Convidados por amigos, Natália e Romeu, fomos de passeio até ao Sabugal. Dias frios esses, mas essa manhã foi excepcionalmente bela.
Muitos anos antes estivera por ali e lembrava-me de um restaurante que nos servira tanta comida que -vinda de Itália, onde se come bem e muito- fiquei de olhos em bico.
O Sabugal, a região em volta, é uma zona de cristãos novos e de "marranos" (os cristãos
No terreiro havia feira e alguns feirantes mostravam o seu artesanato, bric à brac, ou peças antigas.
o tachinho de barro, já na minha cozinha, ao pé de um tabuleiro com embutidos de "amoreira" feito pelo Sr. Fonseca, em S. Tomé.
Acho que o que mais gosto de cozinhar é o arroz! (E, já agora, as massas italianas “vício” de 15 anos em Roma...)
Continuando... Foi o Sr. João, um senhor de olhar azul de grande nobreza, que me vendeu o tacho, mais uns pratinhos de Sacavém de florinhas azuis.
As casas de pedra, feitas de granito cortado em cubos, com o fumo das chaminés saindo perto das telhas.
As ruelas empedradas de casas pintadas de branco ou de pedra solta, algumas varandas ao cimo da escadaria sem protecção, tudo parece acabado de talhar na montanha.O castelo via-se imponente, ali ao lado. Entrei também. As escadarias de pedra, sem apoio, vendo na vertical lá em baixo, girar, vertiginosamente, o terreiro.
Mais escadas, agora de madeira, que vão subindo e girando, quase em caracol, agora com um corrimão onde me agarro com força.
Mais um lance de escadas. Quantos foram?
De repente, para sair para o exterior, tive de baixar a cabeça para não bater na pequena porta que abre na muralha.
Sei que depois grande parte das escadas desci-as mais ou menos sentada, do que em pé, com medo das vertigens.
Regressámos à Guarda, noite entrada, acompanhados pelos amigos. O jantar fora também óptimo, para não falar da companhia.
O condutor, o amigo Romeu, guiava com cuidado nas estradas estreitas e com curvas, onde a geada da noite começava a prender.
A Praça Velha esperava-nos gelada, deserta, belíssima. Respirar aquele ar frio fazia doer o peito.
Na manhã seguinte, a neve começou a cair e foi um nevão fantástico! Em poucas horas a neve cobria a cidade com mais de dez centímetros.
Milagre que outra amiga conseguiu...
Que passeio tão bonito!
ResponderEliminarAs fotografias estão belíssimas.
A história que nos conta a andar pela pedraria, ao longo do castelo: desde a castelã, a paisagem, a feira, o artesanato até ao tacho de barro em simbiose com o tabuleiro de S. Tomé, num entrelaçamento de culturas e vivências, é magnífica!
Muito obrigada.
Bjs. :)
O que dizer? Não sei MJ Falcão. Se é que se diz alguma coisa com uma vista dessas. Penso que algumas estruturas permanecem em pé desse jeito para que possamos matar a saudade de coisas que não sabemos ao certo como começam e nem se terminam.
ResponderEliminarPor ora sonhar com imagens tão reais nos basta.
cinco beijos,
AMSK/Brasil
Saudações mrs Falcão e como sempre me encanto com suas postagens fantásticas e cheia de vivacidade de mostrar o belo conjugado no verbo do que existe de tão encantador. Confesso que estou fascinado com essa viajem e sua histórica geografia secular aos olhos desse mortal além oceanos de milhas. Fica na paz e um grande abraço - Namaste.
ResponderEliminarMr. Butterfly
Minha cara amiga:
ResponderEliminarÉ mesmo isso,a tentar empurrar o mundo.Não é o que fazemos com gosto e determinação?
É a beleza destas terras,mas sobretudo de pessoas como Natália Bispo,que por aqui nos prendem.
Cordial abraço,
mário
Sempre gostamos muito dos teus passeios, a ver quando te animas a sair numa foto, como a tua amiga!
ResponderEliminarAs pedras antigas é como se falasem do passado, sempre provocam emoções.
Tens que me dizer como fazes o teu arroz no forno, eu também tenho uma receita boa, com grão e bacalhao. Beijinhos
Gostei muito das fotografias e do passeio :)
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
O Sabugal (Portugal) é lindo e há tanto para ver!
ResponderEliminarComo não gosto muito de sair de casa, viajar faz-me dores nas costas, etc, as fotografias são o pretexto para me "animar" e, claro, o resultado de ir sempre a olhar...mania que tenho desde pequenina..
Maria, eu digo-te a minha receita deste arroz: muita cebola no refogado, muito tomate, orégãos, arroz basmati (claro...), um pouco de knorr (facilita). Mais ou menos a água é "a olho", como sempre faço tudo, mas deveria ser de 1 caneca de arroz para 2,5 de água. Quando o arroz está meio cozido, mudo-o para o tacho de barro e ponho no forno -já bem quente- até estar "comestível"
Esta é a base, mas faço arroz com todos os legumes possíveis!
Beijinhos
(agora o grão com bacalhau...)
Aí vai (é muito simples, vais gostar): Num recipiente de barro deitas um pouquito de azeite e muitos dentes de alho (ao gôsto) picado. Quando começa a dourar, deitas o bacalhau aos bocadinhos e bastante salsa picada; remexes e deitas o arroz,voltas a remexer, para que se empape e,como sempre,sumo de limão para que o arroz fique solto. A continuação deitas a água(duas chávenas para uma de arroz)e um bom punhado de grão cozido, eu deito também azafrão porque em Espanha o arroz tem que estar amarelo...
ResponderEliminarEstá 5 minutos ao fogo e 15 no forno.
Se não tens um tacho de barro que aguente em cima, podes fazê-lo num de metal que possa ir ao forno.Também podes pôr por cima uma batata nova às rodelas muito finas e pimentão doce, e acender o grill nos últimos 5 minutos para ficar tostadito.
Voilà!
Se gostas de arroz, em Espanha há maravilhas. Algum dia trataremos o assunto mais a fundo. Beijinhos
O teu arroz fantástico até deixou envergonhado o meu...
ResponderEliminarMas sei quanto vale uma "paella"! Até fiquei com fome: eu ADORO ARROZ!
Obrigada. Espero que mais alguém aproveite da tua receita!
Talvez a ponha mesmo no blog. Cultura é Cultura!
beijos
Sinto dizer-te que este arroz, muito fácil de fazer por certo, é uma receita da minha sogra e não tem nada a ver com a "paella".A paella leva verduras variadas, e pode ser de coelho e frango, de peixe e marisco, ou mixta. Dá bastante mais trabalho, podes ter a certeza.Algum dia te contarei...
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