terça-feira, 22 de março de 2016

Bruxelas: mais um atentado terrorista: Vida salvada... e Vida perdida!


Buxelas, Grand Place

"Quem corta uma vida na raiz? O que faz? O que merece?...


foto de The Guardian

Depois do atentado, em Bruxelas, esta manhã, lembro as palavras sábias de Elie Wiesel!

foto de El País

Quem salvar uma vida é como se salvasse a humanidade”, diz o Talmud
"E quem corta, essa vida na raiz? O que faz? O que merece?...", pergunta o escritor.
René Magritte, 'O anjo migrante' (1927)

Penso  que só as imagens do belga René Magritte podem ilustrar o horror do absurdo da condição humana. E do xadrez do qual fazemos parte, sem poder jogar.

Magritte, 'A condição humana'


Magritte, 'No limiar da liberdade'

do fim - ou limiar, apenas?- da liberdade... 

Continua Wiesel: “Não poderei esquecer  a noite, a minha primeiro noite  passada no campo. A noite que transformou a vida numa eterna noite. Sete vezes amaldiçoada e sete vezes selada.

Magritte, 'O guarda'


Nunca conseguirei esquecer aquele fumo.

Não esquecerei nunca os rostos das crianças cujos corpos foram transformados em espirais de fumo no azul do céu silencioso.
Marc Chagall, 'Flores no cais'

Nunca poderei esquecer as chamas que queimaram a minha fé. Nunca esquecerei o silêncio da noite que me privou, para toda a eternidade, do desejo  de viver.


Magritte, 'A difícil travessia'

Nunca poderei esquecer aqueles momentos que  destruíram  para sempre o meu Deus e a minha alma e transformaram os sonhos em poeira.
O Anjo ferido", de Hugo Simberg

Nunca conseguirei esquecer todas estas coisas mesmo que seja condenado a  viver tanto como o próprio Deus. 
Nunca.”
Magritte, 'A chamada do alto'

René Magritte, No limiar da liberdade

termina: "Esquecer esses mortos seria como matá-los uma segunda vez." (Elie Wiesel (*), L'Aube)

René Magritte pinta a nossa fragilidade de "seres" humanos mortais, "bichos da terra tão pequenos", como lhes chamava Camões...
Magritte, 'A condição humana'

O absurdo da condição humana. E o horror do que os homens fazem aos outros homens. E, sempre, as crianças, o choro das crianças...
Magritte, 'A condição humana'
Edward Munch, 'Cinzas'

Qual o sentido do sofrimento, das mortes, das lágrimas, das guerras, das lutas, dos ódios? Somos todos mortais e a nossa condição humana é a fragilidade, a efemeridade, a passagem...
René Magritte, 'A condição humana'


As respostas teremos de as encontrar numa forma de 'união', compreensão e tolerância quase impossíveis, contra os fanatismos.
Mas eu acredito na Utopia!

Magritte, 'A condição humana'

Magritte, 'A paz?'

(*) Elie Wiesel, sobrevivente de Auschwitz fala do Holocausto que "viveu", na própria pele, em Aucshwitz:

(**) Magritte, pintor belga, nasce em 1898 e morre em 1967. Ligado ao movimento surrealista, começa em 26 a desenhar cartazes e publicidade até que sobressai o surrealismo. Assina então com a Galeria de Artes de Bruxelas um contrato exclusivo. 

Dedica-se então à pintura de corpo e alma. O seu primeiro quadro surrealista é 'O Jockey Perdido' (1926).

http://www.infoescola.com/biografias/rene-magritte/

http://falcaodejade.blogspot.pt/2012/09/o-pintor-finlandes-hugo-simberg-outros.html

7 comentários:

  1. Acredito na utopia porque é ela que muda o mundo e a recupera o amor –o respeito e o amor ao outro. O que continuou a acontecer, o que vai acontecer hoje, amanhã, é uma esquisita coisa. O gosto de matar, o ódio, a ignorância. Admiro e amo os árabes, vivi com eles e deixaram-me o respeito por eles –a admiração. Não são eles que matam, são os doentes deles, que não leram nem perceberam o Corão. Triste, muito triste –porque são amáveis e o recusam. E morrem inutilmente. Matam e morrem e pendem a vida e roubam a vida.

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  2. "No manicômio global, entre um senhor que julga ser Maomé e outro que acredita ser Buffalo Bill, entre o terrorismo dos atentados e o terrorismo da guerra, a violência está nos arruinando" - Eduardo Galeano

    Frases de Terrorismo

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  3. Eu acho que não acredito...os homens não mudam, há-de haver sempre gente gananciosa que ajuda e incita às guerras em proveito próprio.

    Um beijinho e uma Páscoa Feliz:)

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  4. Um tema difícil que vai criar xenofobias, que vai ter sempre os amantes da tolerância e do respeito pelas liberdades e que vai ter os seus opositores. O medo leva a estas duas saídas.
    Ter uma atitude judaico-cristã?
    Ter uma atitude judaica?
    Ver o Islão através dos que respeitam? (Esta seria o ideal) Mas os homens no todo, em multidão, são imprevisíveis.

    Beijinho grato pela forma como expôs o problema. :))

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  5. Maria João, para não vivermos tão angustiados é bom que acreditemos na utopia, mas sei que a realidade é bem diferente! Sou da opinião da Isabel! O fanatismo, a loucura, a maldade vão existir sempre... e vão fazer muitos estragos na humanidade!
    Um abraço bem apertado.:)


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