segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Voltando aos escritores policiais: a britânica P.D. James


P.D.JAMES e um certo gosto pela morte...

A escritora policial inglesa P. D. James – Phyllis Dorothy James - nasceu em 3 de Agosto de 1920, em Oxford.

É autora de mais de 20 livros, a maioria dos quais foram levados ao cinema e à televisão no Reino Unido, na América e noutros países.

É magistrada e passou 30 anos a trabalhar em vários departamentos do Serviço Civil Britânico, incluindo o Ministério do Interior, no Departamento da Polícia Criminal. 

No ano 2000, ano em que fez 80 anos,  celebrou o aniversário publicando uma auto-biografia “Time to Be in Earnest”.


Tendo recebido muitos prémios e honrarias, é membro da Câmara dos Lordes sob o título de Baronesa James of Holland Park, em 1991.  

Hoje vive entre Londres e Oxford.

Criou dois detectives muito diferentes: a jovem Cordelia Gray que “herda” uma Agência de Detectives quando o patrão se suicida e  Adam Dalgliesh o Inspector-Chefe da New Scotland Yard.
New Scotland Yard

Este último vive num apartamento sobre o Tamisa, guia um Jaguar e é uma personalidade simpática e exigente, já de uma certa idade. 

A autora inspira-se em Jane Austen para o “caracterizar”, dizendo que ele era “tall, dark and handsome” tal como Austen dissera de Mr. Darcy, em Orgulho e Preconceito.

É de P.D. James esta frase:

Hão-de lhe dizer, amigo,  que a mais perigosa emoção é o ódio. Não  acredite neles. A mais perigosa emoção é o amor!”

Foi distinguida com o Prémio “International Writing Hall of Fame” (2008).

O primeiro "Silver Dagger" recebido foi em 1971; depois, vários Silver Daggers (Adaga de Prata) se seguiram.

Em 1987, recebe o "Diamond Dagger" (Adaga de Diamante) da “British Crime Writers Association, pela sua carreira literária.

 Em 1999, recebe o “Grande Master Award” do “Mistery Writers of America”.


Em 2004, no jornal The Guardian na coluna dos escritores do jornal (Paperback Writer Column), o artigo  “Why detection?” (cuja tradução livre poderia ser “Detectives, para quê?”) onde P.D. James fala de si e da sua “arte do crime”.

Prémio Adaga de Prata, 1971


“A minha mania de contar histórias começou muito cedo, talvez por volta dos 10 anos. Vivíamos então em Ludlow, na fronteira com o Welsh e dormíamos a minha irmã mais nova o meu irmão e eu num grande quarto de crianças (...).
Eles esperavam sempre que eu lhes contasse histórias à noite até ao momento em que me rebelasse ou eles adormecessem. Eram invariavelmente  histórias misteriosas e de aventuras e o animal-herói-animal tinha um nome de certo modo pouco original, Percy Pig.”

E continua:

Lembro Forster que escreveu: ‘O rei morreu e a rainha morreu a seguir, é uma história. O rei morreu e a rainha morreu de desgosto é uma acção. A rainha morreu e ninguém sabia por quê até descobrirem que foi de desgosto é um mistério que pode ser susceptível de desenvolvimento’. Ao que eu acrescento: a rainha morreu e todos pensaram que foi de desgosto até descobrirem o sinal de uma ferida na garganta. Isto é uma história de crime e mistério e, na minha opinião, é também capaz de ter um grande desenvolvimento.”

Em Inglaterra, entre 1997-99, passou uma série com a detective Cordelia Gray: An insuitable Job for a Woman.


Procurem lê-la. Admiradora de Jane Austen, segue-a na preocupação das personagens bem estruturadas e ambientes bem recriados. O último livro que publicou (2008) chama-se The Private Patient.
caixotinho com policiais para o Verão...

É uma boa escritora policial. Diferente de Agatha, diferente de Ruth Rendell. Mas original, séria, logo boa. Para mim, claro...


5 comentários:

  1. O caixotinho está bem apetrechado!

    Cada vez que leio um post seu, tenho logo vontade de começar a ler um policial qualquer, mas depois, como ando sempre a ler alguma coisa, adio mais uma vez.

    Gostei sempre de ver os filmes policiais que davam na televisão e os livros policiais que li, li-os com interesse, mas não é um género que me puxe para a leitura. Contudo, os seus post despertam-me sempre esta vontade de ler alguma coisa.

    Livros já tenho!

    Um beijinho

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  2. Já li dois ou três livros dela e gostei :)

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  3. Não li nada dela, acabo de ver que o seu último livro, A Morte Chega a Pemberley, começa onde termina Orgullo e Preconceito.
    Ainda não tiveste curiosidade de ver a tua querida Elizabeth investigando um crime na família?
    Pode dar-te ideias para o teu próximo policial...
    Beijos

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  4. Agradou-me imenso e despertou-me muito interesse esta postagem. Não sei se as letrinhas irão permitir a publicação do comentário. Porém, aqui estou para lhe dizer que vou procurar o livro. Adoro policiais.
    Também gostei do post anterior que visitei ontem mas não pude deixar nenhum registo.
    Beijinho.:)Ana

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  5. Alguém conhece um policial de duas autoras cujo nome esqueci e que se chama "Viagem com a morte", publicado em 1960 e que tem como cenário a travessia da Austrália num comboio transaustraliano.
    O livro apaixonou-me tanto, bem como outros que li e filmes que li que, mal me apanhei com algum dinheiro, comprei uma viagem à Austrália e vou atravessá-la de comboio na viagem dos meus sonhos, já em agosto.

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