Gaivota
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
morreria no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração."
(poema de Alexandre O'Neill)
Gaivota, canta Amália Rodrigues
Uma voz maravilhosa, um poeta admirável!
ResponderEliminarEsta música/canção tem um particular encanto para mim. O poema é lindo!
ResponderEliminarÉ uma vergonha! Sem mais palavras.
Beijinho!
Bom dia, cheguei ao seu blogue por uma pesquisa no Google - Pintores portalegrenses. Gostei do que li e ouvi e atrevo-me a comentar este post. Sabe que até é um alívio que não haja cerimónia? Causa-me sempre uma certa amargura ver algumas pessoas de cravo ao peito. E outras sem cravo. Enfim... foi um desabafo.
ResponderEliminarGosto muito da Amália.
ResponderEliminarGosto de fado.Gosto de ouvir e cantar.
SEmpre gostei desde que me conheço.
Esta é uma das muitas que sempre sabe bem ouvir.
Um beijinho
Isabel
Palavras cada vez mais actuais, perante esta palhaçada de políticos que sustentamos...
ResponderEliminarAbraço.
Quando foi a Revolução dos Cravos eu tinha trinta anos e já vivia em Espanha, passei as horas "abraçada" à radio, a rir e a chorar.
ResponderEliminarPoderei esquecer muitas coisas, mas será difícil que esqueça esse dia. Beijinhos
E assim vai Portugal, a sua cultura e o respeito pela sua História.
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