quarta-feira, 11 de maio de 2011

Woody Allen, "MIdnight in Paris", Manhattan e Dinah Washington...




Hoje lembrei-me da mítica "ilha" de Manhattan!

Porque ouvi Dinah Washington cantar...

Manhattan... Manhattan?

E, logo, me veio a imagem do grande (?) e divertido, e irónico, e auto-crítico feroz, com o seu humor yiidish inconfundível, fale ele do que falar...


Bem, falo de Woody Allen, já adivinharam!
Hoje passa em Cannes (fora de concurso) o seu último filme, abrindo o Festival (et pour cause...), "Meia noite em Paris".

Vamos ver o que dizem os críticos, excitados pela participação de Carla Bruni, quase não falando da actriz notável que é Marion Cotillard (lembram-se da Piaf que ela interpreta tão bem?).

Digam o que disserem, Woody Allen é ele só... Nunca haverá outro igual.

Adorei rever Stardust Memories, há pouco tempo, a nostalgia única, as imagens, o rosto belo de Charlotte Rampling que ele filma tão bem... E "A Rosa Púrpura do Cairo". E "Radio Days". E "Guerra e Paz". E "Annie Hall". E...

Enfim, Memories are shadows... Ou Shadows are memories?

Queria deixar-lhes umas passagens de uma entrevista que Woody Allen concedeu ao jornalista do "Nouvel Obesrvateu", François Forestier, correspondente da revista em New York.

Falando do tal último filme (conclui-se que é o 42º...), diz Woody Allen que “é uma comédia sobre um homem que lamenta não ter ficado a viver em Paris, e que volta como turista”.


Conversa entre François Forestier e Woody Allen, da qual apresento sinteticamente algumas passagens escolhidas...



F. F. - Quando esteve em Paris?
W. A. - Foi em 1964. Tinha 29 anos. Era artista de cabaret, e Charles K. Feldman -um dos grandes produtores da época- tinha-me contratado para representar na peça “Quoi de neuf, Pussycat” – que eu tinha escrito.
F. F. - Mas por que não ficou então a viver em Paris?
W. A.- Porque (óbvio, para quem conhece Woody Allen) todos os meus médicos estavam em New York...
F. F. - Que recordação guarda desses tempos?
W. A . Maravilhosa! Corria de um lado para o outro, ia ver as Galerias de pintura, os museus, descobria ruas, igrejas, bairros. Havia La Gioconda, Modigliani, Miró, Renoir... Em Brooklyn, no meu bairro, a única forma de arte era a dos “hot dogs”.


F. F. – Há cómicos que ainda o inspiram?
W.A. – Grouxo Marx e W.C. Fields. Adoro Chaplin também, Prefiro-o a Buster Keaton. Este último é genial, sem dúvida, mas falta-lhe o toque humano que há em Chaplin.

F.F. - Jerry Lewis é um dos seus cómicos preferidos?
W.A.- Era genial! Podia fazer tudo. O único problema é que nunca conseguiu canalizar o seu génio, controlar-se. Mas tinha um talento monstro. Poderia ter sido um novo Chaplin. Em cena era espantoso.

F.F. - Quais os seus filmes que considera falhados?
W.A. – Nunca volto a ver os meus filmes. Tive pouco sucesso com Stardust Memories, por exemplo, mas gosto dele e não o considero um filme falhado.

E continua:

W.A. -Pelo contrário, “Manhattan” - de que toda a gente gosta- parece-me um filme falhado. Não consegui transmitir a minha ideia original. F.F. – Na sua obra, quais os filmes que prefere?
W.A. –“Assassínio Misterioso em Manhattan” e “Hollywood Ending”.
F.F. - E “Annie Hall”?
W.A.- Foi o filme que me tornou conhecido e me deu “credibilidade”. Mas fiz filmes melhores.


Para terminar:

F.F.- Na vida, é um pouco conservador, não é?


W.A.- Isso é um modo gentil de dizer as coisas. Na verdade, sou um covarde...


Para terminar eu o meu post, lembro um filme que adorei: "Radio Days" (Os Dias da Rádio)!

4 comentários:

  1. Gosto muito de Woody Allen e dos filmes que apontou.
    Gostei de ler a entrevista. Tenho os livros de Woody Allen pois, aprecio o humor judaico e a música dele.

    É sempre aliciante visitar o Falcão de Jade!
    Beijinho.

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  2. Obrigada pela visita, Ana! Ele é único. E ou se gosta, ou não se gosta, não permite meios-termos...
    beijinho

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  3. Concordo contigo,João: eu a Woody Allen "perdou-lhe" qualquer coisa, porque sou uma verdadeira incondicional. Estou ansiosa de ver o filme. Beijinhos

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  4. Já fui ver Midnight in Paris, é mágica, se todos os filmes tivessem este nível ia todos os dias ao cinema, e a triste realidade é que vou pouquíssimo. Não deixes de ir. Beijinhos.

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