Era um aventureiro, um destemido o meu cão Zac. E um companheiro como nunca houve outro.
Já contei a história dele e da matilha selvagem e hoje estava a pensar (penso nele muitas vezes...) e lembrei-me da história da porca selvagem que amamentava as crias...
Nessa amanhã, tínhamos ido cedo –antes que o calor tornasse impossível o passeio- seguimos pela estrada que sobe pela Chácara, vai em direcção à Trindade, passa por Monte Café e continua por ali acima até à velha Pousada.
Não sei exactamente por onde andámos mas lembro-me que, a dada altura, encontrámos a D. Fausta, uma senhora mulata que tomava conta de umas hortas ali perto, e ficámos a falar com ela.
Havia um desnível ao lado, uma espécie de tanque gigantesco, lembrando um terreiro de forma rectangular, com bordos altos.
O Zac saltou logo para lá e começou as suas investigações, e, curioso como sempre foi, pôs-se a cheirar tudo e a dar ao rabo, sinal de que estava entusiasmado com qualquer coisa.
Andou, andou e afastou-se para o fundo do tanque, enquanto estávamos distraídos na conversa.
De repente, ouve-se um grunhido furioso que não percebi de onde vinha nem o que era! Um ruído assustador, porque não o esperava, virei-me e vi o Zac a fugir, ligeiro, perseguido por uma porca muito grande, correndo desalmada, a resfolegar, atrás dele.
Acho que o espanto do meu cão era tão grande que, de início, se assustou e foi perdendo terreno. Nem conseguia ladrar de medo, e eu só lhe via as orelhas atiradas para trás e o olhar ansioso, com a cabeça meio de lado, virada para o sítio onde eu estava.
Chamei-o para mostrar que estava perto, e atenta, para lhe dar alento.
Acho que o espanto do meu cão era tão grande que, de início, se assustou e foi perdendo terreno. Nem conseguia ladrar de medo, e eu só lhe via as orelhas atiradas para trás e o olhar ansioso, com a cabeça meio de lado, virada para o sítio onde eu estava.
Chamei-o para mostrar que estava perto, e atenta, para lhe dar alento.
De facto, deu-me a sensação que acelerou na corrida à volta do tanque, fazendo de repente uma finta inesperada, voltando logo para trás, sem parar de correr.
A porca que não esperava tal reacção, travou, e foi derrapando antes de poder mudar de direcção.
Entretanto, o Zac já se tinha aproximado de nós e parara a olhar para cima.
Puxei-o para o colo. Aliviado, ladrou, ladrou até perder o fôlego de vez.
Lambia-me a cara num agradecimento sentido, suspirando...
1. a minha casa em S. Tomé
2. estrada para o Cão Grande
3. o meu cão Zac, na varanda da casa
O Zac era um príncipe..., dizia, em Telavive, um homem meio poeta, meio louco, que o encontrou no bar do Hotel Yamit, onde o Zac residia... e onde invadiu a embaixada do Gabão, provisoriamnete instalada numa suite do mesmo Hotel... por causa de uma cadelinha, por sinal, bem bonita!...
ResponderEliminarO Zac era, também, um grande apaixonado...
Sim, era um príncipe, um senhor de passagem...
Estas narrativas, de existências desconhecidas mas essências que partilho, fazem-me bem à alma! Obrigada, Maria João!
ResponderEliminarUm enorme beijinho
fico feliz! bjs
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