Esta trilogia de Sigrid Undset retrata a vida de uma mulher, desde que nasce, até à morte, na Escandinávia medieval (século XIV), onde os invasores Vikings tinham chegado desde o século VIII.
Kristina Lavransdatter é filha de Lavrans -um respeitado proprietário rural, numa zona da Noruega-, e de sua mulher, Ragnfrid -que sofre de depressão desde a perda de três filhos varões, e da morte da filha, num acidente. Criada num ambiente de amor e de devoção religiosa, Kristina é um carácter sensível mas teimoso, desafiando a família em pequenas e grandes coisas. Ainda muito jovem expõe-se a várias situações dramáticas. Depois de uma tentativa de violação, a sua reputação sofre com isso e é enviada para um convento, em Oslo. O que a marca e a leva a definir a sua maneira de ver a vida.
É prometida em casamento a Simon Darre, filho de um vizinho de casa, mas apaixona-se pelo cavaleiro Erlend Nikulausson, do condado de Husaby, em Trondelag.
Erlend Nikulausson fora excomungado pela Igreja católica por coabitar com Eline, arrojando com os preconceitos sociais e religiosos, mulher de um juiz considerado, que abandonara o velho marido para ir viver com ele. Têm dois filhos, Orm e Margaret.
Mas Erlend apaixona-se também por Kristina e tudo na vida dela vai mudar. Erlend começa por a seduzir e acabam os dois cúmplices na morte de Eline.A Igreja condena-os, a sociedade também. Mas Kristin decidiu viver com Erlend. O pai Lavrans proíbe a ligação mas, depois de três anos em que Kristina desafia o pai e toda a gente, Lavrans fragilizado pela morte da mulher, acaba por aceitar o casamento .
Kristina casa, já grávida, sem o dizer a ninguém, nem ao próprio Erlend, usando indevidamente a coroa dourada, símbolo de virgindade (o primeiro volume chama-se “A Coroa”).
Vão viver para as terras de Husaby que pertencem a Erlend (daí o segundo volume se chamar "A Senhora de Husaby", em norueguês), nasce o filho, Nikulaus, uma criança forte e saudável, ao contrário do que receara Kristina, com medo que Deus a castigasse por essa falta.
Kristina confessa-se ao padre e ele manda-a, como penitência, ir em peregrinação a Santo Olav, figura mítica de rei e santo. A sua religião afirma-se neste momento ainda mais, é nela que a vai apoiar no futuro que a espera.
Erlend é um fraco e ela vê-se obrigada a tomar conta das propriedades, cria os filhos que vão nascendo (mais cinco) assim como os filhos da antiga amante de Erlend.
O tempo passa, o pai morre, a seguir à mãe, e a irmã, Ramborg, casa com o antigo pretendente de Kristin, Simon Darre, que continua, no entanto, a amá-la.
Erlend, impulsivo até à inconsciência, vira-se contra o poder político do momento e é preso. Os esforços de Simon Darre conseguem salvar-lhe a vida, mas os bens passam para a coroa e eles perdem tudo, inclusivamente o domínio de Husaby. A única propriedade que resta para viverem é a quinta onde Kristin passou a infância.
Voltam então, com os filhos, à terra onde Kristin crescera, mas a comunidade não os aceita. Kristina preocupa-se com a família e sente-se obrigada a proteger o futuro dos filhos, agora que Erlend tudo perdeu.
Kristina Lavransdatter é filha de Lavrans -um respeitado proprietário rural, numa zona da Noruega-, e de sua mulher, Ragnfrid -que sofre de depressão desde a perda de três filhos varões, e da morte da filha, num acidente. Criada num ambiente de amor e de devoção religiosa, Kristina é um carácter sensível mas teimoso, desafiando a família em pequenas e grandes coisas. Ainda muito jovem expõe-se a várias situações dramáticas. Depois de uma tentativa de violação, a sua reputação sofre com isso e é enviada para um convento, em Oslo. O que a marca e a leva a definir a sua maneira de ver a vida.
É prometida em casamento a Simon Darre, filho de um vizinho de casa, mas apaixona-se pelo cavaleiro Erlend Nikulausson, do condado de Husaby, em Trondelag.
Erlend Nikulausson fora excomungado pela Igreja católica por coabitar com Eline, arrojando com os preconceitos sociais e religiosos, mulher de um juiz considerado, que abandonara o velho marido para ir viver com ele. Têm dois filhos, Orm e Margaret.
Mas Erlend apaixona-se também por Kristina e tudo na vida dela vai mudar. Erlend começa por a seduzir e acabam os dois cúmplices na morte de Eline.A Igreja condena-os, a sociedade também. Mas Kristin decidiu viver com Erlend. O pai Lavrans proíbe a ligação mas, depois de três anos em que Kristina desafia o pai e toda a gente, Lavrans fragilizado pela morte da mulher, acaba por aceitar o casamento .
