Charlotte
nasce em 21
de Abril de 1816 em Thornton, no
Yorkshire, e morreu em 31 de Março de 1855.
Há pouco tempo foi vendido em
leilão um dos livrinhos minúsculos manuscritos (do tamanho de uma caixa de
fósforos) que as irmãs Brontë mais o irmão, Brandwell, escreviam, nas tardes passadas
no presbitério, para se entreterem.
Foi o Musée de Lettres et de
manuscrits” de França que comprou a preciosidade.
Podem-se ver, no Museu, desde
Janeiro de 2012.
o presbitério, hoje Museu Brontë
Haworth, nos nossos dias, é um
local que vive apenas do turismo das “irmãs Brontë”...
Charlotte, escritora e poetisa
inglesa, é a 3ª filha de seis irmãos e a mais velha das três irmãs que todas elas
se vão dedicar à literatura.
Charlotte, Emily e Anne.
o pai
Apesar dessa quase reclusão no Presbitério, a imaginação, a sensibilidade, a força criativa das três conseguiu que fossem ainda hoje consideradas das mais importantes escritoras ( e por que não, escritores?) da Literatura Inglesa!
A mãe, Maria Branwell, morre,
muito cedo, de cancro (1821), deixando cinco filhas e um rapaz atrás de si.
É a tia, Elizabeth, sua irmã, quem
vem tomar conta das crianças, para o presbitério.
Nos altos de Haworth, viveram
as três irmãs escritoras. E sonharam. E
sofreram.
Com oito anos de idade,
Charlotte (1824) é mandada com três das outras irmãs, para o Lancashire, estudar no orfanato Clergy Daughters’s School, em Cowan Bridge.
Duas delas, Maria (nascida em
1814) e Elisabeth (1815), morrem de tuberculose em 1825.
Pouco depois, devido a
problemas monetários, o pai tira-as da Escola.
Charlotte Brontë
Onde vai
conhecer as duas amigas com quem se escreverá o resto da vida: Ellen Nussey e
Mary Taylor
Em 1842, Charlotte e
Emily vão trabalhar para Bruxelas num
colégio (Internato) dirigido por Constantin Heger e pela mulher, Claire Zo
Heger.
Charlotte ensinava inglês e
Emily, música.
Emily Brontë, retrato retocado
Tudo isto acaba também, quando
a tia morre com uma oclusão intestinal, em Outubro de 1842.
Charlotte fica ainda em
Bruxelas e volta um ano mais tarde, em 1843. Regressa a Haworth, em 1844.
Sente saudades de casa, é certo, mas percebe que se prendera demasiado a
Constantin Heger.
Ele vai ser a figura em que se
inspiram os seus livros: “O Professor” e “ Villette”.
Que está “presente” evidentemente também na figura masculina de “Jane Eyre” (**)
Constantin Heger
Em Maio de 1846, Charlotte, Emily e Anne publicam em conjunto uma antologia de poesia, assinando com os nomes de Currer, Ellis e Acton Bell.
Dizem elas: “contrárias à
publicidade pessoal decidimos esconder os nossos verdadeiros nomes. Uma escolha
ambígua que evita recorrer a nomes claramente masculinos, não querendo declarar
que éramos mulheres (...)”
E, ainda: “Pensávamos que as “autoras”
são sempre olhadas com preconceitos, sendo as críticas sempre mais agressivas
insistindo na “personalidade feminina” quando isso não vem a propósito.”
O sucesso é mitigado... Apesar
de terem vendido apenas dois exemplares, continuam a escrever para publicar e
iniciam a escrita dos primeiros romances. Apesar de terem vendido apenas dois exemplares,
continuam a escrever para publicar e iniciam a escrita dos primeiros romances.
Charlotte é a figura que mais
se distingue, hoje mais conhecida, até porque viveu mais anos.
Mas sabe-se lá o que teria
sido, como escritora madura, a Emily do “Monte dos Vendavais”? Quem sabe o que
haveria ainda de tumultuoso e profundo dentro dela, para contar?
Anne Brontë, desenho
Capa da edição inglesa de "O Monte dos Vendavais"
A par da análise psicológica, revela uma crítica social a, e apoia-se num enorme sentido da moral, do chamado "imperativo ético".
A primeira edição americana (editor Harper & Brothers, de New York) saiu no ano seguinte.
Em Portugal, devemos lembrar que a mais antiga tradução é a de João Gaspar Simões, para a Editora Inquérito, Lisboa, 1941, intitulada “A Paixão de Jane Eyre”, edição pela qual li o livro pela primeira vez!
Surge, em 1965, a tradução de Leyguarda Ferreira na saudosa e utilíssima Edição Romano Torres.
Em 2004, na Colecção Inesquecível, é aproveitada a tradução de Gaspar Simões (Difel, 2004)
Em 1848, é publicado o 1º romance de Anne Brontë, "The tenant of Wildfell Hall" ( A Inquilina de Wildfell Hall).
(*) Em literatura, o termo Gothic Double (Gothic
fiction) refere-se a uma dualidade
na essência de um dado carácter, e na presunção de que essa dualidade procede
de uma bipolaridade de “bem” e “mal”.
(*) "JANE EYRE”
Foi publicado em Londres em 1847 - pelos Editores Smith, Elder
& Co. - com o título de “Jane Eyre. An Autobiography”, com o nome que já usara de Currer Bell.
A edição da “Penguin Books” descreve o romance como um “texto de
influência feminina” devido à sua profundidade na exploração dos sentimentos de
uma personagem feminina”.
Adorei ler este post.
ResponderEliminarMuito obrigado Falcão ;)
Magnífico post, muito elucidativo.
ResponderEliminarParabéns e beijinhos
O Monte dos Ventos Uivantes é um dos meus livros preferidos de sempre.
ResponderEliminarQuando era criança vi uma série baseada na obra Jane Eyre, mais tarde li o livro e da Anne, li também um romance, que penso se chamava o Professor. Li um artigo no qual se referia que a Charlote terá passado para a Jane Eyre o que passou no colégio com a morte de uma das irmãs (pensava que tinha sido só uma a morrer em criança ou adolescente e não duas e imaginei o que também poderia ter escrito se não tivesse morrido).
Gostei muito de ler.
ResponderEliminarOs retratos que aqui colocou são todos bonitos, mas o desenho da Anne Brontë acho-o particularmente bonito.
Aprendi.
Um beijinho
MJ,
ResponderEliminarMuito interessante esta postagem. Só li Jane Eyre.
Beijinho. :)
Maravilhosas, as irmãs Brontë.
ResponderEliminarComo estás? Um grande beijo
Legal!
ResponderEliminarContinuando a leitura nesta postagem, excelente! Obrigado!
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