segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Outra Música: Clara Wyeck e Robert Schumann









Robert Schumann nasce em 8 de Junho de 1810, em Zwickau, na Saxónia. O pai era um livreiro, a sua família era culta e tudo o empurrava para o estudo.



Como o seu pai era bibliotecário, Schumann, pôde ler e entusiasmar-se com a obra de Shakespeare, verdadeiro emblema para os jovens que se rebelavam contra a ortodoxia do Classicismo, ou, outros escritores mais próximos, Lord Byron e autores como Walter Scott.
Depois da formatura em Direito, Robert Schumann decide estudar música, uma das suas grandes paixões, juntamente com a literatura.
Nessa altura, vai para Leipzig e procura o professor de música mais famoso da Alemanha, o Professor Frederich Wieck, pai da pianista, Clara Wieck.

Schumann foi um dos "pais" do Romantismo Alemão, amigo Franz Lizt, Fredéric Chopin, e do escritor Heines.

Mas na altura em que vai para Leipzig Schumann era desconhecido, um estudante mais, dos muitos que procuravam o Professor Wyeck para ter lições de piano.

Quando conheceu a filha do professor, Clara, ela ainda era muito nova. Interessa-se muito por ela, conversam muito, Schumann conta-lhe as histórias folclóricas, fantásticas, com personagens invulgares tão caras aos "românticos"- algumas inventadas possivelmente - e prende a atenção da jovem.
Tornam-se bons amigos.
Schuman é uma pessoa complicada. Muitas dessas histórias falam não só de seres sobrenaturais como de seres "duplos", sósias, duplas personalidades (como não pensar em Dostoievski e o seu "Duplo"?)
Ele próprio é contraditório: parece ter duas naturezas em conflito constante: uma arrebatada e arrebatadora e enérgica, a outra calma e meditativa, com tendência para a melancolia, o mal do século...

Apaixonam-se, mas quando o pai sabe, tem uma fúria, esse amor é contrariado. O pai receia a personalidade complexa e contraditória de Schumann.
E, sobretudo, queria que Clara fosse a pianista que ele tinha sonhado e o casamento poderia opor-se a isso.

Ela seria uma grande pianista (ainda hoje famosa), fora criada para ser concertista de piano. Este era o destino que o Porfessor Wyeck queria para ela.
A tudo isto renunciou para ser mulher de Schumann.
Quando Clara completa 21 anos conseguem casar.

2 comentários:

  1. Schumann é um dos compositores em que o percurso pessoal e a evolução da sua personalidade têm sido estudados na relação da composição com a condição "médica". Hoje sabe-se que o seu brilhantismo como compositor era paralelo a um quadro psicótico complexo, talvez o que se chama hoje de doença bipolar (com períodos de euforia e delírios alternando com depressões graves). O interessante em Schumann é que,há obras suas (a Sinfonia nº3 é geralmente citada)intensamente "solares", apesar de compostas em períodos de profunda depressão, levando esses estudos a sugerir que, no Romantismo, para alguns autores não existe um filtro definido entre criatividade e ânimo.

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  2. Estou de acordo, é tão difícil definir o artista, ou a "normalidade" do artista. Psicótico? Bipolar? Deprimido?
    Que importa? É a obra que interessa... E essa é grande.

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