quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Um novo escritor policial: Hartley Howard/Harry Carmichael e etc...





































Novo escritor policial...

Novo? Há anos e anos que publica...
Falo de Hartley Howard? Ou de Harry Carmichael? Ou afinal de Ognall, verdadeiro nome do autor -que morreu em 1979- mas deixou publicadas dezenas de livros, pelas mais prestigiosas editoras (Collins, em Londres, a colecção "Gialli" (equivalente à "série noire" francesa) da Mondadori! Giallo (amarelo) era -e é ainda- a cor das capas dos policiais italianos desta casa editora.
Escreveu cerca de 50 histórias como Harry Carmichael e 45 como Hartley Howard.




Hartley Howard é o pseudónimo de Leopold Horace Ognall, que nasceu em Glasgow em 1908 e foi jornalista, antes de escrever começar a escrever romances policiais. Acaba por ir viver para os Estados Unidos, onde se torna famoso. Por curiosidade, o seu filho mais novo, Harry, é um conceituado juiz que participo nas audições no processo ao ditador chileno, Augusto Pinochet.
Mas Ognall escreveu também com o "heterónimo" Harry Carmichael.
Livros violentos mas cheios de humor, um humor britânico em terras da América.
Ognall/Hartley e Harry faces do mesmo escritor...

Há muitos anos que o leio na sempre maravilhosa “velha” amiga, a colecção Vampiro. Tenho ainda dezenas de livros dele porque os vou lendo, oferecendo, voltando a comprar: não resisto às capas dos bons velhos livros da Vampiro.

Habituei-me às suas histórias aventurosas, com o mesmo Bowman, o detective sem dinheiro mas com princípios, à maneira do Marlowe de Chandler ou do Sam Spade de Dashiell Hammett.
Ou de John Piper (inspector de seguros) mais o seu amigo Quinn, figura de marginal, anarquista e repórter, sempre ensonado e a beber taças de café para acordar, que trabalha para a Polícia do Estado, outros heróis de Howard.

De perseguição em perseguição, regularmente perseguidores e perseguidos, procurando os diamantes roubados, falsos roubos cobertos pelo seguro, correndo atrás de falsas loiras platinadas, em descapotáveis brilhantes, ou patinando entre pseudo ingénuas perversas que os querem persuadir a ajudá-las...
Lembro essas perseguições fantásticas, pelas estradas poeirentas da Califórnia, seguindo assassinos crapulosos até ao Texas e às vilas da fronteira com o México.


Sempre com a sua exigência ética e o respeito por si próprios, que lhes ditam atitudes dignas e não os deixam ficar ricos.
Todas as histórias acabam com a conta debaixo de água, à espera de novo caso para "recuperarem"...





Recapitulando... Hartley Howard (1908-1979) era um dos nomes com que escrevia Leopold Horace Ognall, escritor policial britânico. Outro dos seus pseudónimos era Harry Carmichael.
Ognall nasceu em Glasgow e trabalhou como jornalista antes de começar a sua carreira de escritor ficcionista. Escreveu mais de 90 livros antes de morrer em 1979.

Aconselho-vos que, para o próximo fim de semana de repouso (como dizia o Snoopy: "hão-de chegar melhores dias: sábados e domingos!", levem um destes livros: prometo que se esquecerão de tudo: aulas, alunos, colegas, chefes, bosses, vices etc... E até os professores!

6 comentários:

  1. Sou completamente fanática pela obra de Hartley Howard/Harry Carmichael. Li os "Vampiro" todos! Adoro o Glen Bowman - o humor cáustico e o "desembaraço" verbal do detective marginal são deliciosos - que, do meu ponto de vista, foi (de certeza) inspiração para a personagem Max Klein do policial "Squeeze Play", do agora famoso Paul Auster!:)))
    Excelente Post!
    Abraço.

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  2. Caro Falcão, que surpresa agradável encontrar ,na web, um leitor de Harry Carmichael/Hartley Howard, ou melhor, Leopold Horace Ognall. Segundo o St.James Guide of Crime & Mystery Writers (4ª edição - 1996), ele nasceu em Montreal (Canadá) mas passou a maior parte de sua vida em Glasgow, Leeds e Manchester. É muito difícil encontrar alguém que se lembre dele apesar do ótimo trabalho da incansável Col.Vampiro. Eu tenho a sorte de ter todos os livros que a Livros do Brasil publicou sobre este autor. "Sangue e Diamantes" ("Routine Investigation" - 1967) com Glenn (é isso mesmo, com 02 enes) Bowman é talvez o melhor com o pseudônimo Howard, e tem um final eletrizante e inesperado. E, como Carmichael, gosto muito de "A Minha Arma é o Ódio" ("Seeds of Hate - 1959) com a dupla John Piper e Quinn. Os críticos americanos, como Jon L. Breen, fazem o maior pouco caso de Ognall mas dão o maior cartaz para o recentemente falecido Robert B.Parker que, na minha opinião, não é melhor em nada comparado a Ognall. Parabéns pela sua iniciativa e belo ótimo artigo sobre este esquecido escritor que não é nenhum Raymond Chandler mas que tinha talento para bons "puzzles" e bom sentido de suspense e humor. Obrigado e um abraço.

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  3. Cara MJ Falcão, só mais um adendo, se você me permitir. Eu sou brasileiro e fico muito satisfeito de ver as mulheres de Portugal, no seu caso e de Austeriana, mostrarem este bom gosto literário porque, repito, não encontrei nenhum comentário tão oportuno sobre Ognall entre os homens, sejam portugueses, brasileiros, ingleses, americanos, etc. Um grande "viva" para as mulheres portuguesas!

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  4. Obrigada pela atenção que deu ao meu post!E pelo elogio às mulheres portuguesas!
    De facto, gosto imenso deste "triplo" autor. Poderíamos falar de heterónimos?
    Não devo ter os livros dele todos, mas tenho imensos (menos do Ognall que nunca encontrei) na sempre maravilhosa Vampiro! Chego a comprá-los duas vezes e consigo lê-los umas 3 ou 4 à meedida que o tempo passa. E divertem-me sempre!
    Nao o vejo editado aqui por mais nenhuma casa editora...
    Acho que tenho um outro post sobre ele...
    Um abraço

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  5. Vou já encomendar o St. James Guide!

    http://www.amazon.com/James-Guide-Mystery-Writers-Fourth/dp/1558621784endar o

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  6. Cara MJ Falcão,
    Pode ter a certeza que você, que adora escritores policiais, vai gostar do St.James Guide (pode se preparar...é um livro grande! Esta Amazon tem quase tudo!) Quanto a Ognall, mais uma vez...Ele só escreveu sob estes dois pseudônimos. Como Carmichael, ele só escrevia sobre John Piper sozinho ou junto com Quinn. Como Hartley Howard, alguns ("Madrugada Sangrenta", "Na Linha de Fogo", por ex.) eram sem um herói fixo. Mas ele também criou um tal de Philip Scott em dois livros (como Howard) mas este é mais para a linha espionagem , "Departament K" (que virou filme com Stephen Boyd, em 1968) e "The Eye of the Hurricane". Já falei demais...Um abraço MJ Falcão e parabéns de novo pela iniciativa de falar de Ognall e de comprar o St.James Guide!

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