quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Aventuras do meu cão Zac, em São Tomé...












Era um aventureiro, um destemido o meu cão Zac. E um companheiro como nunca houve outro.
Já contei a história dele e da matilha selvagem e hoje estava a pensar (penso nele muitas vezes...) e lembrei-me da história da porca selvagem que amamentava as crias...


Nessa amanhã, tínhamos ido cedo –antes que o calor tornasse impossível o passeio- seguimos pela estrada que sobe pela Chácara, vai em direcção à Trindade, passa por Monte Café e continua por ali acima até à velha Pousada.

Não sei exactamente por onde andámos mas lembro-me que, a dada altura, encontrámos a D. Fausta, uma senhora mulata que tomava conta de umas hortas ali perto, e ficámos a falar com ela.
Havia um desnível ao lado, uma espécie de tanque gigantesco, lembrando um terreiro de forma rectangular, com bordos altos.
O Zac saltou logo para lá e começou as suas investigações, e, curioso como sempre foi, pôs-se a cheirar tudo e a dar ao rabo, sinal de que estava entusiasmado com qualquer coisa.
Andou, andou e afastou-se para o fundo do tanque, enquanto estávamos distraídos na conversa.
De repente, ouve-se um grunhido furioso que não percebi de onde vinha nem o que era! Um ruído assustador, porque não o esperava, virei-me e vi o Zac a fugir, ligeiro, perseguido por uma porca muito grande, correndo desalmada, a resfolegar, atrás dele.
Acho que o espanto do meu cão era tão grande que, de início, se assustou e foi perdendo terreno. Nem conseguia ladrar de medo, e eu só lhe via as orelhas atiradas para trás e o olhar ansioso, com a cabeça meio de lado, virada para o sítio onde eu estava.
Chamei-o para mostrar que estava perto, e atenta, para lhe dar alento.

De facto, deu-me a sensação que acelerou na corrida à volta do tanque, fazendo de repente uma finta inesperada, voltando logo para trás, sem parar de correr.
A porca que não esperava tal reacção, travou, e foi derrapando antes de poder mudar de direcção.

Entretanto, o Zac já se tinha aproximado de nós e parara a olhar para cima.
Puxei-o para o colo. Aliviado, ladrou, ladrou até perder o fôlego de vez.
Lambia-me a cara num agradecimento sentido, suspirando...

1. a minha casa em S. Tomé

2. estrada para o Cão Grande
3. o meu cão Zac, na varanda da casa

3 comentários:

  1. O Zac era um príncipe..., dizia, em Telavive, um homem meio poeta, meio louco, que o encontrou no bar do Hotel Yamit, onde o Zac residia... e onde invadiu a embaixada do Gabão, provisoriamnete instalada numa suite do mesmo Hotel... por causa de uma cadelinha, por sinal, bem bonita!...

    O Zac era, também, um grande apaixonado...



    Sim, era um príncipe, um senhor de passagem...

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  2. Estas narrativas, de existências desconhecidas mas essências que partilho, fazem-me bem à alma! Obrigada, Maria João!
    Um enorme beijinho

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