Cuidado! Vêm aí os bárbaros!
Li no blog de Pierre Assouline, escritor francês (que conheço bem pelo que escreveu sobre Georges Simenon) que passou ontem em Inglaterra o dia "D": como salvar as Bibliotecas Públicas!
"É a primeira vez – refere Assouline- que um movimento surge assim espontâneo sobre um tema que não se relaciona directamente com a política. Como se o empréstimo de livros na bibliotaca fosse tão vital como certos produtos de primeira necessidade.
Escreve Assouline:
“Soou o dia D no reino Unido. Aquele que os leitores escolheram (ontem, dia 5 de Fevereiro) para tocar o alarme. Não é a cultura que se assassina, essa coisa vaga, informe, imprendível, supérflua com a qual todos os governos uns atrás dos outros sofreram mais perdas do que ganhos, mais ainda do que na Educação e na Saúde : são as bibliotecas públicas que vão fazer desaparecer oficialmente."
"É a primeira vez – refere Assouline- que um movimento surge assim espontâneo sobre um tema que não se relaciona directamente com a política. Como se o empréstimo de livros na bibliotaca fosse tão vital como certos produtos de primeira necessidade.
(...) De facto, cerca de 400 bibliotecas municipais estão ameaçadas de fecho em virtude dos cortes budgetários, suprimindo nas suas subvenções.
Nalguns sítios vai ser mais grave do que noutros: assim, na Isle of Wight, vão fechar 9 sobre 11 bibliotecas.”http://www.cilip.org.uk/get-involved/advocacy/public-libraries/pages/savelibrariesday.aspx
http://publiclibrariesnews.blogspot.com/
http://publiclibrariesnews.blogspot.com/
De facto, o governo inglês ameaça fechar um grande número dessas bibliotecas.
Não admira, não me parece que o novo governo de David Cameron esteja interessado em mais do que o "vil metal" de que falava Camões; o mercado; os bancos; a própria fortuna e o seu bem-estar e o da família...
Basta pensar nas novas medidas para aumentar -e consideravelmente!- as propinas das Universidades -o que tem dado grande celeuma e provocado manifestações de protesto por parte dos estudantes.
A Cultura não deve ter grande peso para ele -e que pena para o Reino Unido!
Num país de tanta Cultura, tanto maravilhoso escritor, tantos livros inesquecíveis! -como poder pensar em fechar as bibliotecas onde, normalmente, o inglês médio vai ler o seu livro ou alugá-lo? É um hábito comum, adquirido há muito.
Como privá-los desse direito?
Muita gente, nos tempos que correm, não tem squer espaço, nem casa suficiente para guardar os livros: assim, há muitos jovens (e menos jovens) que vai consultar livros à Biblioteca do bairro, ou trazê-los para ler em casa...
Acabar com isso é um abuso contra a Cultura!
Protesto também!
Protesto também!
Por isso, faz bem ouvir que há pessoas que se foram manifestar ontem, "mostrando-se" nos locais de Cultura (Bibliotecas, Livrarias) protestando e afirmando que as Bibliotecas públicas fazem falta! E são importantes!
Corajosa atitude!
Messieurs les anglais: parabéns!
Fiquei abismada com a informação. Estive em Londres e apercebi-me que foi o país que oferecia mais cultura: achei fantástico que os museus não tivessem um bilhete obrigatório, cada um dá o que quiser!
ResponderEliminarOs museus estavam cheios de famílias a gozar o sol de Agosto, por exemplo no V&A Museum, o que achei muito gratificante. Como é possível fazer uma coisa destas com as bibliotecas?
Nem parece dos ingleses. Além de comprar livros também sou leitora da BMC e BGUC donde trago a leitura para casa!
Beijinho :)
Parabéns pelo post!
Alguns queimam livros, outros os proibem, pelo ao menos são atitudes públicas/políticas claras. É arbitrário e covarde, mais claro.
ResponderEliminarFechar bibliotecas é queimar livros sem alarde, na surdina. É crime contra a humanidade, contra o direito de conhecer em prol do avaçalador futuro. Emburrecer um povo é mais criminoso ainda.
Nós que temos livros de 1876? Organizamos dois locais de troca de livros. Um no salão de beleza, o outro na sala de um senhor que aprendeu a ler tarde e achou que todos os seus vizinhos tinham o direito de aprender. E os paises cultos querendo fechar a educação. Não temos bibliotecas assim, como em Londres, Milão ou qualquer outro país Europeu. Que bom que as pessoas começaram a dizer não pro seus computadores, porque a idéia é customizar. Colocar muitas telas, substituir aquela secretária ou bibliotecária que sabe onde está o seu livro pelo seu tom de voz.
Cada vez que falam em cortar alguma coisa desse jeito, com ares de modernidade e contenção sempre o fazem na cultura. Para matar, moldar ou distorcer a história de um povo, basta subjulgar sua cultura.
Triste dia para a Inglaterra se isso acontecer, feliz movimento esse. Bravos seus filhos que protestam.
Quanto a Norah Jones, ele faz parte dos nossos repertórios ... simplismente fantática.
5 beijos para o Falcão
Homeopatas dos Pés Descalços
Acho muito bonita essa troca de livros de que falam no comentário anterior.É uma atitude altruista.
ResponderEliminarEu nesse aspecto sou muito egoísta e ciosa dos meus livros.Talvez porque prescindo de muita coisa para os poder comprar.
Fora as pessoas, são o meu maior tesouro.
Um abraço
Isabel
Querida isabel, eu compreendo-a bem! Os livros seguiram-me por toda a parte, toda a vida! Como o meu cão, de outra maneira claro...
ResponderEliminarCheguei a comprá-los 2ª vez, noutra língua porque precisava de os "ler", reler, sentir!
Mas hoje compreendo bem o que dizem as amigas do blog dos vurdóns: hoje "troco" -e "dou"muitos dos livros que vou comprando com as minhas amigas mais novas, ex-alunas, que têm dificuldade em os arranjar. São amigos sem preço, que tudo ensinam. Claro, primeiro as pessoas...Logo a seguir, eles!
Um beijinho
M.J