Sherlock Holmes e o Doutor John H. Watson, segundo a "história", viveram no número 221b de Baker Street, em Londres, entre 1881 e 1904. O herói criado por Sir Conan Doyle (ver Sir Arthur Conan Doyle) deveria ter habitado nessa casa... que, de facto, nunca existiu.
O actual Museu Sherlock Holmes (ver Sherlock Holmes), -que tem o (falso)número 221b- fica entre os números 237 e 239 da mesma rua e é, hoje em dia, o único prédio de estilo vitoriano que existe na rua. Foi feita uma reconstrução de como teria sido (se fosse) a sala de entrada do célebre detective e imensas recordações dos livros e dos filmes decoram as várias salas do museu.
A casa, que mantém o desenho e o aspecto dos tempos vitorianos, foi pela última vez usada como pensão de família em 1936 e o famoso estúdio do 1º andar com vista sobre Baker Street continua a fascinar quem o procura.
A casa, que mantém o desenho e o aspecto dos tempos vitorianos, foi pela última vez usada como pensão de família em 1936 e o famoso estúdio do 1º andar com vista sobre Baker Street continua a fascinar quem o procura.
Ali, quantas vezes Sherlock Holmes, com o cachimbo na mão, afastando ao de leve as cortinas, via chegar -outras vezes hesitar e outras mesmo desistir- as pessoas que lhe vinham pedir ajuda! E nós começávamos a viver, logo nesse momento, com ele, essas aventuras.
Da janela, ia explicando ao Doutor Watson o que se passava, adivinhando pela observação, pelos pormenores, pelo vestuário, quem eram, de onde vinham, porque hesitavam, porque iriam voltar. Sublinho "adivinhando", pois era, sim, o "método" de Holmes a funcionar e, não, uma qualquer adivinha.
Da janela, ia explicando ao Doutor Watson o que se passava, adivinhando pela observação, pelos pormenores, pelo vestuário, quem eram, de onde vinham, porque hesitavam, porque iriam voltar. Sublinho "adivinhando", pois era, sim, o "método" de Holmes a funcionar e, não, uma qualquer adivinha.
Vou falar-vos de "A Study in Scarlet" que é a primeira história, publicada em 1887, onde aparece esboçado o carácter de Sherlock Holmes, mais tarde um dos mais famosos detectives -e símbolo- da literatura policial que despertou, ao longo dos tempos, a mesma curiosidade e entusiasmo. Ele, o Doutor Watson e o inimigo, o pérfido Professor Moriarty.
O título do livro deriva de uma conversa de Holmes com o seu amigo Watson (Doctor Watson) sobre natureza do seu trabalho -durante a qual descreve a investigação de um assassínio como "um estudo em escarlate": "Há sempre, diz ele, o fio de linha escarlate do crime que corre debaixo do cinzento novelo [skein] da vida, e o nosso dever é descobri-lo, revelá-lo, isolá-lo, e expor todos os pedaços que o compõem"."
Sir Arthur Conan Doyle escreveu esta história com 27 anos. Exercia, nessa altura, medicina em Southsea, England, e já tinha publicado algumas short stories em revistas do seu tempo. A história intitulara-se, inicialmente, "A Tangled Skein" ("Uma meada enredada"), e acabara por ser publicada pela Ward Lock & Co, no "Beeton's Christmas Annual", de 1887, depois de várias outras recusas.
O Doutor Watson é o narrador das histórias que "teria vivido" com Holmes.
Nesse livro, A Study in Scarlet Watson descreve o seu encontro com Holmes, na pensão de 221B Baker Street, e a sua tentativa de descobrir a profissão do seu taciturno companheiro de alojamento. Faz um retrato de Holmes e de como conseguiu levá-lo a confiar nele. E Holmes revela-lhe o seu método de trabalho, em pormenor.
Qual método, afinal? O uso da observação, do raciocínio dedutivo, da inferência (a partir de determinadas premissas, chegar à conclusão e à consequência lógicas, o que não falha nunc em Sherlock Holmes
Vai contar, em seguida, os acontecimentos ligados a esse primeiro "caso", que vão resolver juntos, mas ...de um modo demasiadamente romântico e sentimental, para o gosto de Sherlock Holmes, que está sempre a insistir nisso...
