segunda-feira, 13 de junho de 2011

O ratinho assustou-se!


O ratinho apanhou um grande susto!

Nos últimos tempos tinha andado pensativo com a ideia de ir para Katmandou. Ia ao jardim cheirar as buganvílias, olhava as flores secas. Creio que pensava que lá nas neves eternas do Nepal talvez não houvesse aquelas plantas de que tanto gostava.

Mas, de repente, apanhou o tal susto de que falei! Até caiu da mesinha de cabeceira onde dorme no meu estojo dos óculos de seda amarela.

Tive que ir ajudá-lo a levantar-se...

Estava muito nervoso, tinha ouvido contar umas coisas.

- O que foi, ratinho-poeta?, perguntei-lhe.

- Tu estás bem?, perguntou-me.

- Estou bem... Tu é que caíste da gaveta.

Olhou-me, desconfiado.

Pu-lo na minha almofada e conversámos os dois. Coisas que só eu e o ratinho sabemos.

Ele ouviu, ouviu. Mas continuava nervoso. Subiu para cima da escrivaninha do meu quarto e pôs-se a mexer em tudo.

É sempre assim quando fica assustado. Agita-se muito, vai brincar com os objectos que andam, ali em cima, desarrumados...

Desta vez deitou-se na almofada vermelha, a cheirar o que lá tinha dentro...

Depois, foi ver-se ao espelho. Há uma coisa que fascina o ratinho: o espelho!

E esta manhã fui dar com ele em cima do computador, à procura na internet. Quando cheguei, mudou de sítio, e pôs-se a admirar um grande carro prateado.

Olhou para mim, comprometido, com muita ternura.

Tive de sair de tarde e, quando voltei, cansadíssima, vi a mesa posta como se fosse um dia de festa!

A mesa muito arranjada, os copos, as flores espalhadas...

E o ratinho quase dentro do prato a espreitar para uma dose de “bacalhau à Brás”.

Vi logo que tinha sido comprado no super "Girassol", o supermercado do Sr. Francisco e família, onde a comida feita é “caseira” e sabe tão bem como a nossa.

"Teria sido o ratinho?", pensei.

Mas o ratinho não sai às compras.

Não tinha apetite, mas comi para fazer a vontade ao ratinho. (Seria mesmo o ratinho?)

Ele continuou a olhar para mim, ao lado do prato, a ver se eu comia.

Então, quando acabei de comer, o ratinho disse-me que já não queria ir para Katmandou! Até tinha ido arrumar o cachecol cor de rosa, na gaveta.

Prefere ficar ao pé de mim.

E o que é engraçado é que muitos amigos do blog do falcão pensaram o mesmo.

Que pena o ratinho ir para Katmandou!“

Já gostavam dele...

Houve até quem pensasse ir com ele, mas isso era uma grande aventura!

A verdade é que fiquei muito contente com a decisão dele.

Ele veio trazer-me umas prendas, ofereceu-me mesmo um marcador para os livros e combinámos continuar a ter as nossas conversas, a ler os dois e a vir até aqui ao blog falar com os amigos...Houve até quem pensasse ir com ele, mas isso era uma grande aventura!

Não sabia mesmo como ia passar a viver sem o ratinho!

(Bem, ainda não sei quem é que pôs a mesa e comprou o bacalhau... Se não foi o ratinho, quem terá sido?)


9 comentários:

  1. Tão pouco fomos nós, mais jantaremos juntas em breve, para comemorar as vitórias da vida, que hão de ser muitas. Pode ter sido um certo senhor, que sem dotes para as panelas e muitos dotes para a escrita, combinou com o sr rato (precisa de um nome - urgente)e o sr da Mercearia o tal bacalhau...
    que bom que aceitou a surpresa, você merece.

    bjs - 5

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  2. É um mimo este ratinho!

    Um beijinho
    Isabel

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  3. Tenerissimo questo tuo post, gosto do ratinho e gosto msm do marcador de livros e da 1a foto no post com os flores. Ciao cara e bye&besos

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  4. MJ Falcao,
    Ainda bem que o ratinho nao vai para Katmandu e resolveu ficar.
    Tera sido um mago que lhe trouxe o jantar?
    Foi um Mago com letra grande.:)

    Como dizem as amigas cozinheiras comemoremos as vitorias da vida!:)))
    Beijinho e um abraço ao Mago. :)
    ana (In)Cultura.

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  5. :) que bom que o ratinho resolveu ficar ;) iríamos,certamente sentir a falta dele... :) são deliciosas as tuas histórias e a forma como mas contas...beijinho...para ti,para o ratinho...e para a pessoa misteriosa que escolheu tão delicioso manjar ;)

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  6. Adorei o mago ...

    bjs - meu

    Elisa

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  7. Eu poria um nome a esse ratinho tâo humano que se assusta e se comove: "Joâozinha"...
    Beijinhos, Maria

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  8. Boa noite! O ratinho agradece tantas manifestações de "amizade"!
    O ratinho chama-se "só" Poeta...
    Beijos do falcão

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  9. Gosto muito deste ratinho :)
    um beijinho grande
    Gábi

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