A solidão, de Jean-Jacques Henner
Dizem que o português é sombrio, melancólico, triste, saudoso, nostálgico...Os amigos espanhóis chamam-nos “os tristes do lado de lá...”; os italianos lembro-me que nos consideravam “holandeses do Sul” (para o bom e para o mau: sérios, honestos mas um pouco fechados...); os russos acham que somos “próximos” em qualquer coisa, talvez a nostalghia de que ambos os povos sofrem!
Os italianos achavam que éramos primos: ainda me lembro dos velhos concursos dos Jogos sem Fronteiras televisivos: “I nostri cugini portoghesi...” O que nunca chamavam a nenhum ootro país concorrente!
Não quero dizer mais do que sei, penso que há muita nostalgia, de facto, muita melancolia na nossa poesia de amor, um certo pessimismo...
Somos introvertidos, pouco expansivos, talvez desconfiados – ou será que não queremos mete-nos na vida dos outros e que não se metam também na nossa? - mas é tão fácil “abrirmo-nos”!
Basta um gesto, um sorriso, uma palavra, um pedido feito com delicadeza...
Basta um gesto, um sorriso, uma palavra, um pedido feito com delicadeza...
Aí vem o português espantado mas logo sorridente, sonhador e alegre...
Hoje mandaram-me este vídeo (a Isabel) e pensei que era justo que o pusesse aqui: o português quando gosta e quando o tratam “como gente”, com cultura a sério, reage com a sua sensibilidade aguda e a sua alegria.
Que maravilhosa ideia: os cantores líricos na Gare do Oriente!
No meio da solidão de cada um, calados no meio da multidão, lado a lado sem nos vermos, neste Natal que nos assusta a todos um pouco (ou muito), de repente a Música!
No meio da solidão de cada um, calados no meio da multidão, lado a lado sem nos vermos, neste Natal que nos assusta a todos um pouco (ou muito), de repente a Música!
Disto é que precisamos para “animar” a desgraça que por aí vai.
(Gare do Oriente, 16 de Novembro de 2011)
Maravilha.
ResponderEliminarAdorei ver e ler. Ficou completo.
Beijinhos
Bravíssimo...lindo, de arrepiar Falcão.
ResponderEliminarbjs de nós 5.
E faz tanta falta a cumplicidade, o olhar do outro, a alegria!
ResponderEliminarBeijinhos e saudades
Maravilhoso, maravilhoso, maravilhoso este acordar, obrigada!
ResponderEliminarTenho pena de não ter estado nesse momento na estação do Oriente!
Quanto às ideias expressas um dia destes coloco um que entra em diálogo com este.
Agradeço também à Isabel.
Beijinho! :))
Era isso que abriria o caminho para a esperada revolução!
ResponderEliminarRevolução de modos: as pessoas libertadas das cadeias que as não deixam ser o que podem ser.
Tudo na rua: a cantar, a dançar, a musicar, a falar, a comunicar com o outro!
Um novo Portugal -ou o verdadeiro Portugal-,que enterrasse os bolorentos que nos dão cabo da vida!
Comunicar! Partilhar! MUDAR!
Nao gosto nada das generalizaçoes, sou das que pensam que há de tudo em todas partes, mas nao há dúvida de que há uns certos matizes colectivos, que sem dúvida sao contagiosos.
ResponderEliminarQuando cheguei a Espanha aprendi a ser mais aberta, a cultivar o bom humor, e a ser mais simples e positiva. O facto de que toda a gente se trata de tu é fantástico, é de mau gôsto qeixar-se, trabalha-se para viver, e nao ao contrário. Estou-te a falar da parte do mediterrâneo e da Andaluzia, que é onde vivi sempre, e o clima tao alegre tambem tem muito que ver.
Feliz estância no teu Alentejo, compreendo muito bem o que estás a sentir.
Um beijinho
Importante é "poder" comunicar: ver o olhar do outro, claro, o sorriso que te olha sem te censurar,o ar positivo!
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