A partir de aí ficam amigos inseparáveis.
De facto, o Doutor Watson é o amigo compreensivo, que nunca critica e sempre ampara nos momentos de maior depressão, melancolia, quando se ouvem as notas tristíssimas do violino, aqueles em que Sherlock Holmes recorre ao ópio para conseguir sobreviver, enquanto não "surja" um caso que o "salve".
Recordo os vários filmes que se fizeram sobre os livros de Conan Doyle (sobre o qual se fizeram mais filmes do que sobre qualquer outra personagem de livros, no mundo!) e as séries televisivas, das quais assinalo a última -pelo grande cuidado na recriação do ambientes, da época, e na direcção dos actores, actores inesquecíveis e de uma qualidade de representação fora do comum.
Recordo os vários filmes que se fizeram sobre os livros de Conan Doyle (sobre o qual se fizeram mais filmes do que sobre qualquer outra personagem de livros, no mundo!) e as séries televisivas, das quais assinalo a última -pelo grande cuidado na recriação do ambientes, da época, e na direcção dos actores, actores inesquecíveis e de uma qualidade de representação fora do comum.
Neles, Jeremy Brett assume de tal modo a figura de Sherlock que a sua vida é completamente transtornada, pela droga, alterada pela depressão.
Seu companheiro de aventuras, David Burke, actor inglês nascido em 194 em Liverpool, é o suave Doutor Watson.
The Adventures of Sherlock Holmes foi o nome dado à série -adaptações produzidas pela Companhia Granada Television entre 1984 e 1994, em que Jeremy Brett representa o famoso detective, uma representação que muitos consideram a versão definitiva da figura de Sherlock Holmes no écran.
Brett uma vez explicou que "certos actores são mutáveis ('becomers')" -pela plasticidade e desejo de se "tornarem" no outro, no carácter que vão representar. Daí, continua ele, que (...)" quando isso funciona, o actor é como uma esponja que se espreme para deitar fora a sua própria personalidade e absorver totalmente os caracteres, como um líquido".
A sua preocupação -obsessão...- era trazer mais paixão para o papel de Holmes e, de facto, acrescentou à personagem certos gestos quase excêntricos da mão, e a gargalhada brusca e agressiva: "Ha!", que o torna inegualável.
Era capaz de se deitar no chão para observar uma pègada, ou uma qualquer impressão no terreno. Era capaz de se pôr em pé num móvel, num sofá, de repente, ou saltar para o parapeito de uma ponte, mesmo que isso pudesse implicar uma queda, ou perigo de vida.
Por outro lado, a personalidade doentia, obsessiva e depressiva de Holmes asustava-o e atraía-o simultaneamente. A personalidade de ambos era semelhante em muitas coisas, desde o rebentar de uma paixão, ou de uma descoberta, que o levava a um excesso de energia e de entusiasmo para, logo, passar a longos períodos de letargia e de desinteresse total.
Passou a sonhar com Holmes, a ter pesadelos a não conseguir libertar-se "dele". Ele, Holmes, 'you know who', ou apenas "him", era como ele se referia à personagem.
E dizia:
"Watson refere-se a 'you know who' como se ele fosse um espírito, um ser sem coração, o que é muito difícil de representar. O que eu fiz, foi 'inventar-lhe' uma vida interior".
E, assim, fez... Deu-lhe isso - a tal vida interior- que podemos descobrir, se quisermos, na personagem de Conan Doyle. Isso Jeremy Brett fez-nos sentir...
Viveu tão intensamente essa 'vida interior' que adoeceu, entrou numa depressão profunda, em consequência da qual vem a morrer em 12 de Setembro de 1995, esgotado, com um ataque de coração.
Para mim, este é o "verdadeiro" Sherlock Holmes!
"Mr. Brett was regarded as the quintessential Holmes: breathtakingly analytical, given to outrageous disguises and the blackest moods and relentless in his enthusiasm for solving the most intricate crimes."
Como eu gostava de visitar!
ResponderEliminarEu também.
ResponderEliminarObrigada por partilhar connosco.
eu adoro sherlock holmes,ja peguei livros dele na blibioteca com 7 anos!
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