Buxelas, Grand Place
foto de The Guardian
Depois do atentado, em Bruxelas, esta manhã, lembro as palavras sábias de Elie Wiesel!
“Quem salvar uma vida é como se salvasse a humanidade”, diz o Talmud. "E quem corta, essa vida na raiz? O que faz? O que merece?...", pergunta o escritor.
Penso que só as imagens do belga René Magritte podem ilustrar o horror do absurdo da condição humana. E do xadrez do qual fazemos parte, sem poder jogar.
foto de El País
“Quem salvar uma vida é como se salvasse a humanidade”, diz o Talmud. "E quem corta, essa vida na raiz? O que faz? O que merece?...", pergunta o escritor.
René Magritte, 'O anjo migrante' (1927)
Penso que só as imagens do belga René Magritte podem ilustrar o horror do absurdo da condição humana. E do xadrez do qual fazemos parte, sem poder jogar.
Magritte, 'A condição humana'
Magritte, 'No limiar da liberdade'
E do fim - ou limiar, apenas?- da liberdade...
Continua Wiesel: “Não poderei esquecer a noite, a minha primeiro noite passada no campo. A noite que transformou a vida numa eterna noite. Sete vezes amaldiçoada e sete vezes selada.
Magritte, 'O guarda'
Nunca conseguirei esquecer aquele fumo.
Não esquecerei nunca os rostos das crianças cujos corpos
foram transformados em espirais de fumo no azul do céu silencioso.
Marc Chagall, 'Flores no cais'
Nunca poderei esquecer as chamas que queimaram a minha fé. Nunca
esquecerei o silêncio da noite que me privou, para toda a eternidade, do
desejo de viver.
Magritte, 'A difícil travessia'
Nunca poderei esquecer aqueles momentos que destruíram
para sempre o meu Deus e a minha alma e transformaram os sonhos em poeira.
O Anjo ferido", de Hugo Simberg
Nunca conseguirei esquecer todas estas coisas mesmo que seja
condenado a viver tanto como o próprio Deus.
Nunca.”
Nunca.”
Magritte, 'A chamada do alto'
E termina: "Esquecer esses mortos seria como matá-los
uma segunda vez." (Elie Wiesel (*), L'Aube)
René Magritte pinta a nossa fragilidade de "seres" humanos mortais, "bichos da terra tão pequenos", como lhes chamava Camões...
Magritte, 'A condição humana'
O absurdo da condição humana. E o horror do que os homens fazem aos outros homens. E, sempre, as crianças, o choro das crianças...
Magritte, 'A condição humana'
Edward Munch, 'Cinzas'
Qual o sentido do sofrimento, das mortes, das lágrimas, das guerras, das lutas, dos ódios? Somos todos mortais e a nossa condição humana é a fragilidade, a efemeridade, a passagem...
As respostas teremos de as encontrar numa forma de 'união', compreensão e tolerância quase impossíveis, contra os fanatismos.
Mas eu acredito na Utopia!
René Magritte, 'A condição humana'
As respostas teremos de as encontrar numa forma de 'união', compreensão e tolerância quase impossíveis, contra os fanatismos.
Mas eu acredito na Utopia!
Magritte, 'A condição humana'
Magritte, 'A paz?'
(*) Elie Wiesel, sobrevivente de Auschwitz fala do Holocausto que "viveu", na própria pele, em Aucshwitz:
(**) Magritte, pintor belga, nasce em 1898 e morre em 1967. Ligado ao movimento
surrealista, começa em 26 a desenhar cartazes e publicidade até que sobressai o
surrealismo. Assina então com a Galeria de Artes de Bruxelas um contrato exclusivo.
Dedica-se então à pintura de corpo e alma. O seu primeiro quadro surrealista é 'O Jockey Perdido' (1926).
Dedica-se então à pintura de corpo e alma. O seu primeiro quadro surrealista é 'O Jockey Perdido' (1926).
http://www.infoescola.com/biografias/rene-magritte/
Acredito na utopia porque é ela que muda o mundo e a recupera o amor –o respeito e o amor ao outro. O que continuou a acontecer, o que vai acontecer hoje, amanhã, é uma esquisita coisa. O gosto de matar, o ódio, a ignorância. Admiro e amo os árabes, vivi com eles e deixaram-me o respeito por eles –a admiração. Não são eles que matam, são os doentes deles, que não leram nem perceberam o Corão. Triste, muito triste –porque são amáveis e o recusam. E morrem inutilmente. Matam e morrem e pendem a vida e roubam a vida.
ResponderEliminar"No manicômio global, entre um senhor que julga ser Maomé e outro que acredita ser Buffalo Bill, entre o terrorismo dos atentados e o terrorismo da guerra, a violência está nos arruinando" - Eduardo Galeano
ResponderEliminarFrases de Terrorismo
Há flores no chão que pisamos
ResponderEliminarEu acho que não acredito...os homens não mudam, há-de haver sempre gente gananciosa que ajuda e incita às guerras em proveito próprio.
ResponderEliminarUm beijinho e uma Páscoa Feliz:)
Um tema difícil que vai criar xenofobias, que vai ter sempre os amantes da tolerância e do respeito pelas liberdades e que vai ter os seus opositores. O medo leva a estas duas saídas.
ResponderEliminarTer uma atitude judaico-cristã?
Ter uma atitude judaica?
Ver o Islão através dos que respeitam? (Esta seria o ideal) Mas os homens no todo, em multidão, são imprevisíveis.
Beijinho grato pela forma como expôs o problema. :))
Beijinho. Excelente Páscoa!
ResponderEliminarMaria João, para não vivermos tão angustiados é bom que acreditemos na utopia, mas sei que a realidade é bem diferente! Sou da opinião da Isabel! O fanatismo, a loucura, a maldade vão existir sempre... e vão fazer muitos estragos na humanidade!
ResponderEliminarUm abraço bem apertado.:)