Charlie Parker toca no "Blue Note" de New York
Earl Rudolph “Bud” Powell nasceu em Nova Iorque em 24 de Setembro de 1924.
A sua paixão era o piano clássico, mas um dia apaixonou-se pelo Jazz de Art Tatum e de J.P. Johnson...
Nos anos 40, começa a tocar com grupos de Jazz e em 1944 grava os primeiros discos com Cootie Williams.
A partir desses anos, é Thelonius Monk que o impressiona e inspira e aquele que respeita acima de todos.
Thelonius Monk (à esuqreda, com uma boina) e outros músicos
Participa com ele no Be Bop e nas jam sessions da
Minton's Playhouse.
Em 1945, toca com o trombonista J.J. Johnson, a seguir com o baterista Kenny Clarke e, finalmente, a partir de 1947, com o grande Charlie Parker.
Charlie "bird" Powell
E aqui lembro umas passagens do livro “Confesso que vivi”, de que já falei:
“Bud Powell é, na visão de muitos críticos, o maior pianista da história do jazz. Mesmo que não seja, sua importância para o desenvolvimento do estilo é gigantesca e o coloca no panteão dos maiores nomes do jazz, ao lado de Louis Amstrong, Duke Ellington, Charlie Parker, Miles Davis, Thelonius Monk (seu mentor e grande amigo), Charles Mingus e John Coltrane.
Compositor iluminado, é o autor de inúmeros clássicos como “Parisian Thoroughfare”, “Bouncing with Bud”, “Tempus fugit”, “Dance of the Infidels”, “Un poco loco” e “Celia”: Basicamente todos os pianistas que lhe sucederam –de Bill Evans a Keith Jarrett, passando por Wynton Kelly e MCCoy Tyner- sofreram a sua influência.” (o.c., pág.27)
Compositor iluminado, é o autor de inúmeros clássicos como “Parisian Thoroughfare”, “Bouncing with Bud”, “Tempus fugit”, “Dance of the Infidels”, “Un poco loco” e “Celia”: Basicamente todos os pianistas que lhe sucederam –de Bill Evans a Keith Jarrett, passando por Wynton Kelly e MCCoy Tyner- sofreram a sua influência.” (o.c., pág.27)
“(...) Em Nova Iorque Bud trafegou por todos os becos e embriagou-se em todos os bares do mundo” (o.c., pág. 28)
Penso no filme “Round Midnight” ('Round Midnight, de Bertrand Tavernier (1988), que vi nos anos 80, em Roma, e que muito me impressionou.
Com a participação de um fantástico Dexter Gordon, com música de Herbie Hancock. (o meu filho ofereceu-me anos, mais tarde, a “banda sonora” do filme ( http://youtu.be/GOxYj28wC3w).
Filme que conta a sua nostálgica estadia em Paris, nos anos 60.Cito, de novo, o livro de Érico Cordeiro:
“A película, verdadeira declaração de amor ao jazz (...), se passa no final dos anos 50 e inícios dos anos 60 e reproduz, com extrema fidelidade, diversos episódios da vida do pianista Bud Powell – à época exilado voluntariamente em Paris - com ênfase em sua amizade com o produtor francês Francis Paudras e em seu embate diário contra o álcool e as drogas, que lhe consumiram a saúde, a sanidade mental e a própria vida.”
De facto, Bud Powell morre prematuramente, em 1 de Agosto de 1966, doente, destruído pelo álcool, pelas drogas e pelos tratamentos (que incluíam, entre outras coisas, choques eléctricos.)
Conta-se que terá sido o traumatismo, causado por uma cena de pancadaria em que a polícia de Nova Iorque, encontrando-o a vaguear de noite pelas ruas, lhe bate de tal forma que, a partir daí, passa a ter graves perturbações psíquicas, tornando-se dependente do álcool.
“Na confluência da genialidade e da loucura, Bud nos legou um álbum tributo ao amigo e parceiro Charlie Parker, outro célebre habitante dessa gélida s sombria região. O disco, denominado “Bud Plays Bird”, gravado entre 1957 e 1958 (...) ficou inédito até 1996.”
A vida de Charlie Parker, the bird, foi posta em cinema por Clint Eastwood de quem admiro a coragem de falar de assuntos difíceis, com uma humanidade exemplar (1)!
http://youtu.be/fS0M-GjgEi8
Penso em Bud Powell e Charlie Parker, músicos excepcionais, girando pelos bares, tocando, morrendo pouco a pouco...
Penso em Bud Powell e Charlie Parker, músicos excepcionais, girando pelos bares, tocando, morrendo pouco a pouco...
“Dois perdidos nas noites sujas de Nova Iorque, Bud e Bird se irmanam como siameses trágicos ( o. cit.).”
http://youtu.be/3rCJz6vGoFQ
http://youtu.be/NsJwBQvMo0Y
http://youtu.be/EKvVKsJ8sk4
http://youtu.be/PxRQ1iFmGvY
http://youtu.be/NsJwBQvMo0Y
http://youtu.be/EKvVKsJ8sk4
http://youtu.be/PxRQ1iFmGvY
(1) “Bird” é um filme realizado por Clint Eastwood, em 1988. Um contributo, uma homenagem dedicados à vida e à música do saxofonista de jazz, Charlie “Bird” Parker. “The bird” ou Yardbird (*) nasceu em 29 de Agosto de 1920 e morreu em 12 de Março de 1955.
Uma série de cenas da vida de Parker desde a sua infância em Kansas City, até à sua morte prematura com 34 anos, as suas relações de amor com Chan Parker, sua mulher, e com o leader da banda, Dizzi Gillespie. Entre outras pessoas. A sua paixão pela música, a sua dependência da heroína...
Uma série de cenas da vida de Parker desde a sua infância em Kansas City, até à sua morte prematura com 34 anos, as suas relações de amor com Chan Parker, sua mulher, e com o leader da banda, Dizzi Gillespie. Entre outras pessoas. A sua paixão pela música, a sua dependência da heroína...
(*) "Yardbird", (pássaro de capoeira, no sul) porque Charlie Parker adorava comer galinha de todos os modos!
Diz Clyde E. B. Berhardt na sua autobiografia: Remember: Eighty Years of Black Entertainment, Big Bands:
“[Parker] told me he got the name Yardbird because he was crazy about eating chicken: fried, baked, boiled, stewed, anything. He liked it. Down there in the South, all chickens are called yardbirds.”
(2) “Round Midnight” é uma música criada por Thelonius Monk em 1944. Talvez antes, mesmo, em 41 ou 40. Há quem diga que é um “remake” de outra música composta por ele com 19 anos a que chamara “Grand Finale”.
É o Jazz Barzinho com muita justiça, eita livro bom.
ResponderEliminarbjs mil