Poeta japonês escritor de haikus
Não resisto a pôr hoje estas pequenas maravilhas...
De Matsuo Bashô, o mais antigo poeta de
"haikus", poeta do séc. XVII (1644-1694. Nesta Primavera "outonal", como não entender este grito?
"E tu, aranha
como cantarias
neste vento de Outono?"
Matsuo Bashô
Ou esta de
Tan Taigi, poeta do séc. XVIII, sobre "o gato apaixonado" e os seus bigodes:
"Apaixonado
O gato
esquece o arroz
Colado aos
bigodes"
Tan Taigi
(1709-1771)
ou ainda
"O gafanhoto" e o orvalho, de Kobayashi Issa:
"Gafanhoto –
Não pises
as pérolas
de
orvalho branco"
Kobayashi
Issa ( 1763-1827)
e o quase-epitáfio de Osali Kôyô:
"se pudesse morrer..."
"Se pudesse
morrer
Ozaki Kôyô
(1867-1903)
Versos que me lembram os de outro poeta, português,
(cujos versos me giram na cabeça, mas que não identifico... alguém me ajuda?):
“Se eu
pudesse morrer ao amanhecer
com
clarins troando na cidade deserta... ”
"Quando eu morrer batam em latas,
rompam aos saltos e aos pinotes
façam soar no ar chicotes,
chamem palhaços e acrobatas..."
O mesmo sentimento da morte que se espera e se desejaria momento perfeito, a beleza, a sensibilidade dos versos dos poetas – mas quanta diferença na imediateza e no momento “efémero” e infinito do “haiku” japonês.
De Chirico
Ou de Mário de Sá-Carneiro...
"Quando eu morrer batam em latas,
rompam aos saltos e aos pinotes
façam soar no ar chicotes,
chamem palhaços e acrobatas..."
Seurat, Circo
O mesmo sentimento da morte que se espera e se desejaria momento perfeito, a beleza, a sensibilidade dos versos dos poetas – mas quanta diferença na imediateza e no momento “efémero” e infinito do “haiku” japonês.
É tudo tão bonito!
ResponderEliminarGosto dos Haiku e das pinturas.
Fui espreitar na Net se descobria de quem são os versos de que fala, porque se calhar nunca os vi, mas ao mesmo tempo parecem-me familiares. São muito bonitos e agora também gostava muito de saber a autoria.
Um beijinho grande