quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poema de José Régio: Epitáfio para um Poeta






José Régio morreu há quase 40 anos (em 22 de Dezembro de 1969)



Epitáfio para um poeta


As asas não lhe cabem no caixão!

A farpela de luto não condiz

Com seu ar grave, mas, enfim, feliz;

A gravata e o calçado também não.

Ponham-no fora e dispam-lhe a farpela!

Descalcem-lhe os sapatos de verniz!

Não vêem que ele, nu, faz mais figura,

Como uma pedra, ou uma estrela?

Pois atirem-no assim à terra dura,

Ser-lhe-à conforto:

Deixem-no respirar ao menos morto!

1 comentário:

  1. POETA É POETA MESMO NÉ....QUE POEMA PROFUNDO ...SABER USAR AS PALAVRAS DESTA MANEIRA É DIFÍCIL.!!!!

    OBRIGADA POR PASSAR NO MEU BLOG...BJUSSSS

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