sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Recordar um espírito de união : o escritor Abdelwahab Meddeb.

No jornal Le Monde de dia 11, recordam Abdelwahab Meddeb que morreu no dia 6 deste mês, em Paris, onde vivia há muitos anos. 


 Nascido em 17 de Janeiro, em Túnis, poeta, romancista e ensaísta, foi igualmente tradutor e professor de 'Literatura Comparada' na Universidade de Nanterre –e, também, em Yale, em Florença e Genebra. É uma das figuras importantes da cultura franco-tunisina contemporâneas. 
Abdelwahab Meddeb, in Le Monde


Deixa uma vasta obra ligada aos grandes movimentos da "mundialidade cultural", ou da "união" das culturas.


Em 2013, foi publicada uma obra exemplar (e enciclopédica), escrita por Meddeb em conjunto com o filósofo, judeu, de origem argelina, Benjamin Stora. Intitula-se “Histoires des relations entre juifs et musulmans des origines à nos jours (Albin Michel). Há mais coisas a unir do que a separar, no entanto tão desgarrados e afastados andam judeus e muçulmanos...

Benjamin Stora

Preocupado com os “desvios” do Islão, escreveu vários livros falando com grande isenção e rigor do problema: “La maladie de l’Islam" (Seuil, 2002); “Islam, la part de l’universel" (2006); “Sortir de la malédiction d’Islam, entre civilization et barbárie" (Seuil, 2008).

Abdelwahab Meddeb

Recebeu vários prémios pela sua obra, entre outros o 'Prémio François Mauriac', em 2002, o 'Prémio Max-Jacob', em 2002 e, em 2010, partilha o 'Prémio Doha', com o escritor francês, originário da Martinica, Edouard Glissant (*), recentemente desaparecido também.

Edouard Glissant

Desde 1997, até à data da sua morte,  animou um programa na France-Culture, "Cultures d'Islam".

Num tempo de intolerância e de partidarismos "fanáticos", fazia falta esta voz que se calou...



(*) Édouard Glissant nasceu em Sainte-Marie, Martinica, no dia 21 de Setembro de 1928 - morreu em Paris, em 3 de Fevereiro de 2011. Foi um escritor, poeta, romancista, teatrólogo e ensaísta francês.

3 comentários:

  1. Maria João,
    Não conheço. Nunca li nada dele mas vou procurar.
    Obrigada pela partilha.
    Beijinho. :))

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  2. Não consigo aceitar algum sentido nas guerras, onde todos sempre perdem.

    Um beijinho grande e um bom fim-de-semana:)

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  3. Cada vez escasseiam mais as mentes abertas e conciliadoras de grande talento capazes de melhorar o mundo, que cada vez tem problemas mais extremos. Li sobre ele e a sua morte no El País. Fazes muito bem em homenageá-lo.
    Feliz domingo, beijinho

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