As palavras de um amigo sincero que acompanham o folheto em
modo de introdução.
“Tenho de ser a testemunha inconfidente e íntima de um jovem e de um homem – José Régio
nunca foi um velho- que acompanhei o melhor que soube e pude nas horas boas e
nas más.”
Trata-se de um poema inédito de José Régio, Declaração, publicado, por Alberto de Serpa, em Setembro de 1970 (*).
Continuando mais adiante a dizer:
“Jovem e homem da sua pátria (...) sempre a adiar ir mais além, mas de todo o mundo, pelas curiosidades de um espírito insatisfeito e exigente que chamava e recebia todos os ventos, só a poucos se vergando, intransigente à ideia de uma pátria reduzida (...)”
DECLARAÇÃO
Teorias são brinquedos
Que, por mim, não tomo a sério.
Tomo a sério os meus enredos.
Crer... só sei crer no Mistério.
De doutrinas não me importo!
Sinto-me bem no mar alto.
Só me recolho ao meu porto.
Convidam-me, e sempre eu falto.
De escolas, não sou aluno.
Se comunico, é em verso.
Sou muito diverso,
E uno.
(*) Alberto de Serpa, "Retrato Imperfeito de José Régio com
uma sua poesia inédita", Setembro 1970, Imprensa Portuguesa,
Porto
Gostei muito do poema do José Régio.
ResponderEliminar:)
Muito bonito este poema.
ResponderEliminarBeijinho.:))
José Régio era muito isso, uma pessoa em permanente conflicto com a sociedade inteira (..."Não sei por onde vou/ Não sei onde vou/ Sei que não vou por aí!" — pelo menos tinha algo muito claro...).
ResponderEliminarMorreu bastante novo, não foi? Adorava ter tido professores poetas!
Que não passes frio nenhum, beijinho.
Venho desejar-lhe um bom fim-de-semana!
ResponderEliminarUm beijinho grande :)