sábado, 27 de março de 2010

O poeta espanhol Miguel Hernandez "reabilitado"



Em 30 de Setembro deste ano comemora-se o centenário do nascimento de Miguel Hernández, grande poeta espanhol, que foi condenado à morte durante o franquismo e morreu na prisão.

Ontem, o Governo Espanhol declarou oficialmente a "reparação e o seu reconhecimento pessoal.
O nome de Miguel Hernadez foi limpo!
Cito, abaixo, a notícia de "El País" on line", sobre a cerimónia, na sexta-feira passada, na Universidade de Alicante.

"Foi um acto "breve e transcendente", nas palavras do poeta Marcos Ana, que compartilhou o cárcere com o poeta.
Quiseram estar presentes à significativa cerimónia en el que han querido estar presentes a vicepresidenta do Governo, María Teresa Fernández de la Vega e os ministros da Justiça e da Cultura".

(Miguel Hernández nasceu em 1810 em Orihuela e morreu em 28 de Março de 1942, na cadeia)
Deixo uns "links" para terem acesso a mais algumas notícias e fotografias que a família cedeu nesta ocasião ao jornal "El País"

Miguel Hernández: La vida breve de una leyenda

E a notícia de "El País" continua:

"Mas é só o primeiro passo. Lucía Izquierdo, nora do poeta e herdeira legal, aproveitando a presença do ministro, Francisco Caamaño, recordou que a família pretende conseguir "que se anule a injusta condenação à morte que está vigente, e pesa como uma lousa".
Tem esperança que esta anulação, que terá de ser validada pel0 Tribunal Supremo, se realize antes que se conclua o ano do centenário.
Logo em seguida, De la Vega entregou a "Declaración de Reparación y Reconocimiento Personal" aos familiares do poeta Miguel Hernández, em virtude da "Ley de Memoria Histórica".
A nora e a neta do poeta emocionaram-se com a ovação e com este reconheciminto que chega dois dias antes do aniversário da sua morte na prisão, em 28 de Março de 1942.
A declaração do Governo destaca que Miguel Hernández, poeta da geração de 1936, "foi um defensor da liberade dos valores democráticos em momentos dolorosos da nossa historia". Neste contexto, o poeta padeceu perseguição e privação da libertade por razões políticas e ideológicas.

De facto, "ingressou injustamente na prisão em 4 de Maio de 1939 e foi condenado à morte em virtude de uma sentença ditada, sem as devidas garantias pelo ilegítimo Consejo de Guerra". Esta pena foi depois comutada em reclusão perpétua. Não obstante, o poeta faleceu pela precária saúde derivada das desumanas condições da cela em que se encontrava recluso."


A Vice-Presidenta pôs em relevo a figura de Miguel Hernández referindo-se-lhe como:
"un genio artístico que supo levantarse contra generaciones de prejuicios, que siempre entendió que la propia libertad se construye desde el compromiso y que amó como pocos a su tierra y a los que habitan en ella".
E acrescenta:
(...) referiu, ainda, a necessidade de reconhecer e reabilitar a memória de Miguel Hernandez, dizendo: ainda que "haja quem diga, muito friamente, que não é algo necessário", esta norma "fez-se mais necessária, era mais urgente, porque demasiada gente, durante demasiado tempo viu relegada, quando não esquecida, a sua memória".


Como muita gente, eu sei, hoje sinto-me profundamente solidária com esta atitude do Governo Espanhol e pelo reconhecimento da memória de um grande poeta!
Conheci a sua poesia, lembro-me que muitas delas foram através das canções de Joan Manoel Serrat, como a belíssima "Elegia".
Fico contente por ele, pela Literatura e Cultura deste mundo, e pela Espanha!

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