Kristina casa, já grávida, sem o dizer a ninguém, nem ao próprio Erlend, usando indevidamente a coroa dourada, símbolo de virgindade (o primeiro volume chama-se “A Coroa”).
Vão viver para as terras de Husaby que pertencem a Erlend (daí o segundo volume se chamar "A Senhora de Husaby", em norueguês), nasce o filho, Nikulaus, uma criança forte e saudável, ao contrário do que receara Kristina, com medo que Deus a castigasse por essa falta.
Kristina confessa-se ao padre e ele manda-a, como penitência, ir em peregrinação a Santo Olav, figura mítica de rei e santo. A sua religião afirma-se neste momento ainda mais, é nela que a vai apoiar no futuro que a espera.
Erlend é um fraco e ela vê-se obrigada a tomar conta das propriedades, cria os filhos que vão nascendo (mais cinco) assim como os filhos da antiga amante de Erlend.
O tempo passa, o pai morre, a seguir à mãe, e a irmã, Ramborg, casa com o antigo pretendente de Kristin, Simon Darre, que continua, no entanto, a amá-la.
Erlend, impulsivo até à inconsciência, vira-se contra o poder político do momento e é preso. Os esforços de Simon Darre conseguem salvar-lhe a vida, mas os bens passam para a coroa e eles perdem tudo, inclusivamente o domínio de Husaby. A única propriedade que resta para viverem é a quinta onde Kristin passou a infância.
Voltam então, com os filhos, à terra onde Kristin crescera, mas a comunidade não os aceita. Kristina preocupa-se com a família e sente-se obrigada a proteger o futuro dos filhos, agora que Erlend tudo perdeu.
O resto não vou contar...
Na esperança de que, em breve, a obra seja reeditada. Nos tempos que correm de entusiasmo pelo romance histórico, seja ele qual for e qualquer que seja o seu nível, pode ser que alguma editora tenha a coragem e o gosto de “escolher” um fantástico romance histórico: "Kristina Lavransdatter"!
Uma história que se passa na Idade Média escandinava, reconstituição fiel da época, dos costumes e dos ambientes (não podemos esquecer o ”background” de Sigrid Undset: o pai era um homem de cultura, especialista de História, professor e conferencista, apreciado na Noruega e no estrangeiro, que lhe incutiu o gosto pela história, lhe ensinou a literatura, lhe criou o entusiasmo pelas “sagas” (“saga”, histórias ligadas aos países escandinavos, medievais -aventurosas e trágicas, de conflitos de famílias e consequentes “feud” -“vendette”, “faidas”), pela poesia e contos populares.
Evoca o passado e narrra histórias...
Mas não é “apenas” um romance histórico; é uma recriação de um momento, feito por uma escritora de grande qualidade, com um sentido profundo da análise psicológica, capacidade de criar caracteres, personagens que se movem e nós “vemos”, sentido da acção e uma intriga forte. Tudo isto constituiria por si só um pretexto válido para a sua reedição. Houve editoras que já o fizeram com outros autores, clássicos e contemporâneos, hoje esquecidos do grande público que os não encontrava mesmo que os quisesse ler...
E lembro o “Cavalo de Ferro”, com Katherine Mansfield, Virgínia Woolf , ou a “Biblioteca Independente (BI)” (união de três editoras: Relógio de água, Assírio & Alvim, e a Cotovia) que criou uma colecção de bolso, apresentando nomes como K. Mansfield, Stefen Zweig, Conrad, Kipling, Stendhal, Florbela Espanca, Selma Lagerlöff (outro Prémio Nobel-mulher), Emily Brontë; Doris Lessing.
Na esperança de que, em breve, a obra seja reeditada. Nos tempos que correm de entusiasmo pelo romance histórico, seja ele qual for e qualquer que seja o seu nível, pode ser que alguma editora tenha a coragem e o gosto de “escolher” um fantástico romance histórico: "Kristina Lavransdatter"!
Uma história que se passa na Idade Média escandinava, reconstituição fiel da época, dos costumes e dos ambientes (não podemos esquecer o ”background” de Sigrid Undset: o pai era um homem de cultura, especialista de História, professor e conferencista, apreciado na Noruega e no estrangeiro, que lhe incutiu o gosto pela história, lhe ensinou a literatura, lhe criou o entusiasmo pelas “sagas” (“saga”, histórias ligadas aos países escandinavos, medievais -aventurosas e trágicas, de conflitos de famílias e consequentes “feud” -“vendette”, “faidas”), pela poesia e contos populares.
Evoca o passado e narrra histórias...
