quinta-feira, 1 de abril de 2010

Quem não tem saudades de " Os Vingadores"?


























OS VINGADORES!

Quem não tem saudades dessa famosa série televisiva inglesa? (e, já agora, de tantas outras que passavam, bem superiores a tudo o que hoje se vê como telenovelas portuguesas, brasileiras, sul-americanas -que, confesso, não quero ver!).

Uma série que nenhuma outra conseguiu ultrapassar pelo mundo fora e que continua a ter sucesso onde quer que apareça.


Vejo-a agora na Arte (passa às 17 e 10, mais ou menos, de segunda a sexta... E acho que também ao meio-dia) –rede televisiva franco/alemã que consegue manter a qualidade, a preocupação da “arte” que o nome escolhido revela.


Chama-se em francês “Chapeau melon et bottes de cuir”, coisa estranha para traduzir “The Avengers”! Mais estranho ainda é “ouvir”, dobrado em francês, o acento bem british de John Steed, o actor Patrick Macnee!


Choca-me...mas continuo a ver até que “aceitar”, até me esquecer que é em francês que o Steed fala, mais a Emma Peel, depois a Tara King, agora a Purdey dos Novos Vingadores), etc.

Os primeiros episódios (de 1960-1962) -onde já aparece John Steed- têm como personagem feminina a actriz Honor Blackman, que faz de Dra Cathy Gale (mais tarde entrará em filmes como o antigo "Titanic"), onde aparece também o actor Hunt que mais tarde (em 1976-77) aparece na nova série The New Avengers na personagem de Mike Gambitt .
À medida que os episódios correm, esqueço tudo menos o momento em que os começámos a ver, já em S. João, ainda os meus filhos eram pequenos, a Florinda andava por aqui (porque a famosa Florinda veio parar à minha casa!).

Mais a Fernandinha, aluna do Liceu onde eu ensinava na altura, mas que não era minha aluna, e sim "visitante nocturna" e companheira de todas as séries inglesas.

“Guerra e Paz” (a Florinda sentava-se atrás, no chão, e chorava com aqule drama que amava), “A Família Forsyth”, “O maldoso Mr. Ryder” (já não tenho a certeza do nome, mas só poderia ter sido tirada de um livro da Patricia Highsmith, tal o espírito maldoso deste investigador!).

Os Vingadores!


As histórias, hoje talvez nos pareçam “ingénuas”, mas ainda “ficção científica” para nós, na altura o absurdo das ideias e situações, o “mal” quase de outro mundo, os espiões que vinham de vários sítios, e a “Mother”, mãe de todos os chefes!


Os robots, os computadores que faziam o impensável nessa altura, que “morriam” e eram “ressuscitados” pelos sábios em operações cirúrgicas de luvas, máscaras e bisturis.

O encantador de pássaros que cria verdadeiras aves kamikaze, mas que acaba por morrer porque...não aprendeu a voar...

Coisas que olhávamos na altura com uma certa condescendência –porque “aquilo” era impossível!- estão no nosso século bem mais próximas da realidade do que nunca, e já não sorrimos ao ver o impossível, o inominável acontecer.

Hoje que já se viu tudo, que a ficção científica é real, que os filmes e as seus efeitos especiais nos atordoam de barulho e luzes, de sangue, sexo e mortes, o suspense de Os Vingadores mantém-se intacto. Feito de pequenos nadas, assusta-nos, entretém-nos com a respiração suspensa, à espera mesmo quando até nos lembramos do final do filme.


A séria, sensual, e, ao mesmo tempo, irónica, Mrs. Peel (Diana Rigg). E Tara King (Linda Thorston) , que a substitui mais tarde e os seus "ingénuos" e sonolentos olhos azuis, as mini-saias -novidade para a época. Sim, quem se lembraria de uma década mais tarde "censurar" as esculturais pernas de Purdey, sempre destapadas?

Grandes séries, na verdade, que conseguem vencer o tempo! Que são “actuais” sempre.
O gentleman Steed -possivelmente descendente, pelo lado materno dos condes de Huntigdon (pela avó Frances Alice Hastings) Macnee afirmou durante muito tempo ser um familiar distante Robin Hood, outras vezes dizia ter sido o a ovelha negra da família Huntingdon. O avô dele era o artista-retratista escocês Sir Daniel Macnee.- é sempre um gentleman...

