sábado, 30 de maio de 2009

A incontornável Agatha Christie













Incontornável, sim, porque dêem-se as voltas que se derem, volta-se sempre a ela, a Lady do crime, Agatha Christie.
Sejam as personagens, os ambientes bem recriados, os mistérios, enigmas sempre insolúveis pelo leitor comum, porque as pistas são postas nos momentos certos, mas logo retiradas, apontando para este ora para aquele e os suspeitos vão até ao final, insuspeitos...
Suspeitos insuspeitos,“Ten little Niggers”, “Roger Ackroyd Murder", a peça “The Mousetrap” em cena, em Londres, há dezenas de anos...
Suspense absoluto até ao fim, peripécias e pistas que conduzem a várias soluções, arbitradas sempre pela autora.
Diz Raymond Chandler no seu ensaio, “The Simple Art of Murder”: “O principal dilema do tradicional ou clássico ou de simples- dedução, ou de dedução-lógica, dos romances detectivescos é que qulaquer aproximação da perfeição requere uma combinação de qualides que nempre se encontram no mesmo espírito. O frio construtor de intrigas não conesgue dar caracteres vivos, ou diálogo bem conseguido (...)E, por sua vez, o tipo que consegue escrever uma história viva, com prosa colorida, pode muito bem não conseguir fazer o trabalho de sabujo do detective: quebrar alibis inquebráveis...” A própria Agatha Christie cairia nessa armadilha, continua Chandler: Poirot, o “engenhoso Belga que fala inglês numa tradução literal de um miúdo que aprende francês”, sempre teimosamente armando sarilhos com as suas ‘little grey cells”, cai em situações de completa impossibilidade de resolver o crime, apostando só na sua decisão absoluta, sem qualquer forma de comprovação dos factos.
Mas voltemos à incontornável Senhora do Crime, ou Rainha do Crime...

A sua biografia é das mais interessantes. Leio neste momento uma biografia de Linda Thompson, “Agatha Christie, An English Mystery”, e fico a conhecer a criança e a adolescente que foi. A sua curiosidade pelas pequenas comunidades fechadas, das aldeias do tipo da St Mary Mead onde vive a suave mas inflexível Miss Marple. Os seus heróis diversificam-se: Poirot e o encantador Capitão Hastings, Miss Marple, os namorados Tommy e Tuppence...
Diz-me a minha amiga e incondicional fan da escritora, Ana Luísa, que é indispensável ler a a sua Autobiografia. Acredito. Prometo que vou lê-la!


Agatha Christie aliou uma imaginação brilhante a uma grande habilidade como narradora, para conquistar gerações de público para as suas histórias de mistério e suspense. Dos seus livros já se venderam mais de 2 biliões de exemplares.
Viajante, exploradora, acompanha o segundo marido, o arqueólogo Max Mallowan, em várias expedições. Conhece bem o Egipto, do Cairo, às pirâmides e a Luxor, de que tira ensinamentos e inspiração para muitos dos seus romances: “Assassínio no Nilo”, por exemplo, e muitas outras pequenas histórias em que os heróis participam em expedições perigosas, buscas em túmulos, e onde a insídia e a avidez lhes causaram a morte.
Nessas viagens, passou por Istambul e não resisti a procurar, um dia, o quarto onde ela ficava, no encantador Pera Palace Hotel, com a sua atmosfera especial fin de siècle.
Construído em 1892, para receber os viajantes do Expresso do Oriente, por ali passou toda a gente importante do mundo, desde a célebre espia, Mata Hari até à inesquecível figura, fundamental para os turcos, de Ataturk.
Era natural que Agatha Christie o escolhesse: era a atmosfera dos grandes expressos que procurava, dos viajantes, dos mistérios do Expresso do Oriente que ela vai recuperar.
Com a sua escadaria principal de mármore branco imponente, a sala de entrada, com paredes altíssimas cobertas de mármore rosa, o hotel perdeu hoje um pouco da sua grandeza, entrando numa certa decadência. Mantém, no entanto, o fascínio, com uma situação única numa espécie de península entre o Bósforo e o Golden Horn, e um pouco abaixo o Mar da Mármara, no centro da velha Istambul, na Area Beyoglu, e é procurado pelos eternos romântico, na esteira de passado desaparecido e, com ele, a famosa hóspede, Agatha Christie.

O quarto é um quarto mobilado sobriamente, que hoje é o Museu Agatha Christie. É o quarto que ela “viu”, onde viveu, pensou as suas histórias enquanto se passeava pelo Taksim, entre o Topkapi, a Mesquita Azul, do Sultão Ahmet, ou a Aya Sophia e a sua cúpula fantástica...
Hoje fico-me por aqui. Volto, com a Agatha Christie, em breve...

3 comentários:

  1. ha'ca'uma peca dela em cena, a "mouse trap". querem ir ver?

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  2. querem ir ver uma peca da agatha christie?

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  3. Mais sobre a grande Dama do Crime em um blog no endereço:

    http://acasatorta.wordpress.com

    Um abraço e bom fim de semana
    Tommy

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