Mas não é “apenas” um romance histórico; é uma recriação de um momento, feito por uma escritora de grande qualidade, com um sentido profundo da análise psicológica, capacidade de criar caracteres, personagens que se movem e nós “vemos”, sentido da acção e uma intriga forte. Tudo isto constituiria por si só um pretexto válido para a sua reedição. Houve editoras que já o fizeram com outros autores, clássicos e contemporâneos, hoje esquecidos do grande público que os não encontrava mesmo que os quisesse ler...
E lembro o “Cavalo de Ferro”, com Katherine Mansfield, Virgínia Woolf , ou a “Biblioteca Independente (BI)” (união de três editoras: Relógio de água, Assírio & Alvim, e a Cotovia) que criou uma colecção de bolso, apresentando nomes como K. Mansfield, Stefen Zweig, Conrad, Kipling, Stendhal, Florbela Espanca, Selma Lagerlöff (outro Prémio Nobel-mulher), Emily Brontë; Doris Lessing.
Quem sabe se não vai surgir essa reedição?
Kristina segue o seu percurso na vida, entre vicissitudes, alegrias, dores e nós vamos com ela.
Kristina segue o seu percurso na vida, entre vicissitudes, alegrias, dores e nós vamos com ela.
O espírito de supersitição, as crenças antigas, os medos, a religiosidade doentia destes tempos, as culpas, as ofensas e a violência dos castigos, as vinganças são magnificamente dados e tudo nós sentimos.
Os lugares por onde passa ficam-nos na memória: a peregrinação a Santo Olav, em Oslo, a passagem pelo Convento de Trondheim, onde trata os doentes e ajuda os que morrem, durante a Grande Peste Negra -que assola a Europa no ano de 1349 e seguintes, e mata grande parte da população da (actual) Europa.
As pessoas que conhece, Lavrans e a mulher, os filhos, o marido, deixam-nos os olhos com lágrimas que acompanham a coragem e força da maravilhosa Kristina.
Também Sigrid vive várias experiências de rebelião e conflito. Na sua coragem indomável.
Recebeu o Prémio Nobel no ano de 1928, por essa trilogia publicada de 1920 a 1922 e pelos seguintes dois livros sobre “Olav Audunsson” (outra "saga" familiar) , publicados de 1925 a 1927.
Recebeu o Prémio Nobel no ano de 1928, por essa trilogia publicada de 1920 a 1922 e pelos seguintes dois livros sobre “Olav Audunsson” (outra "saga" familiar) , publicados de 1925 a 1927.
Razões evocadas para a atribuição do Prémio Nobel: “(...) principalmente o seu fortíssimo poder de descrição da vida na Idade Média norueguesa.”
É essa a riqueza do livro, não esquecendo, porém, a riqueza psicológica como já referi.
Boa leitura!
Ilustrações acima:
1. Igreja de S. Olav (Nidaros)
2. Vitral da Igreja de S. Olav, em Oslo
3. Capa do Iº volume de "Kristina Lavransdatter
4. Capa do IIº volume do mesmo romance
5. Guerreiros vikings
A mãe de Kristin, Rangfrid, morre depois do pai, Lavrans, ao contrário do que está escrito neste post. Além disso, Lavrans morre quando Kristin e Erlend já têm vários filhos, e portanto não é verdade que ele aceita o casamento por estar fragilizado pela morte da mulher.
ResponderEliminarmatilde
Obrigada, Matilde, pela sua mensagem e pelas "precisões". Li há muitos anos a Trilogia e muitas coisas esqueci, por isso apoiei-me um pouco na "net" que nem sempre é correcta...
ResponderEliminarTenho ali oos 3 volumes guardados para futura leitura. Um dia talvez...
Abraço do falcão
Neste momento estou a ler em italiano porque não consegui encontrar nenhum dos três em português. Sabe onde poderia encontrar ou de alguém que os tenha e queira vender?
ResponderEliminarMuito obrigada,
matilde
sugiro ir a uma biblioteca municipal ou nacional. lá têm de certeza a obra completa nos três volume.
EliminarOlá, Matilde! Engraçado que leia em italiano...eu vivi 15 anos em Itália e é uma língua que adoro. Parabéns!
ResponderEliminarA única "pista" para o livro é claro nos livros usados. Há uma livraria no Porto - a Lumière, de que às vezes falo aqui, dirigida por duas irmãs admiráveis e que procuram encontrar TUDO. procure nos meus blogues "Livraria Lumière". Creio que tem lá os contactos todos. Só elas podem encontrar.... Encontraram há uns dois anos para mim...
Pode diizer que vai da minha parte. Eu vou dar um "toque" à Cláudia Ribeiro.
Abraço
E mandam pelo correio sem problemas...
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