domingo, 10 de março de 2013

E TUDO O VENTO LEVOU...



E TUDO O VENTO LEVOU, MAS OS SENTIMENTOS FICAM...

Ando a ver (ou a rever? É impossível não o ter visto...) um filme premiadíssimo (8 oscars)  que desde sempre teve um sucesso de bilheteira enorme, “Gone With de Wind”, de Victor Fleming. 

Em Portugal, chamou-se “E tudo o vento levou” e, no Brasil, “E o vento levou...”.


Assinado por Victor Fleming, um realizador já afirmado, que parece ter dirigido apenas 45% do filme, tendo como ajudantes o –ainda não conhecido- George Cukor, William Cameron Menzies e outros como Sam Wood.


O mesmo Sam Wood que, nesse ano, realizou “Good-Bye, Mr. Chips”, adaptação do livro de James Hilton.


Margaret Mitchell, 1941

O guião é de Sidney Howard que adaptou o livro homónimo de Margaret Mitchell. 

Na feitura do mesmo trabalharam os escritores Scott Fitzgerald e William Faulkner.
Scott Fitzgerald, 1937 (foto de Carl Van Vecheten)



O livro saíra em 1935 e tivera sucesso.

A produção é do famoso David O. Selznick, e a direcção artística de Lyle R. Wheeler.
A banda sonora é de Max Steiner.

E, last but not least –não poderiam ser esquecidos!- os actores:

Vivien Leigh, fumando um cigarro, numa paragem do filme (Blah-Cultural)


(tirada de Blah-Cultural)

- A bela Vivien Leigh no “ingrato” mas enternecedor papel da terrível Scarlett O’Hara,a menina mimada, impertinente e egoísta e inesquecível que vai ganhar o Oscar da melhor actriz, com esse papel.

Apaixonada pela personagem do livro, Vivien quando sabe que a América estavam a preparar as filmagens, deixa Londres e o seu teatro  "Old Vic" e parte à conquista do papel!

E foi escolhida entre 400 actrizes, entre elas nomes como Claudette Colbert, Bette Davies, Joan Fontaine...

- Olivia de Havilland (lembram-se da irmã dela, Joan Fontaine?, outra grande actriz) que faz o papel da doce Melanie (Oscar da melhor actriz não-protagonista). Desempenhará muitos outros papéis ao longo da sua vida (vive ainda)!





- Leslie Howard, num papel um tanto apagado, de um jovem sulista “puro”, cavalheiro e frágil Ashley Wilkes. 
Leslie Howard que vai morrer, quatro anos depois, numa viagem de Lisboa para Londres, num avião civil, abatido pelos alemães, em 1943, ao largo do Golfo de Biscaia...



- E o “mau da fita” - um actor que faz um grande papel: Clark Gable, o herói sem escrúpulos, Rhett Butler, mas com bons sentimentos e algum sentido da honra.



Fala da Guerra Civil da América? Da Secessão, dos Sulistas e dos Ianques, pois é.
Do General Sherman e do General Lee cada um no seu campo...

Não, não me vou meter pelos campos minados da Guerra Civil da América! Filme “sulista”? Talvez... É um filme que fala dos sulistas, e fala deles observando-os com um olhar suave e compreensivo. 
Batalha de Gettysburg, quadro de Currer Ives

E vê a realidade com os sentimentos das gentes de Atlanta, à beira dos rios MississipiTennessee, cultivadores de algodão, senhores que tinham plantações e escravos para trabalhar nelas.



E tudo acaba com o Cerco de Atlanta. E com a vitória dos "ianques" do General Sherman.

Óleo de Thure de Thulstrup, O Cerco de Atlanta, 1864


Um mundo que desaparece, porque não havia lugar para ele...

Começa assim o filme: 

Existia uma terra de cavalheiros e de campos de algodão que se chamava o Velho Sul. Um mundo bonito onde a última palavra a ser esquecida foi galantaria, o último lugar onde se viram cavalheiros e damas requintadas, senhores e escravos. Procure-o apenas nos livros, porque esse mundo acabou. Uma civilização que o vento levou.”
Atlanta, hoje


Filme de sucesso porque filme que fala dos sentimentos. Quando os sentimentos são assim tão fortes, ficam para sempre. E quando os sentimentos existem é sinal de que o mundo não está perdido...


Algumas imagens do filme...





"The Tennessee Waltz", por Leonard Cohen, uma canção que fala do Tennessee.

http://youtu.be/K5SZvkZI3eg


(*) um dos mais conhecidos compositores do cinema americano entre as décadas de 30 e 40.

Sobre o filme:

Um pouco de história:

7 comentários:

  1. "E tudo o vento levou"... Um fime que ficou gravado na minha memória e já lá vão muitos anos que o vi.
    Obrigada por o trazer hoje aqui para o relembrarmos.
    Um beijinho

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  2. Acho curioso que diga "Ando a ver...", porque aquilo que para mim só se aplicava aos livros, "ando a ler..." agora com a falta de tempo também se aplica aos filmes.
    E também ando a ver o "Feiticeiro de Oz". Comecei a vê-lo hoje à tarde, mas sabendo, que não ía ter tempo de o ver todo - tive que sair. Vamos ver se o acabo amanhã. Vi-o quando era garota, na televisão, e agora estou a adorar revê-lo.
    Depois também quero rever este "E tudo o vento levou" que sei que também já vi, mas não me lembro bem da história, pois foi há tantos anos.
    Um beijinho grande e boa semana.

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    1. A "contagem" do nosso tempo mudou! Vê-se e vive-se tudo aos bocados, a vida parece uma manta de retalhos às vezes. O meu tempo também parece...

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  3. Um filme que me tocou muito.
    A cena do vestido verde... é intemporal. Vivian Leigh interpretou maravilhosamente a sua personagem.
    Beijinho grato.

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  4. A história das duas Américas é apaixonante, o filme recente " Lincoln" trata com certa imparcialidade o que foi tudo aquilo. Aqui às vezes na tele voltam a pôr "Lo que el Viento se Llevó", eu já não o vejo, porque é muito comprido e já o sei quase de memória...
    Adoro a prêta que amava tanto a sua "señorita Escarlata", e a cena em que esta diz:¡ A Diós pongo por testigo que no volveré a pasar hambre!
    Ponho em espanhol, porque tenho demasiado sono para estar a traduzir.
    Desejo-te boa noite com um beijinho.

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  5. É um filme inesquecível! Ainda não o acabei de ver e tenho pena quando as 4 h do DVD pasarem. Não o via há séculos!
    A preta Mammy é uma ternura! Queria ter uma pessoa assim à minha volta para eu "irritar"!E saber que me protegeria sempre.
    A cena de raiva contra a fome, o mundo (e Deus)é única: "God will be my witness"...

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