sexta-feira, 15 de abril de 2011

Georges Moustaki, o estrangeiro mais francês de Paris! - Le Meteque



Nasceu em Alexandria (Egipto) em 3 de Maio de 1934, o seu nome verdadeiro era Giuseppe Mustacchi.


A família vinha de Corfu, e eram judeus gregos. Falavam uma língua misto de hebraico e italiano (os italkim, "italianos", ou Bené Roma, “filhos de Roma” existem desde há 2000 anos naquela cidade.


Daí que a sua vida decorra num ambiente especial, de várias culturas: um meio judaico, grego, italiano, árabe e francês!


Interessa-se pela literatura muito cedo e pela canção francesa. Admira Edith Piaf acima de todos os outros!


Vai para Paris, em 1951, e tem de fazer os mais diversos trabalhos, de jornalista a criado de piano-bar e aí começa a encontrar personalidades ligadas à música.



Ouve cantar o grande e inimitável Georges Brassens, verdadeira descoberta para ele.


Vai escolhê-lo como seu mestre: até usa o nome de Georges como pseudónimo artístico, por causa de Brassens, ele que se chamava Giuseppe.


Encontra Piaf que o apoia e com quem vive uns anos. Para ela, escreve muitas canções, como Milord, por exemplo.


Nos anos 60, aliás, vai escrever canções para todos os grandes cantores franceses do momento, desde Henri Salvador, a Yves Montand,passando por Juliette Gréco.


E, em especial, para Serge Reggiani: as canções “Sarah”, "Ma solitude”, Ma Liberté - que Reggiani canta tão bem- foi ele quem as escreveu.


Também, para Barbara, La dame Brune.


Em 1968, compõe a canção que o vai tornar famoso: “Le Méthèque” (o estrangeiro). Era uma balada romântica sobre um estrangeiro sonhador, vagabundo, um pouco etéreo e desprendido...


Depois, começa o sucesso, os concertos no Bobino e a sua carreira arranca.


Descobri que a sua divisa era: “o homem descende do sonho” (« l'homme descend du songe”) e gostei...


Le Métèque


Avec ma gueule de métèque


De juif errant, de pâtre grec


Et mes cheveux aux quatre vents


Avec mes yeux tout délavés


Qui me donnent un air de rêver


Moi qui ne rêve plus souvent




Avec mes mains de maraudeur


De musicien et de rôdeur


Qui ont pillé tant de jardins


Avec ma bouche qui a bu


Qui a embrassé et mordu


Sans jamais assouvir sa faim


Avec ma gueule de métèque


De juif errant, de pâtre grec


De voleur et de vagabond


Avec ma peau qui s'est frottée


Au soleil de tous les étés


Et tout ce qui portait jupon




Avec mon cœur qui a su faire


Souffrir autant qu'il a souffert


Sans pour cela faire d'histoires


Avec mon âme qui n'a plus


La moindre chance de salut


Pour éviter le purgatoire


Avec ma gueule de métèque


De juif errant, de pâtre grec


Et mes cheveux aux quatre vents


Je viendrai ma douce captive


Mon âme sœur, ma source vive


Je viendrai boire tes vingt ans


Et je serai prince de sang


Rêveur ou bien adolescent




Comme il te plaira de choisir


Et nous ferons de chaque jour


Toute une éternité d'amour


Que nous vivrons à en mourir


Et nous ferons de chaque jour


Toute une éternité d'amour


Que nous vivrons à en mourir.



Serger Reggiani


Moustaqui


Edith Piaf


Sarah

2 comentários:

  1. Gosto da música desta época.
    Adoro a inigualável Edith Piaf e esta canção do Georges Moustaki... faz bater mais forte o coração.
    Foi bom ouvir.

    Um beijinho
    Isabel

    ResponderEliminar
  2. Gosto muito desta música. Já não a ouvia há uns tempos. Foi bom reviver!
    Gostei de ler este post.
    Muito obrigada!
    Beijinhos!:)

    ResponderEliminar