No post com poema de Régio, "Epitáfio para um Poeta" (dia 7 deste mês) esqueci-me de assinalar a obra de onde foi tirado.
Mas antes quero mostrar o comentário que nesse dia me deixou Tatiana (blog: Hora de Leitura, que fala mesmo de livros) prova de como a poesia é sempre poesia, sentida, quando "poeta é mesmo poeta"...
Diz ela:
"POETA É POETA MESMO NÉ....QUE POEMA PROFUNDO ...SABER USAR AS PALAVRAS DESTA MANEIRA É DIFÍCIL.!!!!"
Pois o poema que tanto impressionou a minha amiga virtual, Tatiana, fui buscá-lo aos "Epitáfios" do maravilhoso "Filho do Homem", publicado em Maio de 1961, pela Portugália Editora, (capa de Tóssan).
Pois o poema que tanto impressionou a minha amiga virtual, Tatiana, fui buscá-lo aos "Epitáfios" do maravilhoso "Filho do Homem", publicado em Maio de 1961, pela Portugália Editora, (capa de Tóssan).
Não resisto a deixar-vos mais uns poemas deste livro, tirados do "Cancioneiro de João Bensaúde".
(NOTA: José Régio agrupa os poemas de "Filho do Homem" em diversos "sub-títulos", chamemos-lhes assim.
Os Epitáfios, Cancioneiro de João Bensaúde, O Amor e a Morte, e O Pólo Sumo. )
Aqui vão, pois, dois poemas tirados do "Cancioneiro de João Bensaúde":
Canção da Primavera
Eu, dar flores já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar flor, já não dou.
Eu, cantar já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar já não canto.
Eu, invernos e outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arripio...
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.
Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem, com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.
Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar...
Mas, se eu não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
Outro poema:
Posse
Não, não quero dinheiro!
dinheiro meu, -não.
Se há fome no mundo,
Queimar-me-ia a mão.
Quero é a borboleta
Que no ar adeja.
Tem oiro nas asas,
Ninguém lho deseja.
Ter a borboleta
Foi fechar a porta:
Pegou-se-me aos dedos,
ficou ali morta...
Que belo poema esse!
ResponderEliminar"Canção da Primavera" traz o cheiro das flores e da melencolia.
Um fraterno abraço!
Olá. Bonito Blog.
ResponderEliminarEste é meu Email: bruno.gomes.honorato@hotmail.com
Me contacte que podemos tracar idéias sobre várioas assuntos.