domingo, 21 de novembro de 2010

Poesias da "presença": Jazz, de Adolfo Casais Monteiro


Jazz e "presença"

Jazz

Numa cadência de enigma
Entrecortada de espasmos
Saltos berros mil ruídos
O jazz canta a saudade
Dum sonho que não se sabe.

Chora o jazz a velha perda
Dum paraízo qualquer
Deixado em longes de sombra.

E no seu ritmo diverso
Langoroso e crepitante
Martelado e insistente
Triste e cheio de alegria
Passa a sombra dolorosa
Do que há muito está perdido.

Adolfo Casais Monteiro, in “presença” nº 22
E ouçam Billi Holiday.

2 comentários:

  1. Não conhecia este poema, ou não me lembro de o ter lido.
    Gosto de Jazz e de Adolfo Casais Monteiro.
    Obrigada por esta mais-valia.

    Beijo!

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  2. Também gosto. Sabe, encontreio-o na edição "facsimilada" da revista "presença" que é uma coisa maravilhosa: tem lá a presença toda.
    Um beijo também

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