sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Agatha Christie, Tommy e Tuppence, "O Adversário Secreto" e outras histórias





The Secret Adversary ("O Adversário Secreto", título em Portugal e "O Inimigo Secreto", no Brasil) é o primeiro romance de espionagem de Agatha Christie, publicado em 1922, tendo como heróis um casal de jovens detectives que, a dada altura, Agatha inventa.

Já existia Poirot, o primeiro a surgir, em 1920, no livro The Mysterious Affair at Styles e, em 1930, iria aparecer a tremenda e simpática Miss Marple. Mais tarde ainda, criará os detectives, menos conhecidos, Mr. Quinn e Parker Pyne.

De repente, em 1922, “aparecem-lhe”, de modo natural, duas figuras novas: Tuppence (Prudence Cowley) e o seu amigo de infância, Tommy (Thomas Beresford).
A jovem Tuppence tem muito da própria Agatha: é como ela independente, sôfrega de aventuras, apaixonada...


O livro O Adversário Secreto vai ser o "campo" em que se movem, e vão lutar, pela primeira vez, estes heróis.
Ao longo da vida - e da obra- Agatha Christie irá buscá-los, juntá-los de novo: apaixonam-se, casam, entram no Serviço Secreto Inglês, investigam juntos, correm os mesmos perigos...

Em 1929, sai o segundo livro com Tommy e Tuppence, Partners in Crime (O Homem que era nº 16, na edição portuguesa e Sócios no Crime, no Brasil). Passa-se seis anos depois, quando os dois decidem trabalhar numa agência de detectives.

É curioso ver que são o único casal que a escritora usa em mais de um livro. E, enquanto Poirot ou Miss Marple se envolvem em aventuras sem nunca se dar pela passagem do tempo, como se não tivessem idade, estes dois vão sendo diferentes entre uma história e outra. Evoluem e o tempo passa por eles, fá-los mudar, crescer, ter filhos e envelhecer...
No primeiro livro citado, entram, ainda solteiros, quase por brincadeira num perigoso jogo de espionagem, para o qual não estavam preparados mas que resolvem com perícia, coragem e inteligência.
Na segunda história, os dois estão apaixonados um pelo outro e... pela intriga.

Entretanto, tinham comprado, e passam a gerir, a falida Agência Internacional de Detectives Blunt.

Desempregados e sedentos de viver grandes aventuras, envolvem-se na procura de uma miúda Jane Finn, que desaparecera após o naufrágio de um navio de passageiros, durante a I Guerra.
Jane tem na sua posse um documento secreto que pode comprometer a Inglaterra e os países aliados. O Governo procura-os. Outros grupos, porém, estão interessados também nessas informações com o fim de desestabilizar o país...

Seguem-se perseguições, raptos, assassínios, traições, uma série de peripécias que põem em acção Tommy e Tupence. Mas eles divertem-se enquanto resolvem o enigma.
Em 1941, no terceiro, "N or M?" (Tempo de Espionagem, em Portugal e "M ou N?", no Brasil) passaram já mais ou menos vinte anos.

Enquanto o filho deles, Derek, combate, na II Guerra Mundial, Tommy e Tuppence vão viver para uma pequena cidade, aparentemente tranquila, mas que esconde um perigoso elemento da chamada “quinta-coluna”, um espião alemão.
Um agente inglês (cuja missão era descobrir os nazis infiltrados no comando inglês), é morto, e as suas últimas palavras foram: "M ou N. Song Susie".
Nesse momento, Tommy e Tuppence vão colaborar com os Serviços Secretos Ingleses na investigação.

Para isso, hospedam-se em uma pensão repleta de velhinhas simpáticas e de homens de negócios, acabando por se envolverem com espiões e numa série de crimes.

No quarto livro, 1968,
By the Pricking of My Thumbs (chamado "Caminho Para a Morte", em Portugal, e "Um Pressentimento Funesto", no Brasil), Tuppence vai visitar a velha Tia Ada, que vive num lar.
Encontra lá uma velha senhora, que dizem louca, a Sra. Lancaster, que se põe a falar com ela de coisas que não fazem sentido, ligadas ao filho e a qualquer coisa que estaria atrás da lareira.

A conversa é estranha, Tuppence, curiosa porque acha que a senhora está no seu juízo perfeito, resolve investigar. O casal acaba por se envolver numa trama complexa, como sempre.
Em 1973, sai novo livro com os dois, o quinto e último, Postern of Fate ("Morte pela Porta das Traseiras", em Portugal, e "Portal do Destino", no Brasil).

Estão aposentados e decidem mudar de terra, para um local sossegado, no litoral (no fundo, a casa que Agatha comprara, à beira-mar, e que tanto amava...).
Mas o novo destino abriga mais um crime que os dois vão tentar resolver.
A casa antiga onde se instalaram tem um sótão cheio de livros velhos. Quando os começa a arrumar, Tuppence vai folheando e lendo passagens de livros que lera noutros tempos. Num deles descobre um bilhetinho misterioso, uma mensagem que alguém escrevera cinquenta anos antes
Recorrendo à memória de pessoas de idade, e de alguns velhos do asilo, consegue dar um sentido à mensagem e descobrir um crime adormecido...

2 comentários:

  1. Já o li mas os policiais que compilam várias investigações (como os com Tommy e Tuppence) nunca me entusiasmaram muito... Cada história é demasiado pequena: Lê-se num instante! :)))
    Abraço e boas leituras!

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  2. É verdade, deixam-nos insatisfeitos. Também prefiro as histórias longas...
    O Chandler tem "contos" bons, mas prefiro aqueles que "desenvolveu" e transformou em romances...
    Fui comprar já o Existence do M. Amis. Vou ler.
    Abraço forte cheio da humidade londrina...

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