sexta-feira, 22 de março de 2013

Galinhas na chuva!


Maurice Denis, Menina com galinhas (1890)

Recordando, recordando... vem tanta coisa que parecia adormecida para sempre na memória...
De repente, lembrei-me das galinhas de São Tomé!

galinha vermelha,"fina", a "Red"de Rhodes Island!

O que tinham de especial? Eram galinhas como as outras, claro, e a primeira imagem que tenho do meu jardim é  uma revoada de pintainhos amarelos e o meu cão Zac, a ladrar atrás deles e uma galinha avermelhada a cacarejar. 
imagem estranha: uma galinha a "dar mimo" a um cão!

Atrás do Zac, ia o Sr. Semedo, com a vassoura, a rir-se. Achava natural porque, nesta vida, um cão sempre anda sempre atrás dos pintos...


Não sei (não me quero lembrar disso!) se o Zac matou algum pintainho, mas sei que nunca mais no meu jardim entrou uma galinha, nem familiares dela!
O Zac, a sair pelo portão do nosso quintal

Mas...tinham alguma coisa especial aquelas galinhas, lá isso tinham! Eram intragáveis, de tão duras! 

Para mim, a explicação era o exercício que faziam pelas ruas, pelas estradas, à procura do que havia para comer. Galinhas selvagens, livres, que não conheciam capoeira...
fila de jeeps a caminho das cataratas de São Nicolau (net)

Fora, debaixo do sol escaldante, ou das chuvas tropicais, molhadas até aos ossos, lá andavam elas a  correr, à frente dos jeeps, a saltar em grandes voos barulhentos por cima  deles, aterrando de asas abertas na poeira, ou na lama dos caminhos. 

o jardim, na estação das chuvas


Tudo isto criava, evidentemente, músculo, nos galináceos! Tinha de ser...
 E, na panela, por mais que cozessem, só davam o caldo saboroso talvez, mas a carne era dura como pedras!

30 tipos de galinhas diferentes do mundo!


Por que diabo me terei lembrado das galinhas de São Tomé?


2 comentários:

  1. Talvez ande com desejos... de saborear uma galinha caseira! Dessas que dão uma canja magnífica e até fazem crescer água na boca!!

    Existem vivências que por muito esquecidas ou até insignificantes que possam parecer, deixaram marcas eternas...

    Que felizes, deviam ser essas galinhas!!
    Eram LIVRES!!!

    Adorei este post.

    Um beijinho grande.

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  2. E ainda bem que se lembrou! Eu gostei de ler. Acho esta última imagem muito interessante e gosto da segunda foto, da galinha vermelha fina, lembra-me as galinhas que sempre havia na capoeira do quintal da minha casa e dos quintais vizinhos. Nesse tempo, todos os quintais tinham capoeiras com galinhas e coelhos para consumo doméstico. Durante anos não conseguia comer nenhum dos dois, porque me fazia impressão a forma como se matavam. Hoje em dia, como frango, mas coelho não.

    Tenho uma galinha de pano muito gira. Vou fotografá-la e colocá-la no blogue.

    A pintura da menina é bonita.

    Um beijinho grande
    (Gosto das suas histórias)

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