um amigo do Facebook, mas é ainda "mais amigo" por uma razão bem importante!

É filho da Minha amiga Enrica, a italiana com os olhos do azul mais bonito que conheço!

Tem origens brasileiras, em Teresópolis, diz, e fala o italiano mais cantado e mais doce que já ouvi na vida...

A Enrica é minha amiga há muitos anos e, juntas, ainda hoje nos rimos de muitas coisas, quando volto a Roma. O seu riso é comunicativo, nunca conseguimos deixar de rir, mesmo quando falamos de problemas.

Longe, pelos emails continuamos a conversa em “do sostenuto” (?), a escrever sobre as coisas da vida e a continuar a rir do que acontece, a tentar “ver positivo”, como ela insiste sempre!

Contra os pessimismos, o masoquismo dos outros, é este o nosso lema:

“Se pudermos estar bem, para que havemos de estar mal?!”

É uma filosofia como outra qualquer para contrabalançar as agruras do momento que passa, do trabalho, das preocupações que vão ou vêm, as duas cúmplices, ela com a sua ironia suave, o seu sentido do humor um pouco negro mas divertido, às vezes cáustico, mas nunca com maldade...

E eu a segui-la, divertida...

E lá vêm as histórias do cão Elliot (que imagino sempre como um louco “fox terrier” vestido de Inverno com a sua capinha escocesa). E da Pìcchia, a gata siamesa, que dorme na cama deles, em cima dos pés do marido, um santo homem...

Acabamos sempre a dizer: “Ma che te lo dico à fà?!” O que (mal traduzido) será um pouco: “Mas para que te estou a dizer isto?...”, subentendendo que “a outra já sabe”...

Bem , mas eu queria era falar do Luca! Dos quadros do Luca.

O Luca é um artista, pintor e gráfico. Viveu na Suécia, lutou corajosamente, contra o frio, a neve, a distância dos suecos, e veio cheio de ideias, que pôs em prática, em Roma.



O Luca é um artista, pintor, gráfico. Viveu na Suécia, lutou corajosamente, lutando contra o frio, a neve, a distância dos suecos, e veio cheio de ideias, que pôs em prática.

Hoje o caminho é “para Moscovo”!

A Enrica escreveu-me há dias um email em que me contava tudo:

“Il 22 giugno Luca parte per Mosca (rimane una settimana) dove il 24 ha una expo. "Festa italiana" è il titolo della serata in un locale molto esclusivo e lui è il protagonista, con i suoi quadri, naturalmente. Della serie "Incredibile ma vero".

E comentava, filosoficamente:

"Come dicevano i latini: "Nemo profeta in patria"...

Sim, “ninguém é profeta na sua terra”...

“A Mosca!”, como exclamavam as três irmãs... Para Moscovo!

Boa sorte...

A Mosca, e Buona fortuna, Luca!

4 comentários:

  1. Olá.

    O Luca vai concerteza ter boa sorte com esta excelente,eu diria,madrinha.

    Tenho,no trepadeira,um convite,também e sobretudo,para os amigos.

    Saudações cordiais,

    mário

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  2. Espero que sim...Vou ver o seu convite.
    Abraço

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  3. Luca!

    Un bacccccccione grande-grande dal Brasile.
    In bocca lupo!

    Sono molto fiera di conoscerti.

    ml

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  4. Obrigada, Maria Lucia, por ter vindo até aqui... In bocca al lupo, lo spero anch'io...
    M.J

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