"Blue night"
"Auto-retrato"
O pintor Edward Hopper nasceu em Nyack (USA, estado de Nova Iorque), em 22 de Julho de 1882 e morreu em 15 de Maio de 1967.
Leio na "wikipedia":“Foi conhecido pelas suas
misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na
contemporaneidade. Em cenários urbanos e rurais, as suas
representações de reposição fielmente recriadas reflectem a sua visão pessoal da
vida moderna americana.”
Robert Henri é a figura do meio
Desta escola - chamada Escola de Ashcan- faziam parte outros pintores como John Sloan ou Smith ou e alguns deles foram nomes importantes da pintura norte-americana..
Hopper, acabado o curso de pintura, segue para a Europa.
Queria estudar o que se passava na arte europeia nesses primeiros anos do século XX.
Mas entre a arte abstracta, o cubismo e outras experiências
que ali decorriam, o que Hopper prefere é a pintura realista: o
idealismo dos pintores realistas.
Falo de Manet, Corot, Courbet.
"A casa ao lado da linha do comboio" (1925)
Pintura já da sua maturidade.
Com as linhas finas, a luz fora do comum, trate-se de
paisagem do campo ou da cidade - é no fundo a captura da solidão das pessoas que lhe interessa fixar.
"Vagão de mercadorias"
"Nighthawks", em Colónia
"Drugstore"
Pinta o farol solitário, no alto da colina, onde se adivinha o bater das ondas do mar e o isolamento total.
"Lighthouse"
Pinta as ruas vazias, as fachadas das casas ao nascer do dia.
"Sunday Morning"
Ou os quartos de hotel e o desencanto.
Ou os cafés na noite, e as solidões que se acompanham com um cigarro, um olhar, um encolher de ombros.
As carruagens do metro onde todos se ignoram, ou nos comboios, como se tivessem medo de comunicar...
"Train"
Tanta vontade de sonhar no meio dessas vidas “arrumadas”, que se aceitaram como tal.
Expectativa, ainda, talvez? O pasmo, sobretudo. E a solidão
sempre. Mesmo quando acompanhados.
Só o olhar para fora, o olhar para mais longe, os anima ainda. Mas muitas vezes estão virados para si, prisioneiros do vazio que trazem.
"Sala em Nova Iorque"
Só o olhar para fora, o olhar para mais longe, os anima ainda. Mas muitas vezes estão virados para si, prisioneiros do vazio que trazem.
"Nighthawks"
"Citação" dos Falcões da Noite, por Robert Brown (portoriquenho)
Segundo o artigo da
wikipédia, este café representaria o restaurante de Greenwich Village (Manhattan),
onde Hopper se acolhia na noite - uma espécie de “lar” para ele.
O pintor Edward Hopper era grande espectador de cinema, daí que alguns
críticos notaram semelhanças com filmes de gangsters (Scarface, 1932), ou
Little Caesar (1931).
Não é por acaso que um dos seus quadros mais impressionantes de solidão é um cinema, em Nova Iorque, onde a tristeza da figura feminina, abstraída nos seus pensamentos, solitária, nos toca.
Não é por acaso que um dos seus quadros mais impressionantes de solidão é um cinema, em Nova Iorque, onde a tristeza da figura feminina, abstraída nos seus pensamentos, solitária, nos toca.
Por que não
pensar que o inverso também possa ter acontecido? Quantos filmes de série noir
não terão “seguido” o pintor?
Ou, também, quantos romances não terão escolhido esta figura? E lembro os nomes de Hammett, Hartley Howard, Chandler e os detectives Sam Spade, Bowman ou Philip Marlow...
fotografia no facebook: "Olive Street, dia 28 de Novembro de 1939, no meio do smog"
Quem não se lembra logo d' "O Falcão de Malta" e das figuras que Humphrey Bogart
representou?
Humphrey Bogart "O falcão de Malta"
Parece-me muitas
vezes “encontrar” traços dos quadros de Hopper no cinema americano dos anos 40 ou 50.
"Casa na colina"
Recentemente impressionou-me encontrá-lo no filme de Claude Miller, “Garde à vue”: ver como todo o “décor”, os tons verde-folha, castanho avermelhado dos sofás e a atmosfera da esquadra da polícia são hopperianos!
A verdade é que muitos realizadores reconhecem nele a “fonte”
de inspiração como Wim Wenders (The end of violence), ou Ridley Scott (no Blade Runner), ou
inclusivamente Dario Argento, num seu filme de terror...
Na música, descobri um CD de Tom Waits que homenageia esse quadro no álbum "Nighthawks at diner".
Dizia Hopper de "Nighthawks": "Inconscientemente, estava a pintar a solidão de uma grande cidade”. É o que nos deixa. E é maravilhoso!
http://youtu.be/D3-pTLDP0K4
Capa do CD de Tom Waits
http://youtu.be/D3-pTLDP0K4
Gostei muito do seu post.
ResponderEliminarComprei há poucos dias um livro de Hopper.
Gosto da pintura dele.
Um beijinho e boa semana
Gostei de conhecer.
ResponderEliminarComo estás? Eu fui a Granada e vim bem, sinto-me em paz. Oxalá que dure...
Beijinhos grandes
MJ,
ResponderEliminarGosto muito de Hopper. A melancolia e a solidão absorvem o olhar.
beijinhos. :)