o escritor Icchokas Meras
Só o li há pouco tempo –apesar de ser, há longos, anos um best-seller o livro de que vou falar.
A Stalemate Lasts But a Moment, edição americana
retrato de Icchokas Meras, na Lituânia
Breve biografia:
Icchokas Meras nasceu em Outubro de 1934, em Kelmé, pequena cidade no noroeste da Lituânia, onde residia a comunidade judaica mais antiga do país.
A família morreu durante o trágico mês de Julho de 1941, durante a deportação. Icchokas, com sete anos, é poupado com um grupo de crianças da sua idade (1).
É recolhido- e escondido- por uma família de camponeses lituanos. Nos anos difíceis do pós-guerra faz a escola secundária, revelando muito cedo a inclinação para escrever.
Começa a publicar no jornal local.
Em 1958, forma-se no Kaunas Polytechnic Institute com uma licenciatura em “engenharia radio-electrónica”. Começa a dedicar a maior parte do seu tempo livre à literatura.
Capa da edição francesa de "Stalemate", nas edições StockEm 1960 publica o primeiro livro de contos, "The Yellow Patch", baseado em cenas da sua própria infância, no gueto.
Os seus romances, short stories, ensaios ou peças de teatro foram vastamente publicados e traduzidos em várias línguas.
Meras recebeu muitos Prémios literários, incluindo o “International Rememberance Award for Excellence and Distinction in the Literature of the Holocaust”, pelo livro a que me refiro, A Stalemate Lasts But a Moment, publicado em Portugal com o nome “Impasse” (Quetzal Editores, 2006).
Literatura do Holocausto... O que é? Fácil: é a que fala desse horror que foi a deportação e morte de milhões de seres humanos -só porque eram judeus.
Como Elie Wiesel, Aaron Appelfeld e outros, Icchokas Meras escreve sobre uma experiência vivida: os guetos, as perseguições, a deportação, a fuga...
O livro de Aaron Appelfeld, "Badenheim 1939", é uma "anunciação" das deportaçõesSe ele perder, elas vão ser levadas; se ele ganhar, elas salvam-se mas ele será morto. Só o empate os poderia salvar todos. Schoger sabe que o empate é praticamente impossível.
A partida joga-se, pois, à noite, entre o Comandante alemão Schoger, e o jovem judeu Isaac (Isia), grande jogador de xadrez.
O fim é previsível? Não sei. Talvez não seja...
Vale a pena ler...
Porque é um belo livro, claro. E porque é importante não esquecer...
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Dados biográficos de Meras:
Em 1965, publica outro romance: “What the World Rests On”.
Em 1971, seguem-se “The Week of the Moon” e “The Old Fountain”.
Desde 1972, Icchokas Meras vive em Holon, em Israel.
(2) Elie Wiesel, Prémio Nobel da Paz, nasce em 1928. É um escritor americano (naturalizado em 1963)es
Aos 16 anos é internado nos campos de concentração de Buchenwald e Auschvitz onde assiste à morte do pai. E onde toda a sua família morre.
Vai viver para França depois da Guerra, estuda na Sorbonne.
Em 1950 era correspondente de jornais americanos, israelitas e franceses. Parte para os Estados Unidos em 1956.
Night (1958) conta os horrores que presenciou como deportado nos campos de morte. Escreve mais duas novelas: "Dawn" (Amanhecer) (1960) e "The accident" (1961), sobre o mesmo assunto.
Capa de "Night" (A Noite), de Elie Wiesel
(3) Aaron Appelfel nasceu em 16 de Fevereiro de 1932 na aldeia de Zhadova perto de Czernowitz, na Roménia, (hoje Ucrânia). No ano de 1940, tinha Appelfeld oito anos de idade, os Nazis invadem a aldeia e matam a mãe a tiro. Appelfeld é deportado com o pai para um campo de concentração na Ucrânia.
Depois da Guerra passa alguns meses em "campos para sobreviventes perdidos", em Itália."A Idade dos Sonhos" e "Badenheim 1939"
Aaron Appelfeld emigra para 1946. Vive em israel desde essa dEmigra em 1946. Vive em Israel desde essa data.
capa da edição inglesa de "O Immortal Bartfuss", de Appelfeld
Outros:
"The Retreat""Badenheim 1939" (nas termas de Badenheim, os veraneantes (judeus) apercebem-se de algumas estranhas mudanças, mas nunca sonham com o que lhes vai acontecer...)
"The Immortal Barthfuss" (Barthfuss é uma personagem que não tem igual e o livro tem uma grande humanidade...)
"Fragmentos de uma vida" (publicado pela Civilização Editora)
"O quarto de Mariana" (o último romance que publicou)
Nâo tem nenhuma importância.Eu também nâo entendo nada disto, muito menos que você,o que me vale é que o Enrique é informático,e tem uma paciência evangélica...Beijinhos
ResponderEliminarPois é, mas irritam-me estas coisas...O meu "professor" é o meu filho, mas anda por fora. Foi ele que me "limpou" o tal vírus, mas limpou tão bem que decidiu "limpar" duas script pens que não estavam "atacadas"...~
ResponderEliminarPor sorte, "...
beijos