Para a
Maria, que me sugeriu que falasse da história desta canção...
Le Temps
des Cerises foi uma canção escrita
em 1866, em França. A letra do poema é de Jean-Baptiste Clément e a música de
Antoine Renard.
Era o tempo da Comuna de Paris, tempo conturbado - de
pequenas conquistas, mas de grandes de combates contra as injustiças. E de mortes.
fusilamento dos chamados "insurrectos", 28 de Maio de 1871
E de muitos dramas sangrentos.
prisioneiros, no final da Comuna
A Comuna, o breve “momento” em que o movimento dos "Federados", apoiados por alguns regimentos da guarda nacional, governou Paris: de 18 de Março (ou, antes,
formalmente, desde 28 de Março) até 28 de Maio de 1871. Antes da "ruptura" entre marxistas e anarquistas.
o fim da Comuna: 28 de Maio de 1871
Hoje ambos os movimentos políticos consideram que se deve a “eles” a primeira tomada do poder
pelas classes trabalhadoras durante a Revolução Industrial.
o começo: barricada em 18 de Março de 1871
Supõe-se que a canção foi dedicada pelo escritor da
letra a uma jovem enfermeira que foi morta durante a “semana sangrenta” - quando
as tropas do governo francês deitaram abaixo as barricadas da Comuna de Paris.
Place Vendôme durante a Comuna
A Comuna tinha durado pouco mais de dois meses....
Existem muitas versões da letra da canção. A mais popular é
a que cantou Yves Montand e que nós conhecemos melhor.
É interessante ler o que sobre isto escreveu Louise Michel (1), na sua “La Comune
Histoire et souvenirs” (1898) conta:
“Quando se ouviam os últimos disparos, uma jovem
que chega da barricada da rue Saint-Maur
vem oferecer os seus serviços.
Todos querem afastá-la deste cenário de morte, mas
ela fica. Poucos instantes depois, resolvem fazer explodir as munições que lhes
restam. Morreram todos os que ali estavam presos.
É à jovem enfermeira da “última barricada” e do “último
momento” que J-B. Clément dedica, anos mais tarde, esta poesia da “canção das
cerejas”. Ela nunca mais foi vista, a Comuna desaparecera enterrando com ela
milhares de heróis desconhecidos.”
No cemitério Père Lachaise, onde estão enterrados os mortos da Comuna, há um muro em que está escrito:
"Tombe sans croix et sans
chapelle, sans lys d'or, sans vitraux d'azur, quand le peuple en parle, il
l'appelle le Mur”.
(1)
Louise Michel (1830–1905) foi uma anarquista francesa, professora e trabalhadora
social. Usava por vezes o pseudónimo de Clémence e era conhecida pela “virgem
vermelha de Montmartre”.
O jornalista inglês Brian Doherty chamou-lhe “a grande
dama francesa da anarquia”.
(2)
Aqui fica -para os interessados que queiram cantá-la- a letra da canção. E os links com algumas canções ou versões da mesma...
Encontrei este blog que diz ser criado como uma "homenagem à Comuna de Paris"...
Quand nous chanterons le temps des cerises
(outra versão diz: "quand nous en serons au temps des cerises")
(outra versão diz: "quand nous en serons au temps des cerises")
Et gai rossignol et merle moqueur
Seront tous en fête
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux du soleil au cœur
Seront tous en fête
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux du soleil au cœur
Quand nous chanterons le temps des cerises
Sifflera bien mieux le merle moqueur
Mais il est bien court le temps des cerises
Où l'on s'en va deux cueillir en rêvant
Des pendants d'oreille...
Cerises d'amour aux robes pareilles (vermeilles)
Tombant sous la feuille (mousse) en gouttes de sang...
Mais il est bien court le temps des cerises
Pendants de corail qu'on cueille en rêvant !
Quand vous en serez au temps des cerises
Si vous avez peur des chagrins d'amour
Évitez les belles !
Moi qui ne crains pas les peines cruelles
Je ne vivrai pas sans souffrir un jour...
Quand vous en serez au temps des cerises
Vous aurez aussi des chagrins (peines) d'amour !
J'aimerai toujours le temps des cerises
C'est de ce temps-là que je garde au cœur
Une plaie ouverte !
Et Dame Fortune, en m'étant offerte
Ne pourra jamais calmer(fermer) ma douleur...
J'aimerai toujours le temps des cerises
Et le souvenir que je garde au cœur !
OUVIR:
Yves Montand
Jean Ferrat canta "la Comune"
Nana Mouskouri
Excelente explicação.
ResponderEliminarUma canção de amor que se tornou o símbolo de uma revolução.
Cordial abraço,
mário
Post scriptum:
O belogue de Vitor Dias ,O TEMPO DAS CEREJAS,é já o dois,pois o um foi atacado e eliminado.
Muito interessante a história da canção.
ResponderEliminarÉ bonita tanto na voz de Yves Montand, como na da Nana Mouskouri.
Um beijinho
Très bien: é uma canção linda que se tornou o símbolo de uma revolução e de tantas coisas universais da alma humana...
ResponderEliminarUm beijo grande
Visitamos a dona e lá colocamos flores, do outro lado, outra mulher Le normandi. Mulheres que o mundo jamais esquecerá.
ResponderEliminarbjs nossos
a canção é linda.
Gostei muito de ler o seu post, gostei das escolhas musicais e gostei de relembrar o acontecimento e as canções nas três vozes esplendorosas.
ResponderEliminarNão posso comentar porque ainda não tive tempo de resolver ou saber como resolver o problema. :(
É que às vezes comentar é como dizer um bom dia! sabe tão bem ler e responder. Parece que tenho uma mordaça é horrível.
Ana