terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um poema triste de Eugénio de Andrade


Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade

3 comentários:

  1. Triste mesmo.
    Vivemos demasiado absorvidos pelas nossas vidas, às vezes tão cheias de coisa nenhuma.

    Gostei das gotas de chuva.
    Beijinhos

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  2. É realmente triste, embora "entre" muito por musical, como todo o Eugénio de Andrade. Eu pessoalmente amo a rotina, é na rotina que me encontro, gosto de sair de vez em quando, mas gosto ainda mais do regresso à minha vida sossegada, e não passo pelas coisas sem as ver, de momento...
    Um beijão para a João

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  3. Apetecia-me a ousadia de concluir o Poema assim: "...e ainda assim, dizemos que estamos vivos!"
    Beijinhos
    Luísa

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