Talvez por me encontrar nestas paragens do Norte da Europa, e pensar na criação da Inglaterra, nas invasões dos vikings, dos normandos, depois, não esquecendo a dos romanos que ficou para trás...de repente fui atrás dos vikings e, na memória, tocou uma campainha: tlim, tlim. Já a tinha ouvido há tempos quando em arrumações infindáveis nas estantes da casa –que nunca levam a nada, porque os livros continuam a não caber e eu não consigo desfazer-me deles...- vi os livros da Sigrid Undset que, na minha juventude, adorei.
Inesquecível a saga de “Cristina Lavransddater”...
Tinha os três volumes, enormes, (A Coroa, A Mulher e A Cruz), com capas lindas, publicado na colecção “Os Romances Universais”, da Portugália, - traduzido por Maria Franco, e prefaciado na 2ª edição, 1958, por João Gaspar Simões- mas foram-se perdendo pelas viagens.
Inesquecível a saga de “Cristina Lavransddater”...
Tinha os três volumes, enormes, (A Coroa, A Mulher e A Cruz), com capas lindas, publicado na colecção “Os Romances Universais”, da Portugália, - traduzido por Maria Franco, e prefaciado na 2ª edição, 1958, por João Gaspar Simões- mas foram-se perdendo pelas viagens.
Houve outro livro, que li dela há muitos anos, “Vigdis, a Indomável”, título em português, (A Filha de Gunnar), publicado pelas Edições Cor, em 1957, que me impressionou, pela força e violência e mesmo crueldade. A saga, a tragédia que persegue famílias na sede da vingança e e crueldade da mesma ("saga", seguida de"feud"). Iriginada pela opressão, rigidez e uma certa forma de primitivismo da vida, na Idade Média.
A jovem Vigdis, rebelde por natureza, orgulhosa, não perdoa a ofensa, mesmo que feitas (ou sobretudo por isso) pela pessoa que amava, sendo a sua vingança inesperada e terrível...
(Nota: creio que este livro foi publicado numa edição de 2009, como “Livro da Colecção Prémios Nobel”, do Diário de Notícias.)
Sigrid Undset nasce em 20 de Maio de 1882, em Kalundborg, na Dinamarca, onde o pai, um cientista norueguês se encontrava de momento. Aos dois anos a família muda-se para a Noruega, país de origem, devido à doença do pai.
Cresce em "Kristiaia", hoje Oslo. Os primeiros onze anos de vida foram muito influenciados pela doença do pai mas também pela sua personalidade e extensa cultura histórica. Foi ele que lhe deu a conhecer os segredos da arqueologia e também das sagas e das canções populares escandinavas.
(Nota: creio que este livro foi publicado numa edição de 2009, como “Livro da Colecção Prémios Nobel”, do Diário de Notícias.)
Sigrid Undset nasce em 20 de Maio de 1882, em Kalundborg, na Dinamarca, onde o pai, um cientista norueguês se encontrava de momento. Aos dois anos a família muda-se para a Noruega, país de origem, devido à doença do pai.
Cresce em "Kristiaia", hoje Oslo. Os primeiros onze anos de vida foram muito influenciados pela doença do pai mas também pela sua personalidade e extensa cultura histórica. Foi ele que lhe deu a conhecer os segredos da arqueologia e também das sagas e das canções populares escandinavas.
Aos 11 anos perde o pai. A mãe vive dificuldades enormes para educar as três filhas com poucos meios. Esta tragédia familiar marca-a mito a sua infância e adolescência. Tem de desistir da aspiração a entrar na Universidade e limita-se a acabar o curso médio e fazer um curso de secretária. Aos 16 anos trabalha já como secretária numa grande companhia alemã de Oslo, onde trabalha mais de dez anos..
E dez anos de trabalho num escritório são um tormento para Sigrid que começa a escrever sempre que tem um momento livre para isso: de noite, até tarde, nos fins de semana e nas férias rouba todos os minutos disponíveis do seu repouso para escrever. Tinha pouco mais de 16 anos quando faz a sua primeira tentativa de entrar numa novela baseada na nórdica Idade Média. Durante anos anda atrás desse assunto. Ao mesmo tempo, cultiva-se, lê, estudadndo a literatura nórdica, e a literatura estrangeira, sobretudo a inglesa.
