http://www.youtube.com/watch?v=4p_cXfdz8Hw
A ouvir aquela lenga-lenga e as imagens-vídeo que o acompanhavam, pensei que “tudo” era tudo e o contrário de tudo: era o “despejar” de um machismo larvar, ordinarice barata, agressividade banal...
Pobre “mulher-objecto”: parafraseando o grande Guerra Junqueiro, digo:
“E as miúdas, Senhor? Por que lhes dais tanta dor?/ por que padecem assim?!”
E, calculem!, veio-me à ideia o Chico Fininho!
“Uuuuuuuh, Chico Fininho!”
Alguém se lembra ainda do “Chico Fininho”? O célebre “freak da Cantareira”, aos SSSS pela rua abaixo, aflito com os joanetes?
Há tantos anos que não me lembrava dele...
Pensei: ao pé deste chorrilho de imbecilidades (as de hoje, como as de ontem...), ele era o “James Bond” do quartier, do Bairro Alto, ou lá do que fosse!
Foi uma pedrada no charco daqueles tempos de fados e remelgadas várias, letras de choradinho ligeiro, a cançoneta melada em que as letras eram a maior das banalidades desta vida...
E também a maior aldrabice:
“Numa casa portuguesa fica bem/pão e vinho sobre a mesa/ e se à porta humildemente bate alguém/senta-se à mesa co’a gente”...
Vinho ... deviam ser os 5 litros a que tinha direito um trabalhador, por dia, para ele e para a família: as “sopas de cavalo cansado” que dava aos filhos, mais à mulher, com uma sardinhita assada...
E falavam ainda dum “caldo verde, verdinho/ a fumegar na panela...”
Xaropada hipócrita...
E, de repente, chega o Chico Fininho do Rui Veloso!
Como o “Zorro” da canção...
Chegava o “rufia” Chico Fininho e fazia desabar o tecto da casinha portuguesa, entornava a malga de “caldo verde” mais a broa...
Eram os tempos do Lou Reed -o grande Lewis Allen Rabinowitz!-, dos The Velvet Underground, do speed, da flipagem, das "trips", das fugas à "judite" & etc...
Tudo era melhor do que a pasmaceira daquelas canções!
Assustava os que “humildemente” (meu Deus, porquê "humildemente"?!) batiam à porta e não deixava entrar ninguém!
Toda essa falsidade morna ia por água abaixo...
O Chico Fininho não enganava ninguém!
“Da Cantareira à Baixa/ da Baixa à Cantareira/ Chico Fininho é o ás...”
Já não me recordo da letra, mas era um herói!
Agora, rio-me às gargalhadas!
Imagino o Chico Fininho.
Por onde andas, ó Chico Fininho?
Vem animar esta gente!
Bem precisam...
P.S.
Consegui descobrir a “letra”!
Chico Fininho
(música de Rui Veloso/letra de Carlos Tê)
http://www.youtube.com/watch?v=wxwhHiDmXao&tracker=False
http://www.youtube.com/watch?v=EnX_zNkB7R8&tracker=False
Gosto muito do Lou Reed, muito mesmo!
ResponderEliminarO Rui Veloso já teve melhores tempos como esse do "Chico Fininho"!
Tudo o resto que foca com graça passa rápido e não fica!
Beijinho. :)
Gosto muito de Rui Veloso...
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