Elegante, super-educado, com o seu guarda-chuva (“carregado” para as emergências, ou transformado em estilete mortífero), não pretende ser um “007”, mas é um grande profissional.
Steed e as suas partners inesquecíveis, diferentes, mas figuras agradáveis, mulheres perigosas, que se agitam, elegantes, passos de kung-fu e de bailado.



Depois, vêm The New Avengers que nos aparecem em 1976 quando já "deseperávamos" e retomam a cavalgada heróica dos velhos episódios!


Chega a sofisticada e esbelta Purdey, a sua dança entre o ballet clássico e o karaté de saltos altos; com ela vem o divertido e "conquistador" Mike Gambitt e John Steed mantém o seu "charme"...
Alternam-se, sucedem-se nos episódios, à medida que o tempo passa e tudo acaba, seja ela qual for, com um tanto de sensualidade, completamente nada de vulgaridade ou mau gosto, e a fatal taça de champagne, umas flores e maravilhoso humor inglês.
Afastam-se tanto da banalidade e até pornografia soft (ou hard!) que existe nos filmes de hoje, nas séries, nos policiais, nos dramas, nas comédias... metida “à força”, e sem sentido nenhum.
É bom ver The Avengers sempre!
Deixam saudades. Criam desejos, expectativas! Por que não há-de aparecer uma série assim???
Sim. Why not?----------------------------------------

Nota:
The Avengers foi uma série criada para a televisão inglesa, nos anos 60. Concebida no estilo dos Spy Fi -os filmes de espionagem, realizados durante a guerra fria, em Inglaterra.
The Avengers (Os Vingadores) centra-se em dois caracteres, John Steed e uma ajudante. Assim surgem as suas partners variadas, trabalhando como agentes secretos do governo para o 'Ministério'.
À medida que a série progride, as histórias combinam entre si um pouco de science fiction, fantasia e uma certa excentricidade britânica.
The Avengers foram produzidos de 1961 a 1969, sendo a mais longa série de espionagem continuada, existente.
A série The Avengers estava "inserida" em mais de 90 países.


Sete anos mais tarde, a ITV ressuscitou a série como The New Avengers (de 1976 1 1977), com Patrick Macnee, retomando o seu papel de John Steed e, desta vez, acompanhado de dois ajudantes: Mike Gambit (que já entrara na primeira série), o actor Gareth Hunt, especialista em artes marciais e a nova partner, Purdey, a interessante actriz Joanna Lumley, ex- bailarina do Royal Ballet.
Protagonista de outras séries inglesas, como Saphire and Steel, e mais tarde a Bond'girl de Roger Moore, no filme "Ao Serviço de Sua Majestade", onde contracena com Diana Rigg também.

Foi também modelo, além de ser uma activista dos direitos do homem e activista política na defesa do "welfare" britânico.


Nasceu em na Índia inglesa, no Kashmir, filha de um Major do Exército Britânico que combateu na Brigada Gurkha Rifles, e viveu grande parte da infância no Extremo Oriente onde o pai estava.


Os programas dos anos 60 foram produzidos pela ABC Weekend Television, uma companhia produtora de TV independente. Em 1961 a série aparece com uma música diferente (library music), e, depois, abre com um tema de jazz, de John Dankworth (Sir John Dankworth foi um importante saxofonista e clarinetista inglês, nascido em 1927, e que morreu em Fevereiro de 2010).
Quando acaba a “ABC Weekend Television”, em Julho de 1968, a produção passa para a Thames Television, sob o controle de Sydney Newman.


O novo tema inicial, a abertura de The Avengers, é composta por Laurie Johnson, na parte final entra também Howard Blake, ambos compositores de músicas de filmes, como mais tarde o será a música de The New Avengers .

Alguns dos actores, entram mais tarde em filmes de espionagem de James Bond como Honor Blackman, Diana Rigg, Joana Lumley e Patrick Macnee.



Uma Páscoa Feliz.


Conselho: Procurem depressa "Os Vingadores", e divirtam-se!

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