Emociona-se com Shakespeare, que muito admira, Chaucer e os Contos de Canterbury, e lê, também, a literatura escandinava (Ibsen e August Stindberg).
É também fiel leitora e admiradora de escritores como as Irmãs Brontë (Brontë sisters) e Jane Austen (Jane Austen).
É também fiel leitora e admiradora de escritores como as Irmãs Brontë (Brontë sisters) e Jane Austen (Jane Austen).
Assim, por sua iniciativa, aproveitando todos os bocadinhos do tempo livre, adquire conhecimentos na arte de escrever preparando-se para aquilo que, desde miúda, pensara ser o seu destino, na vida.
O manuscrito da sua primeira novela está pronto aos 22 anos. É o resultado de muitas noites, durante muitos anos, a queimar o óleo do candeeiro e as pestanas, uma novela ambientada na Dinamarca medieval, ligado à escola literatura. O manuscrito foi devolvido pela casa editora o que foi um grande golpe para Sigrid Undset. Dois anos mais tarde, acabou outro manuscrito, desta vez menos volumoso. Pusera de parte a Idade Média e ebruçara-se sobre a descrição reaista de uma figura de mulher da pequena burguesia contemporânea: Fru Marta Oulie.
O manuscrito da sua primeira novela está pronto aos 22 anos. É o resultado de muitas noites, durante muitos anos, a queimar o óleo do candeeiro e as pestanas, uma novela ambientada na Dinamarca medieval, ligado à escola literatura. O manuscrito foi devolvido pela casa editora o que foi um grande golpe para Sigrid Undset. Dois anos mais tarde, acabou outro manuscrito, desta vez menos volumoso. Pusera de parte a Idade Média e ebruçara-se sobre a descrição reaista de uma figura de mulher da pequena burguesia contemporânea: Fru Marta Oulie.
Sigrid Tem 25 anos.
Undset é autora duma obra que reflecte experiências autobiográficas centradas na problemática feminina contemporânea. Mas é, também a escritora de romances históricos nos quais plasma, com um estilo realista, a vida medieval, fazendo ressaltar as contradições das relações humanas, a capacidade de destruição e auto-destruição, e, também, a contradição entre amor divino e amor humano.
Morre em 10 de Junho de 1949, na Noruega.
As sagas, “Kristin Lavransdatter” e “Olaf Audunsson” inserem-se na tradição medievalista norueguesa. O primeiro foi publicado, em três volumes, de 1920 a 1922, e o segundo, de 1925 a 1927.
“Cristina Lavrandsdatter” (três episódios: a Vida, A Coroa, A Cruz) vai seguir a vida de Kristin, mulher norueguesa, pura ficção, que vive no século XIV.
Recebeu o Prémio Nobel no ano de 1928.
Razões evocadas para a atribuição do prémio: “(...) principalmente pelo seu fortíssimo poder de descrição da vida na Idade Média norueguesa.”
O ciclo desse seu primeiro romance –uma trilogia modernista em que a autora experimenta modos de narrar, como o fluxo da consciência -passagens essas que, na tradução original inglesa, o tradutor, Charles Archer, acha por bem cortar.
Mais tarde, em 1997, aparece nova tradução de Tina Nunally que vai ganhar o Prémio PEN/Faulkner de Ficção na categoria “tradução”.
Figura inconformista, defensora da liberdade individual e de qualquer outra liberdade, é obrigada a fugir da Noruega quando este país é invadido e ocupado pelo regime nazi alemão, devido às posições tomadas.
Mulher corajosa, indomável, como as suas personagens, foge para os USA em 1940, e skia (já com 67 anos), debaixo de neve, pelas planícies e montanhas geladas, vai de ski, aguentando frio e fome até conseguir chegar a um país livre. Dali parte para a América, ficando até à libertação do seu país, onde regressa em 1945.
Da próxima vez, vou falar um pouco mais da saga “Cristina Lavransdatter”.
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Ilustrações:
1. retrato de Sigrid Undset, muito jovem
2. capa da edição portugues do livro "Vigdis, a indomável"
3. contra-capa do livro "Vigdis, a indomável"
4. capa da edição italiana de "La saga di Vigdis"
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