Baudelaire , por Émile deroy
La beauté
Je suis belle, ô mortels ! comme un rêve de pierre,
Et mon sein, où chacun s'est meurtri tour à tour,
Est fait pour inspirer au poète un amour
Eternel et muet ainsi que la matière.
Je trône dans l'azur comme un sphinx incompris;
J'unis un coeur de neige à la blancheur des cygnes;
Je hais le mouvement qui déplace les lignes,
Et jamais je ne pleure et jamais je ne ris.
Les poètes, devant mes grandes
attitudes,
Que j'ai l'air d'emprunter aux plus fiers monuments,
Consumeront leurs jours en d'austères études;
Car j'ai, pour fasciner ces dociles amants,
De purs miroirs qui font toutes choses plus belles :
Mes yeux, mes larges yeux aux clartés éternelles!
Charles Baudelaire, (Les
Fleurs du Mal)
1ª edição de "Les fleurs du mal"
A Beleza
(tradução de delfim guimarães)
De um sonho escultural
tenho a beleza rara,
E o meu seio, — jardim onde cultivo a dor,
Faz despertar no Poeta um vivo e intenso amor,
Com a eterna mudez do marmor' de Carrara
Sou esfinge subtil no Azul a dominar,
Da brancura do cisne e com a neve fria;
Detesto o movimento, e estremeço a harmonia;
Nunca soube o que é rir, nem sei o que é chorar.
O Poeta, se me vê nas atitudes fátuas
Que pareço copiar das mais nobres estátuas,
Consome noite e dia em estudos ingentes.
Tenho, p'ra fascinar o meu dócil amante,
Espelhos de cristal, que tornaram deslumbrante
A própria imperfeição: — os meus olhos ardentes!
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
A imperfeição inevitável
ResponderEliminardos deuses
A tradução é tão livre, que alcança a beleza do poema original.
ResponderEliminarGostei de ouvir uma certa voz esta manhã. Rompeu-se a magia do desconhecido, mas talvez tenha começado uma história de mais cercania. Esperemos que sim...
Beijo
Penso que a tradução livre é a única que dá a sensação original...
Eliminarbeijinho
Pobre poema do Baudelaire que quase se não consegue ler!
ResponderEliminarPartidas que nos fazem estas tecnologias... ou lá o que é. Fui copiar à internet e saiu-me assim e não consegui mudar nada.
Mas Baudelaire resiste a tudo...Como todas as magias, ele será sempre único!
Tão bonito!
ResponderEliminarSe arrependimento matasse... Há uns anos, comprei e vendi um exemplar das "Les fleurs du mal". É certo que hesitei bastante antes de o vender, mas como não posso ficar com os livros todos...
Pois bem, arrependi-me de imediato!
De vez em quando ainda dou um "toque" ao cliente que a comprou, mas não resulta!
Era uma edição francesa tão bonita e ilustrada...
Certos erros pagam-se caros...
As edições da Pléiade são magníficas!
Um beijinho, Maria João.:))
Pois é Cláudia, bem a compreendo! mas vai ver que ainda um dia reencontrá o seu livro querido! A Pléiade é fantástica...sei que me entende...
Eliminarbeijinhos
Saudações Mrs. Falcão, receba minha paz nessa manhã de sol finito depois de uma tensa noite de chuva e gotejo do telhado. Poucos, livre de seu circulo rotineiro e diário, tem sentido para ouvir, mesmo que de longe—as escondidas, o fascínio de uma noite de chuva e sua majestosa maneira de abraçar cada pedaço, vivente ou não sem pedir nada em troca. Charles Baudelaire não é meu curiculo de leitura mas pretendo aprecia-lo pela modesta recomendação. Uma vez mais fique na paz nas notas que ouço agora do Concerto para Piano No.2 em Fá Menor Op. 3 de João Domingos Bomtempo, outra pérola portuguesa que recentemente descobri. Namaste
ResponderEliminarAmigo Mr. Butterfly! Vou ouvir já esse concerto do Bomtempo. Sei que o seu gosto musical é bom... Abraço
EliminarMaria João,
ResponderEliminarTenho este livro mas não me recordava deste poema.
Beijinho. :))