domingo, 15 de agosto de 2010

Morreu Bruno Cremer um dos rostos do comissário Maigret...



Quem não se lembra do inspector/ comissário Maigret?

Dos livros, claro, mais o seu criador (o gigantesco criador, no número de volumes que dedicou aos famosos "inquéritos"), George Simenon.


E do cinema...E da televisão...

Jean Gabin foi o primeiro de que me lembro, e, depois dele, tantos rostos se seguiram e o representaram...

Em França e em todo o mundo outros vieram: Jean Richard, os italianos (Gino Cervi...), os ingleses (Michael Gambon é um óptimo "exemplo" de Maigret...), etc.


Bruno Cremer foi um desses rostos, na televisão francesa, a seguir ao actor Jean Richard. Quem não o recorda, em "Um Crime na Holanda", por exemplo?
Foi mais um que “encarnou” a personagem famosa de Simenon: o humaníssimo comissário Maigret.

Grande actor. Inesquecível. Na classe, sobriedade da representação, inteligência, sensibilidade, estilo.

Morreu na semana passada. Tinha 80 anos.
Sim, foi um dos rostos simpáticos, mas sério, de Maigret. Sóbrio, talvez pouco comunicativo, era no entanto "um" Maigret convincente, na sua aparente dureza e grande afectividade (a de ambos, actor e personagem...)
Nasceu em 6 de Outubro de 1929 no Val-de-Marne, de mãe originária da Bélgica (como Simenon) e de pai francês. Morreu dia 7 de Agosto deste ano, num hospital parisiense.

Faz os estudos secundários, em Paris, e segue um Curso de teatro no Conservatório. Durante 10 anos, consagra-se ao teatro, representando Shakespeare, Anouilh e Oscar Wilde.

Em 1957, entrada no cinema, num filme de Yves Allégret, com Benard Blier, Edwige Feuillère e Alain Delon, "Quand la femme s'en mêle":

Mas é em 1964 com o filme de Pierre Schoendorffer “A 317ª Secção” –filme duro sobre a guerra da Indochina. Filme “corrosivo”, chamam-lhe, que mostra por dentro a batalha de Dien Bien Phu. Ao seu lado um jovem actor, torna-se mais tarde num actor célebre, Jacques Perrin.
Continua, com filmes sempre de nível, escolhido por bons realizadores:
Em 1966, com René Clément: "Paris já está a arder?" (Paris brûle-t-il?");

Em 1967, com Costa-Gavras, "Un homme de trop"; ( e, mais tarde, em 1975, "Section Spéciale")

Ainda em 1967, entra no filme de Bernard Blier, "Si j'étais un espion"
Em 1972, com Philippe Fourastié, entra no filme "La Bande à Bonnot", com Jacques Brel entre outros no elenco
Em 1978, aparece no filme de Claude Sautet, "Une histoire Simple", ao lado de Romy Schneider...



Pouco depois, em 1982, entra no filme de Yves Boisset, com Michel Piccoli e Lino Ventura, "Espion, lève-toi!"

E continuaria o rol, sem fim, dos filmes em que participou...

De 1992 (na Tv francesa Antenne 2, mais tarde France 2), inicia a série do comissário Maigret, cerca de 54 episódios de 90 minutos, até 2005.

Em 2000 sai a sua autobiografia “Un certain jeune homme” (éditions De Fallois), sobre a sua adolescência.


É com muita pena que sei que Bruno Cremer não voltará aos écrans... Vai fazer-me falta!

Procurem este site e encontrarão imensas informações sobre Bruno Cremer e os filmes em que participou. Está lá tudo!


http://cinetom.canalblog.com/archives/2010/08/09/18771370.html






1 comentário:

  1. Obrigada por este momento tão interessante, não obstante a notícia da morte de Cremer.
    Obrigada pela visita.

    ResponderEliminar