sábado, 22 de agosto de 2009

José Régio: mais um Poema



Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura
que olhava nos olhos de minha Mãe...

2 comentários:

  1. Quando eu nasci... era 3ªfeira de Carnavbal, o mundo ria-se e troçava, as máscaras enchiam os lugares. Acho que não houve esse olhar no rosto de minha mãe.

    Beijinhos

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  2. leonilda.alfa@gmail.com8 de novembro de 2009 às 12:31

    Este poema "Quando eu nasci" é da autoria do poeta Sebastião da Gama. Foi publicado no seu livro "Serra-Mãe". Basta abrir o livro e verificar. Não sei por que é que aparece atribuído a José Régio. São dois poetas que muito aprecio, mas sempre pensei:"O seu a seu dono".
    Leonilda

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