dedicado à Gui...
Há autores aos quais se volta eternamente, que nos
rejuvenescem, que nos animam relembrando o que sentimos quando os lemos, noutro
momento, noutra vida quase.
O sorriso vem-nos aos
lábios, quando o as histórias parecem demasiado ingénuas, ou as aventuras exageradas,
ou os medos que nos traziam antes, agora suportáveis.
Os suspiros, as mãos apertadas, os olhos fixos nas páginas,
sem respirar, e o alívio quando a situação se resolvia, quando o criminosos era
apanhado... Era o que sentia nesses tempos da leitura de Sherlock Holmes.
E o Dr. John Watson, que saudades!
Abençoada a hora em que Sir Arthur Conan Doyle resolveu, num
dia do ano de 1887, publicar no "Beeton’s Christmas Annual” o seu A Study in
Scarlet. Com esse mistério, surgem os dois heróis.
Em 1890, sai The Sign of Four.
Publicado e re-publicado, filmado e re-filmado a personagem de
Sherlock Holmes tornou-se na “mais amada figura de ficção literária”, no Reino
Unido.
O Museu Sherlock Holmes
Os dois inesquecíveis - pois, atrás de Sherlock, vem logo o seu
amigo e “biógrafo” Watson, o inseparável Dr. Watson...
O inefável amigo pronto a ajudar, a perceber, a ouvir, a aconselhar
quem não quer ser aconselhado é Watson.
Sherlock, o indomável, o inteligente, que tudo observa até ao
mínimo pormenor, é o transgressor de tudo menos da honestidade e da justiça.
O maléfico Professor Moriarty, por Sidney Paget
O Professor Moriarty é o inimigo fatal, que parece morrer sempre e renasce a cada história. Só Sherlock "sabe" que ele não morre...
É ele que, em dado momento, consegue “matar” Sherlock Holmes,
empurrando-o para uma catarata sem fundo, a célebre catarata de Reichenbach,
no livro “O problema final” (1891).
luta nas Cataratas de Reischenbach (desenho de Sidney Piaget)
Durante anos Watson sofreu, esperou, desesperou.
Mas um dia...como nas histórias para crianças – que todos
somos e nunca deixamos de ser- aparece-lhe um mendigo muito velho, muito sujo
(Sherlock era mestre na arte dos disfarces) e as aventuras recomeçam mais
tenebrosas e assustadoras do que nunca!
a surpresa de Watson...
Sherlock volta a investigar...
É o conto A Aventura da Casa Vazia...
Um dia fui a Londres e –inevitavelmente- Sherlock was in my
mind! Assim que cheguei, “planeei” a visita ao “mítico” endereço : 221B, Baker Street.
Conan Doyle teve o dom de nos recriar um universo especial em
que – se quisermos, se tivermos fantasia para isso- mergulhamos sempre do mesmo
modo: de olhos surpreendidos, cheios de curiosidade...
Lá está a “casa” de Sherlock Holmes, como a imaginámos –
perfeita! Só que nunca foi ali o nº 221 B, a rua mudou toda, e só resta “do
tempo” irreal da invenção do autor, aquela casa “recriada” para nós. Já no metropolitano me impressionara a "estação" Baker Street...
até fiquei de olhos fechados!...
Museu que “serve” ( e bem!) para trazer de
volta o mistério...
O Dr. Watson de serviço, à espera dos "fãs"...
"casos" resolvidos por Sherlock Holmes
Vi tudo, fotografei (claro!) com o telemóvel, absorvi a
“atmosfera”, imaginei-o à janela, a adivinhar a chegada de alguém, a fumar o seu cachimbo, a pensar na droga que, inevitavelmente, iria usar.
Jeremy Brett, o "melhor" actor Sherlock Holmes
a janela de Sherlock Holmes
o quarto de Sherlock Holmes
Porque, quando não tinha um caso para resolver, quando se aborrecia, Holmes drogava-se.
E o Dr. Watson, médico e amigo, sofria pavores!
a miss que Sherlock não "via"...
Enfim, estes são os momentos em que me reconcilio com a vida
e com a passagem do tempo.
Quero agradecer a estes amigos fiéis! Que me trouxeram à memória a "fantasia"!
carrocel em Brighton
um jovem fã de Sherlock Holmes com "souvenirs" do Museu
Estamos na Semana do Amigo,
não se esqueçam...
Estes (os livros, as histórias, os autores) foram dos maiores
amigos que tive na minha vida!
Já agora, deixo um pouco sobre Arthur Conan Doyle para quem não saiba... mas
haverá alguém que não saiba?
Sir Arthur Conan Doyle, em baixo pintado por Sidney Piaget
Nascido em Edimburgo (Escócia), de uma abastada família
irlandesa, em 1859, morre em 1930, com um ataque de coração, em Crowborough.
Estudou medicina e licenciou-se na Universidade de Edimburgo
em 1881, decidindo estabelecer-se em Londres.
Várias ciências o interessam, o
ocultismo é uma delas.
Depois do sucesso dos dois primeiros livros, decide abandonar
a medicina para escrever a tempo inteiro.
Sherlock Holmes, "visto" pelo pintor Sidney Piaget, que ilustrou as suas histórias
souvenir comprado no Museu Sherlock Holmes
Escrevia sobre muitos assuntos e um dia “cansa-se” de
Sherlock (talvez Sherlock Holmes lhe “fizesse sombra...”), quer dedicar-se a escritos mais sérios e decide matá-lo -no
romance His Last Bow.
Perante a reacção do público, as inúmeras cartas e protestos
que recebeu ele e a Editora, os pedidos, a incompreensão, a indignação... teve
de o trazer de novo à vida.
De facto “ressuscitou-o” no livro: The Hound of the Baskervilles (O Cão dos Baskervilles) que já estava escrito (1901-1902) e tinha saído numa
revista.
ilustração de Sidney Piaget
Mas percebeu cedo que teria de o fazer voltar à vida a sério e assim publica
no Strand Magazine (1904-1905) as novas histórias de Holmes, reunidas sob o
título: The Return of Sherlock Holmes.
Sherlock “volta” de facto na história The Adventure of the Empty House, disfarçado de mendigo...
Watson “escreve-as” nesse ano quando Sherlock, já aposentado, lhe dá licença de as escrever.
fantástico post.
ResponderEliminarAs casas inglesas tinham um charme irresistivel.
Os dois novos fãs do Sherlock são o máximo, sempre por aí a espreitar. E a outra fã está muito bem na fotografia!
Um beijinho
Bem, só posso fazer uma vénia a este post. Até as pessoas que não lêem policiais como eu, ficam com com vontade de os ler. As fotografias estão muito boas.
ResponderEliminarE, o número de fãs não pára de crescer... Pensei que os nossos amigos ainda não sabiam ler! Afinal enganei-me...
Beijinhos.