Venho contar-vos a continuação de uma história...
Em resposta ao meu post sobre a história e a cultura do povo Rhom, fui homenageada ontem com uma receita, no blog "cozinha dos vurdóns", que tem o meu nome!
Fiquei feliz, como podem imaginar. Resta-me agradecer a generosidade!
"Nais tuke!"
Não resisto a deixar aqui o "link", claro. E aconselho todos a tentarem fazer a receita - que me parece suculenta e saborosa.
Continuando a história...
Recebi hoje um comentário das criadoras do mesmo blog - que deixo aqui com enorme prazer.
Para mim, tudo o que for propor o conhecimento e, desse modo, a união das culturas, é fundamental!
Penso que só assim conseguiremos vencer os espíritos dominados pela ignorância, má-fé, medo da alteridade...
Toda a xenofobia que vai pelo mundo e é a intolerância, portadora de muitos males.
Basta ver o que se passou recentemente em Bagdad e, há dias, em Alexandria em que a fobia religiosa de uns destrói a liberdade dos outros...
Dizem as minhas novas amigas:
"Um pequeno comentário sobre o filme Latcho Drom - basta ver e ouvir e por vezes fechar os olhos nas músicas de lamento, é história contada sobre palmas e pés, da diversidade de um povo.
Pena que poucos o tenham visto. Julgar, condenar ou mesmo criticar outros povos, faz parte da nossa cultura de poltronas e almofadas.
Por vezes nos apoderamos do que belo que há em outra cultura e nos afastamos do todo. Afirmamos isso porque somos descendentes, não nascemos nos Vurdóns, mas sabemos os palmeados, nao sofremos perseguições, mais ainda ouvimos : " ciganos comem criancinhas?"
Não participamos do Porrajimos (*), mas choramos quando vemos a foto.
O filme é um pouco isso, não precisa entender a língua, basta ser humano e compreender que a forma mais certa de matar um povo é matar sua cultura, não aceitar sua evolução e não respeitar sua descendência.
Por isso agradecemos, sempre.
Porque agradecer faz bem a alma.
Hoje somos Arquitetas, Economistas, Terapeutas, Médicas, Sociólogas,lutaram por nós, lutamos por eles.
Não se trata de mostrar uma verdade apenas, mais as várias cores com que Deus pintou o mundo.
Um beijo e mais uma vez...Nais tuke!"
(Cozinha dos Vurdóns/Homeopatas dos Pés Descalços)
(*) Nota M.J.F: Porrajmos é a palavra cigana para significar "holocausto"
Bem. Agradeço do coração!
E aproveito para falar um pouco mais de Tony Gatlif e do filme Latcho Drom (que venceu em Cannes o título de "melhor documentário", em 1994).
E também dos outros filmes dele: de Mundo e Gadjo Dilo (que terminam a trilogia, iniciada com Latcho Drom), de TranSylvânia e Exílios (com o qual ganhou em 2004, em Cannes, a Palma de Ouro).
Michel Dahmani (Argel em 10 de Setembro de 1948 ), mais conhecido como Tony Gatlif, é um director, músico, guionista, produtor e actor argelino-francês de etnia romaní.
Nasceu pois na Argélia, de mãe cigana andaluza e pai argelino. Nos seus três fimes rendeu homenagens à sua origem, ao seu povo e à música flamenca.Vai para Paris, onde vagabundeia, fazendo a sua cultura nas cinematecas.
A sua sorte chegou em 1966, quando, após a apresentação da obra de teatro Du Vent Dans Les Branches de Sassafras, decidiu entrar no camarim do grande actor Michel Simon, o qual instantaneamente reconheceu seu talento e redigiu uma carta dirigida para seu agente para que lhe desse uma oportunidade.
A partir deste momento, Gatlif inicia a sua formação profissional, começando a frequentar aulas de representação.
O seu último filme, Vengo, foi apresentado na Bélgica, em 2000.
Em 2004, com "Exílios", ganhou a Palma de Ouro, do Festival de Cannes, para o melhor realizador.
Parabéns por essa simpática homenagem que bem mereces.
ResponderEliminarNa España a arte cigana escreve-se com maiúsculas. Deixo só uma resenha a modo de homenagem também:
- "Los Tarantos", con a incrível Carmen Amaya e um jovem António Gades, filme inspirado nas Bodas de Sangue de Lorca, candidato aos Oscar em 1963
-Carmen del escritor Mérimée,luego del compositor Bizet, del cineasta António Gades y de Vicente Aranda em 2003
-El Amor Brujo de Falla, luego filme de Carlos Saura
-Gitano,de Manuel Palacios, con Joaquín Cortes
- Carmen de vicente Aranda, con Paz Vega
- Camarón de la Isla, cantaor universal do Flamenco,etc!
Beijinhos
Adorei o post!
ResponderEliminarE tenho a dizer que a raça cigana está diferente, muito diferente de há uns anos atrás. A nossa mentalidade foi mudando, mas a deles também.
Beijo do Alentejo!
Obrigada. Maria, pelo contributo que trazes e que eu conhecia só por "ouvir dizer".
ResponderEliminarHá tempos vinha uma notícia sobre Camarón de la isla (talvez no El país) e fiquei entusiasmada!
Penso, Carlota, que algumas mudanças houve na humanidade a que todos pertencemos e algumas foram boas!
Nós somos as duas optimistas, eu sei.
Outras...são para fugir, não é?
Beijinhos
Thank you for your comments.
ResponderEliminarMerci,
xx