Hoje lembrei-me da mítica "ilha" de Manhattan!
Porque ouvi Dinah Washington cantar...
Manhattan... Manhattan?
E, logo, me veio a imagem do grande (?) e divertido, e irónico, e auto-crítico feroz, com o seu humor yiidish inconfundível, fale ele do que falar...
Bem, falo de Woody Allen, já adivinharam!
Digam o que disserem, Woody Allen é ele só... Nunca haverá outro igual.
Adorei rever Stardust Memories, há pouco tempo, a nostalgia única, as imagens, o rosto belo de Charlotte Rampling que ele filma tão bem... E "A Rosa Púrpura do Cairo". E "Radio Days". E "Guerra e Paz". E "Annie Hall". E...
Enfim, Memories are shadows... Ou Shadows are memories?
Queria deixar-lhes umas passagens de uma entrevista que Woody Allen concedeu ao jornalista do "Nouvel Obesrvateu", François Forestier, correspondente da revista em New York.
Falando do tal último filme (conclui-se que é o 42º...), diz Woody Allen que “é uma comédia sobre um homem que lamenta não ter ficado a viver em Paris, e que volta como turista”.
Conversa entre François Forestier e Woody Allen, da qual apresento sinteticamente algumas passagens escolhidas...
F. F. - Quando esteve em Paris?
W. A. - Foi em 1964. Tinha 29 anos. Era artista de cabaret, e Charles K. Feldman -um dos grandes produtores da época- tinha-me contratado para representar na peça “Quoi de neuf, Pussycat” – que eu tinha escrito.
F. F. - Mas por que não ficou então a viver em Paris?
W. A.- Porque (óbvio, para quem conhece Woody Allen) todos os meus médicos estavam em New York...
F. F. - Que recordação guarda desses tempos?
W. A . Maravilhosa! Corria de um lado para o outro, ia ver as Galerias de pintura, os museus, descobria ruas, igrejas, bairros. Havia La Gioconda, Modigliani, Miró, Renoir... Em Brooklyn, no meu bairro, a única forma de arte era a dos “hot dogs”.W. A. - Foi em 1964. Tinha 29 anos. Era artista de cabaret, e Charles K. Feldman -um dos grandes produtores da época- tinha-me contratado para representar na peça “Quoi de neuf, Pussycat” – que eu tinha escrito.
F. F. - Mas por que não ficou então a viver em Paris?
W. A.- Porque (óbvio, para quem conhece Woody Allen) todos os meus médicos estavam em New York...
F. F. - Que recordação guarda desses tempos?
F. F. – Há cómicos que ainda o inspiram?
W.A. – Grouxo Marx e W.C. Fields. Adoro Chaplin também, Prefiro-o a Buster Keaton. Este último é genial, sem dúvida, mas falta-lhe o toque humano que há em Chaplin.
W.A. – Grouxo Marx e W.C. Fields. Adoro Chaplin também, Prefiro-o a Buster Keaton. Este último é genial, sem dúvida, mas falta-lhe o toque humano que há em Chaplin.
F.F. - Jerry Lewis é um dos seus cómicos preferidos?
W.A.- Era genial! Podia fazer tudo. O único problema é que nunca conseguiu canalizar o seu génio, controlar-se. Mas tinha um talento monstro. Poderia ter sido um novo Chaplin. Em cena era espantoso.
W.A.- Era genial! Podia fazer tudo. O único problema é que nunca conseguiu canalizar o seu génio, controlar-se. Mas tinha um talento monstro. Poderia ter sido um novo Chaplin. Em cena era espantoso.
F.F. - Quais os seus filmes que considera falhados?
W.A. – Nunca volto a ver os meus filmes. Tive pouco sucesso com Stardust Memories, por exemplo, mas gosto dele e não o considero um filme falhado.
W.A. – Nunca volto a ver os meus filmes. Tive pouco sucesso com Stardust Memories, por exemplo, mas gosto dele e não o considero um filme falhado.
E continua:
W.A. -Pelo contrário, “Manhattan” - de que toda a gente gosta- parece-me um filme falhado. Não consegui transmitir a minha ideia original. F.F. – Na sua obra, quais os filmes que prefere?
W.A. –“Assassínio Misterioso em Manhattan” e “Hollywood Ending”.
F.F. - E “Annie Hall”?
W.A.- Foi o filme que me tornou conhecido e me deu “credibilidade”. Mas fiz filmes melhores.
Para terminar:
F.F.- Na vida, é um pouco conservador, não é?
W.A.- Isso é um modo gentil de dizer as coisas. Na verdade, sou um covarde...
Para terminar eu o meu post, lembro um filme que adorei: "Radio Days" (Os Dias da Rádio)!
Gosto muito de Woody Allen e dos filmes que apontou.
ResponderEliminarGostei de ler a entrevista. Tenho os livros de Woody Allen pois, aprecio o humor judaico e a música dele.
É sempre aliciante visitar o Falcão de Jade!
Beijinho.
Obrigada pela visita, Ana! Ele é único. E ou se gosta, ou não se gosta, não permite meios-termos...
ResponderEliminarbeijinho
Concordo contigo,João: eu a Woody Allen "perdou-lhe" qualquer coisa, porque sou uma verdadeira incondicional. Estou ansiosa de ver o filme. Beijinhos
ResponderEliminarJá fui ver Midnight in Paris, é mágica, se todos os filmes tivessem este nível ia todos os dias ao cinema, e a triste realidade é que vou pouquíssimo. Não deixes de ir. Beijinhos.
ResponderEliminar