domingo, 23 de janeiro de 2011

Falemos de coisas importantes: a Exposição sobre Claude Monet, aberta 84 horas seguidas

Li ontem no jornal Le Monde esta notícia. Falava da Exposição dedicada a Claude Monet:

Dois anos depois da experiência tentada aquando da exposição "Picasso et ses maîtres", o Grand Palais abriu as portas de "Monet : 1840-1926" durante 84 horas, sem interrupção, até amanhã segunda-feira, às 21 horas.
Houve muitos internautas que, tendo participado numa das "folles nuits" Picasso ou Monet, contaram a sensação vivida nesta experiência nocturna tão especial.”

Fui ler esses testemunhos. E escolhi uma "impressão" ao acaso: falava de uma viagem imaginária e de um "sol nascente vermelho" que se erguia, no fim dela...
Aconselho-vos a virem comigo neste passeio da internauta em questão, dividindo as "impressões", acompanhados por Fabienne, que a vai imaginando para nós, à medida que avançamos no sonho...

Viagem para viver dentro dos quadros, ir com Monet até Giverny, tomando o combóio na gare Saint-Lazare, entrar no comboio azul que ele pintou!



Vamos ver os jardins das sua casa em Giverny, o lago, a ponte japonesa que tantas vezes pintou, sob luzes, climas, sóis diferentes.

fotografia a cores da ponte que existia no jardim de Monet

Contemplar de perto os nenúfares verdes, azuis, conforme...

a mesma ponte, pintada agora por Monet...

Olhar para tudo até ficarmos cansados.

Descansar.

Até ver a manhã chegar e, com ela, um maravilhoso sol vermelho!


Esta é a evocação de Fabienne...

"Impression soleil levant", por Fabienne C.

"Acordei com uma terrível cãimbra no pé. Era meia-noite. Levantei-me. Não me passava o incómodo. Deambulei pelo estúdio atravancado sem poder mexer-me.

Vesti-me e decidi sair para a rua. (...) Dou de caras com um painel luminoso, dizendo: “A exposição “Monet” esta noite tem as portas abertas”.

Cheia de frio, vou andando pelas ruas fora, e encontro, frente ao Grand Palais, um ambiente quente. As pessoas avançam tranquilamente numa fila sinuosa.

Pensei que ia ter de esperar uma hora. Uma jovem guia, oferece-me uma bebida quente e diz que talvez não seja uma, mas duas horas de espera...

À minha frente um pai de família dá uma “lição” sobre Monet ao filho adolescente, desatento, que brinca com o telemóvel.

Eu não ouço, não quero saber nada. Nesta noite, no Museu, quero estar como num sonho, avançando por impressões sucessivas.

No interior, começo a minha viagem, imediatamente.

jardins da casa de Monet, em Giverny

Dirijo-me à gare Saint-Lazare, entro no comboio que vai partir naquele instante, desço em Giverny, troco algumas impressões com um nenúfar, tenho uma vontade de espirrar incontrolável, em frente de uma meda de feno.



"nymphéas" ou nenúfares, pintados por Monet


Depois mais adiante, um banco em frente de uma ponte convida-me a sentar e repousar um pouco.

Cansada, deixo-me cair pesadamente em cima do banco.

Fecho os olhos. Uma luz vivísima penetra através das pálpebras.

Quando os abro, descubro, no canto de um quadro, um sol vermelho a nascer!"

le soleil levant de Monet

Penso que a viagem, mesmo curta e "virtual", para nós, valeu a pena...

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