edição portuguesa de Os Conquistadores (Livros do Brasil), reedição de 2003)
Nasce em Paris em 3 de Novembro de 1901 e morre em 23 de Novembro 1976, em Paris.
Personalidade aventureira e fascinante –e empenhada-, Malraux combate na Guerra de Espanha, ao lado das forças republicanas, nas chamadas “brigadas internacionais”.
combatentes franceses do Maquis, em 1944
Em 1922, casa com Clara Goldschmidt (que o acompanha na viagem à Indochina), de quem tem uma filha, Florence, ainda viva.
Separam-se em 1938, divorciam-se em 1940.
Durante o ano de 1944, enquanto Malraux combate na Alsácia (1), Josette morre num acidente, ao entrar para um comboio.
Em 1948, casa com a pianista, Marie-Madeleine Lioux, viúva do meio-irmão (Roland preso e executado em 1944, como resistente).
Divorciam-se em 1966.
Em 1961, os dois filhos de André Malraux morrem num desastre de automóvel.
Morre em 1976.
(1) a Brigade Indépendente Alsace-Lorraine, ( BIAL), usualmente conhecida por BAL ou ainda brigada Malraux, era uma unidade das Forças Francesas do Interior durante os anos 1944-45 da Guerra, que combateram ao lado do exército regular Francês.
Malraux foi em grande parte um autodidacta.
Conhecedor da arte oriental, atraído por essa paixão e pela aventura, segue para a Indochina, em 1920, vive e trabalha em Hanoï, escrevendo num jornal anticolonialista.
Ruínas do tempolo Banteay Srei
Viaja dali para Saigão à procura dos templos abandonados no interior da floresta do Cambodja onde espera encontrar exemplos de arte Khmer, os famosos baixos-relevos do templo Banteay Srei, em Angkor.
o Templo de Angkor
capa da edição portuguesa de "A Estrada Real"
Livro fantástico que tem um imenso sucesso. Segue-se-lhe "A Condição Humana" em 1933.
Em 1937, será a vez de "A Esperança".
Mais tarde volta à Indochina para participar no movimento revolucionário “Jeune Annam”, em ligação com o Kuomintang chinês. Deve ter feito nessa altura uma viagem à China.
Uns acusam-no de ser um mitómano (cf. a biografia de Olivier Todd, "André Malraux -Une Vie", Gallimard, Folio, 2001), dizem "que se inventou a si próprio".
Então, acho que se inventou bem! Porque fazia falta...
Que importa tudo o que ele disse de si e não era verdade? Importante é o que “escreveu” e era verdade.
Importa é que se continue, de uma forma qualquer –cada um terá a sua...- a lutar para que os direitos das pessoas serem “pessoas”, iguais em direitos, independentemente do estado a que pertencem; ou da cor; ou da religião; ou da cultura existam!
“Utopias...! Quem é que hoje acredita nisso?” dirrá algum ave agoirenta...
E eu digo: se não acreditássemos nisso, com a vida que se pretende viver hoje (ou para a qual "nos empurram"), sem esperança, sem acreditar nas ideias, nos bons sentimentos (que não é verdade que estejam só no inferno...), na solidariedade, na generosidade e apenas no "vil metal" -de que fala o nosso grande Camões! - então mais valia dar já um tiro na cabeça!
Algumas Obras:
La Condition humaine (1933) que ganha nesse ano o Prix Goncourt.
L'Espoir, (1937), donde vai ser tirado o filme Espoir, sierra de Teruel , em 1938, que sair em sala só em 1945.
Uma ajuda, em Portugal, para compra na internet, WOK:
http://www.wook.pt/ficha/os-conquistadores/a/id/86221
http://www.wook.pt/ficha/a-condicao-humana/a/id/86374/filter/
http://www.wook.pt/ficha/a-esperanca/a/id/178620/filter/
Nota: "A Condição Humana" está "esgotada" ou "não-disponível"...
E ainda:
"A Tentação doOcidente";
"Le temps du mépris"
"Les Noyers de l'Altenburg"
"Chênes qu' on abât"
"Antimémoires"
Outras obras, no campo das artes :
Les Voix du silence (1951) -história e filosofia do mundo da arte
Le Musée imaginaire (1952-54) -museu da escultura mundial
Filmes : Espoir, sierra de Teruel é um filme francês realizado por André Malraux, que sai em em Paris em 1945.
Só li de André Malraux A condição Humana, livro duríssimo, de que tenho sublinhadas frases como esta:"Que penserions-nous si l´on nous parlait d´un grand peintre qui ne fait pas de tableaux? Un homme est la somme de ses actes, de ce qu´il a fait, de ce qu´il peut faire. Rien autre."(Terceira Parte—seis horas)
ResponderEliminarComo sempre, um comentário cheio de conteúdo. A tua energia dá-me vibrações positivas, que é o que mais necessito. A tua energia e a tua bondade. Beijinhos
De facto, temos muitas coisas em comum: tb tenho a Condição Humana sublinahada e essa "un homme est la somme de ses actes, de ce qu'il a fait, de ce qu'il peut faire, rien d'autre!" é uma delas.
ResponderEliminarE é fantástico! Porque nos "responsabiliza" até ao fim dos nossos dias: ce que "nous pouvons faire"!
E aí está TUDO...
Ainda bem que te ajudo, porque também tu me dás força!!!!
Bjs
Vou continuar com mais Malraux...
Ele deslumbra-me! Vi fotografias de "la Métamorphose des Dieux" fantásticas! Vou pô-las...
Eu também só li a Condição Humana e fiquei muito curioso para saber mais de Malraux.
ResponderEliminarO que li aqui no teu blogue confirma que ele era, de facto, um homem inquieto e insatisfeito. A sua vida atribulada reflecte essa inquietude que se verifica também ao nível das ideias; de radical de esquerda a gaulista, de combatente a político e diplomata. São assim alguns homens geniais: sofrem por eles e pelos outros; muitas vezes pelos que, como nós, preferimos a tranquilidade do nosso cantinho.
às vezes diz-se que já não há homens de causas; talvez porque a maioria desses homens, como Malraux, Camus, Sartre, ou os clásssicos Tolstoi, Dostoievski, ou os grandes filósofos foram, na sua maioria, homens infelizes, eternamente à procura de uma coisa que cada vez menos nos interessa: o sentido da vida humana.
Isto dá que pensar: valerá a pena passar uma vida inquieta, em nome de causas que, no fim de contas, se revelam sempre perdidas?
A injustiça, a maldade, o ódio, terão alguma vez fim?
Poderemos nós (ou deveremos), de facto, sacrificar a vida em nome destas causas? Ou bastar-nos-à admirar e perpetuar o nome de heróis como Malraux?
Obrigada por ter lido. A vida de malraux é muito interessante. Penso que foi um dos homens mais inteligentes e sensíveis do séc. XX... Toda a parte de Estética é importante, mas os romances (tem de ler La voie Royale - sobre a morte é um choque "saudável"...; e Les Conquérants é doloroso e inesquecível) são todos bons!...
ResponderEliminarO livro de Todd é mt completo mas irritou-me às vezes.
Muito interessantes os livros de memórias da 1ª mulher dele, Clara Malraux ( Goldsmith).
Abraço