segunda-feira, 29 de julho de 2013

JACQUES DEMY E OS FILMES DO EN-CANTO: "Les Parapluies de Cherbourg"






Revi  o filme “Les Parapluies de Cherbourg”  que passou ontem na TV/Arte. 



Chamam a este filme de Demy um filme "en-chanté" jogo de palavras entre o encanto com que o vemos e o facto de ser "chanté", cantado.


Ontem, o  filme - cuja película foi restaurada recentemente- parecia encantar ainda mais! 

Cores pastel, tons suaves do amarelo e do azul ao rosa, ao cor de rosa de todos os tons, cenário lindo, coreografia maravilhosa e a música inesquecível de Michel Legrand.

Inesquecível pelo romantismo, pela suavidade, delicadeza e dramatismo este filme comove ainda hoje nestes duros tempos em que os sentimentos têm tendência a desaparecer, dizem. O que não é verdade, como todos sabemos...

O realizador é Jacques Demy, autor próximo da "Nouvelle Vague" francesa dos anos 50, casado com Agnès Varda, cineasta, fotógrafa de grande sensibilidade – e autora do belo filme "Cléo, de 5 à 7", que vi na semana passada na Arte.

Jacques Demy nasceu em Pontchâteau, no Loire, em 5 de Junho de 1931. Morre em Paris, a 27 de Outubro de 1990.

estação de Pontchâteau

Desde criança que se interessa pelos espectáculos e pelas imagens em movimento. 

Aos 4 anos cria o seu teatro de marionetes. Com 9 anos “inventa” o seu projector de cinema, realizando pequenos filmes com imagens pintadas na película por ele próprio. (cf. filme de Agnès Varda, “Jacquot de Nantes”, filme-biografia de Demy, 1991)




Em 1940, realiza uma curta-metragem tirada do livro "Le Bel Indifférent", de Jean Cocteau.
Jacques Demy, Agnès e os 3 actores que fazem de "Jacquot"


O primeiro filme é de 1961, e chama-se "Lola", com a actrizAnouk Aimée. Segue-se "La Baie des Anges" (1963), com Jeanne Moreau.


No set dos "Parapluies", Catherine Deneuve e Nino Castelnuovo

Um ano mais tarde, em 1964, aparece o filme "Les Parapluies de Cherbourg". 

Desta vez, é  Catherine Deneuve no seu primeiro papel a sério. Foi decisivo na sua carreira este papel representando Geneviève, contou ela.




Pierre-Auguste Renoir, Les Parapluies


Depois, em 1967, Demy filma "Les Demoiselles de Rochefort", de novo com Gene Kelly, Catherine Deneuve e com a irmã dela, Françoise Dorléac, actriz afirmada noutros filmes (como "La peau douce", de François Truffaut) e que vai morrer, tragicamente, nesse mesmo ano, num desastre de automóvel.



Em 1969,  realiza "Model Shop" com Anouk Aimée de novo. A trilogia musical está completa.


Em 1970, realiza "Peau d’Âne", com Catherine Deneuve e Jean Marais. 



Em 1982, sai outro filme musical, "Une Chambre en Ville", com Dominique Sanda e Claude Berry.

O realizador morre em 1990, com 59 anos. Em 2008, Agnès Varda, sua mulher, revela no filme de memórias “Les plages d’Agnès” que Jacques morrera de SIDA.


Sète, é uma das "plages d’Agnès"

Conto-o porque, além de ser uma informação da própria Agnès acho que é uma doença de que se deve falar e desmistificar a ideia de pestíferos que tantas vezes se associa aos doentes desta doença.


Rever Les Parapluies foi uma maravilha inesperada... Comovente.

7 comentários:

  1. anche mia figlia ha visto il film qualche settimana fa mentre era a Parigi, lei non lo aveva mai sentito nominare ed è rimasta molto sorpresa a sentire che io invece lo ricordavo. Ho fatto un figurone!

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    1. è un filme bellissimo! Mi piace che abbia piacciuto anche a tua figlia! A te sò che dovrebbe piacerti (da qunto ti conosco...)
      Buonanotte, Dede!

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  2. Nunca tinha ouvido falar no filme, pode ser que ainda calhe a vê-lo na televisão. Deve ser bonito.
    Apontei o nome.
    É curioso, que comprei há tempos "As praias de Agnés", mas ainda não o vi. Nem sei o que me levou a comprá-lo...creio que o facto de ser barato e me agradar o resumo (de que já nem me lembro...). Mas agora fiquei curiosa de o ver. Vou já descobri-lo no monte e vai a seguir aos Maigret (hoje vi mais dois episódios. Estou a gostar).
    Gostei muito do post. Consegue levar-nos por temas tão diferentes (cinema, pintura, fotografia...) numa "aula" interessantíssima do princípio ao fim!

    Um beijinho grande!


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  3. Já vi "As praias de Agnès". Se calhar, se não tivesse lido este post, acabava por nunca o ver ou mesmo, começando, não o levava até ao fim. Por causa do seu post fui vê-lo, e gostei. Acho que a Agnès Varda era (é) uma pessoa interessante. Creio que nunca vi nenhum filme dela. Pelo menos que me lembre...
    Um beijinho :)

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  4. Agora vais bem à minha frente: eu não vi o filme! E quero pedir-te se mo emprestas, gostava de o ver. O outro "Cléo das 5 às 7" é muito bom, mas vi-o na TV francesa há umas semanas, nunca o tive. Assim como os Parapluies. Quem sabe se não há na Amazone francesa? Vou espreitar...
    Beijinhos minha querida, espero que o filme (do cinema) tenha sido bom!

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    1. Empresto sim, claro! Mando-lho amanhã. Espero que goste. É um documentário, uma biografia da própria realizadora. É interessante.

      O filme de hoje foi bom, mas muito pesado. São cinco irmãos, (filhos de nazis que foram presos no final da guerra), que atravessam uma Alemanha destruída pela guerra, para tentarem chegar a casa da avó, onde ficarão a salvo. É um filme muito triste.
      Um beijinho grande :)

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  5. Os filmes do Jacques Demy e da Agnès Varda estavam à venda, há uns meses na FNAC. Gosto imenso de ambos.
    Está uma expo sobre ele na Cinemateca Francesa.
    Boa noite!

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