sábado, 20 de fevereiro de 2010

Chopin: o Príncipe dos Românticos...Nunca esquecido

Never forgotten é o título do artigo que lhe dedica The Economist ao falar da Biografia publicada recentemente, "Chopin: Prince of the Romantics", assinada por Adam Zamoyski.
Chopin: Príncipe dos Românticos

É o nome da biografia –de Adam Zamoyski, “Chopin: Prince of Romantics”- que saíu há pouco em Inglaterra sobre o compositor Frédéric Freançois Chopin.
No dia 22 deste mês, segunda-feira, passa o bicentenário do nascimento de Chopin.

A publicação da biografia integra-se neste bicentenário.

"Trata-se de uma biografia escolar, diz o articulista de The Economist (*), mas bastante agradável de ler".

Que importa que se festejem os 200 anos? Importa é que seja ouvido, que se mantenha intacto o amor pelo músico polaco de nascimento (francês, dirão os franceses...).

E, de facto, ainda hoje é profundamente amado e considerado este “revolucionário que abriu o caminho à música moderna”, como dizia o compositor francês, Saint-Saëns.
Nunca escreveu uma peça musical má, tal como Sebastien Bach e Claude Debussy”.

Apesar de se encontrar na vanguarda da música romântica, os seus gostos musicais permaneceram clássicos. De facto, aos compositores de sucesso do momento, como Mendelssohn ou Lizt, preferia as composições de Bach e de Mozart.

Baseio-me nesse artigo em tudo o que se refere à tal biografia que ainda não li, mas vou comprar.
Zamoyski fala da “sua personalidade instável, tímida, doentiamente individualista cuja educação impecável, a modéstia e humor efervescente alternavam com petulância e mania de mandar...”
"Teve grandes e leais amigos (como Lizt), mas a sua vida amorosa foi uma saga deprimente de paixões irrequietas".

Lizt dizia que ele estava pronto a dar tudo “mas que não se dava a ele próprio”.
E Chopin dizia de si: “Quando se trata dos sentimentos eu fico sempre em síncope...”

A única excepção foi talvez a relação com a escritora francesa Georges Sand (o romance dela “La mare au diable” conta esses momentos de vida vividos juntos).
Georges Sand, mais velha, sente-se cativada “por essa criaturinha angélica”.

A ligação é, porém, tumultuosa e termina bruscamente em 1847.
Adam Zamoyski pergunta: "até que ponto foi física essa relação?"
"Chopin sai dela fragilizado, a sua falta de saúde torna mais forte o trauma emocional.
Sofre de frequentes infecções, ansiedade, dores de dentes, gripes, culminando com a tuberculose. Faltam-lhe as defesas, o organismo ressente-se
. "
O biógrafo fala da possibilidade da sua doença final ser uma "fibrose cística” (**) não diagnosticada no tempo, doença ainda hoje de difícil cura, dolorosa.
Mas “infortúnio dos artistas, e dos génios esse estado doentio, de mal-estar constante, deu-lhe mais tempo para se dedicar à sua arte."

De facto, evitava sair, ou apresentar-se fora em concertos.

Em 1848, abandona Paris, fugindo à dificuldade política do momento e refugia-se em Inglaterra e na Escócia. O cansaço das viagens e o stress fazem-no sofrer, enervam-no.
Perguntava, desesperado:

Por que razão Deus não me mata?”

Regressa a Paris, a situação de saúde deteriora-se rapidamente, começa a cuspir sangue.
Morre, triste e só em Outubro de 1849, dizem que dando "suspiros de partir a alma".

É dele a frase: “O tempo é o grande crítico”.

Creio que o tempo que passou e julgou–duzentos anos são suficientes. Chopin continua a ser apreciado.

E Chopin ficou, para sempre, como um grande artista, um compositor que nos ajuda a sonhar, que nos acompanha no nosso pousar os pés na terra, quando é mais doloroso deixar a poesia, e será amado. Never forgotten, nunca esquecido!









(*) The Economist da semana de 6 a 12 de Fevereiro, com o título: “Never Forgotten” é citada a Biografia: Chopin: Prince of Romantics (Harper, 365 páginas, 12,99 £)

(**)A Fibrose Cística (ou mucoviscidose) é uma doença genética autossómica e engloba-se num grupo de patologias denomiadas D.P.O.C (doença pulmonar obstrutiva crónica) que se caracterizam por haver uma obstrução crónica das vias aéreas, diminuindo a capacidade de ventilação.

1 comentário:

  1. Estou-me a converter na sua incondicional anónima...Nâo sigo mais blogs,prefiro qualidade a dispersâo.Chopin foi muito infeliz,é desejável nâo ter de sofrer tanto para ser um génio.Wagner teve uma vida mais afortunada,que nâo o impediu de compôr Tristâo e Isolde,considerada a obra romântica mais romântica de todos os tempos.Vivam os românticos e vivamos nós!!Beijinhos,Maria

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