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No fim e ao cabo, os gestos (pequenos ou grandes) importam! E as palavras também, à falta de poder realizar por vezes os "gestos"...
Oiçam esta história que conta o meu amigo Mr. Butterfly, no seu blog "Borboletas de Jazz" (que volto a aconselhar!):
"Em sua autobiografia, Ella Fitzgerald revelou que a amiga e fã Marilyn Monroe deu um empurrãozinho em sua carreira.
Oiçam esta história que conta o meu amigo Mr. Butterfly, no seu blog "Borboletas de Jazz" (que volto a aconselhar!):
"Em sua autobiografia, Ella Fitzgerald revelou que a amiga e fã Marilyn Monroe deu um empurrãozinho em sua carreira.
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A "pin-up" prometeu ao dono do "Mocambo Nightclub", de Los Angeles - uma importante casa de shows nos anos 50 - que, se ele contratasse a cantora para uma temporada, ela, Marilyn Monroe, iria aos shows todas as noites, atraindo atenção da imprensa para a casa.
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Acordo feito, não só o Mocambo como também Ella Fitzgerald freqüentaram por vários dias o noticiário..." , termina com um certo humor Mr. Butterfly.
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a casa de Ella, na Murdock Avenue
"Depois disso, nunca mais precisei cantar em pequenos bares", contou Ella.
O que para uma cantora de jazz naqueles tempos era a única possibilidade de "sobreviver"...
Marilyn não "precisava" ter feito isto. Era suficientemente famosa e desejada a sua presença em toda a parte para não ter necessidade de "ajudar" fosse quem fosse.
No entanto -e isto abona desde já muito em seu favor, mesmo sem ler os seus textos da Autobiografia- ela quis que Ella Fitzgerald, que considerava uma grande cantora e uma personalidade notável, tivesse o seu quinhão de sorte: pudesse ser ouvida e apreciada, sem ter de andar a cantar de bar em bar.
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Parece que Marilyn se caracterizava pela generosidade inconsciente, para além do que era aconselhável. Mas há limites para a generosidade?
A amizade que as duas conservaram ao longos dos anos prova que os gestos "valem a pena"!
"Encontrar um amigo é encontrar um tesouro", dizem. Basta lembrar Clavin & Hobbes...
Mas para encontrar um amigo tem que se ir ter com o amigo, compreendê-lo e ajudá-lo se ele precisar.
Truman Capote foi outro dos seus amigos (foto em baixo), um amigo pouco fácil segundo contam, mas que ela nunca abandonou.
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Por sua vez, Paula Strasberg, mulher de Lee Strasberg, foi com o marido uma das melhores amigas dela, que a protegeu, aconselhou.
Ajudar quem precisar, sem pensar em nós próprios, na nossa comodidade, no nosso sossego e egoísmo nem sempre é fácil... mas não é impossível!
Um "hurra!" por Marilyn!
Depois disto, pensei que as coisas que se dizem também contam muito...
Dizia o escritor André Gide que nenhuma palavra é dita em vão.
Assim, escolhi algumas frases de que gostei.
***
Manuel Vicent, no "El país", onde é jornalista há muitos anos:
Ao falar do ano que passou refere "a lei e a crueldade da selva e a selva humana."
No entanto, continua ele: "no meio deste absurdo cósmico, há também espaço para ouvir uma sonata de Bach, existe ainda a glória das flores sobre o esplendor da relva (...).
Se o mundo está tão mal feito, resta no entanto ao alcance de quaqleur de nós a possibilidade de o reinventar. Basta criar frente à morte (e à indiferença, acrescento eu) um instante de beleza, a compaixão em troca de nada..."
***
Outras frases que me animaram:
*
"Pobreza é ficar indiferente..." no interessante blog "Homeopatas dos Pés Descalços" *
"O Ano Novo vai ser o que nós quisermos! ", in blog "Orquídea" (Carlota Pires da Costa)
***
Haveria muitas mais palavras a citar, porque as pessoas são muito melhores do que certa "selva" que por aí se encontra quer fazer acreditar que são e a generosidade existe!
Vamos continuando a falar... Combinado?
Têm razão os que dizem que encontrar um amigo é encontrar um tesouro. Eu que vou a caminho dos setenta,também já sei que os tesouros não se encontram todos os dias (ou não seriam tão tesouros...).
ResponderEliminarA Carlota diz que o Ano Novo vai ser o que nós quisermos, João Paulo II disse que"estamos aqui para o que Deus quiser", pessoalmente só espero poder fazer com a minha vida um ano mais, aquilo que quiser eu. Já não me sinto capacitada para intervir na vida dos outros.
Acho que pobreza é não ter nada,e o facto de não ficarmos indiferentes é o menos que podemos fazer, mas não dá de comer a ninguém.Beijinhos.
Maria! Nada de pessimismos... Podemos fazer um bocadinho pelos outros, tão pequenino às vezes que nem damos por isso.
ResponderEliminarPode ser o que tu sabes que pode ser, não te posso ensinar nada.
Pobreza é muita coisa claro, até posso pensar que tenho a sorte de não a conhecer...mas se a ignorar, pela indiferença, passa a ser um problema meu. Acho.
Acredito no OPTIMISMO! Que "ajuda" um pouco em tudo. E quero acreditar no que é UTOPIA até morrer -mesmo correndo o risco de ser considerada parva...
Bom Ano e Viva a Amizade! Entre elas, a NOSSA!
Beijinhos
"A glória das flores" que nos encantam, a partilha de Monroe, um olhar quente a quem passa. Uma mão aberta mesmo vazia para dar, um livro caído do céu, tudo isto são gestos que ajudam a que a utopia não morra!
ResponderEliminarBem haja por este post!
Um beijo com Amizade.
Julgo que vai gostar da música que escolhi para amanhã 31 de 2010.
Depois de saber o que contas, a Marilyn passou a ser outra coisa para mim: emocionou-e e agarrou-me. Agora já sou muito amigo da Marilyn! Hurra pela Marilyn!!!!
ResponderEliminarE viva a Amizade! A Utopia, cara Ana, tem de ir connosco até ao fim: é acreditar que vale a pena fazer os tais gestos; acreditar que podem "aparecer" coisas novas; que o mundo vai ter que dar uma volta; qua a "humanidade" conta mais do que os $$$$...
ResponderEliminarBom Ano!
Sobre a Marilyn, caro M.P., as aparências enganam e nem sempre sabemos o que julgamos saber, no nosso convencimento natural, sobre as pessoas.
Também eu fiquei amiga da Marilyn!
Boa entrada no ano de 2011, hoje mesmo!