Um foi pintor e teve fama, o outro foi fotógrafo e é quase desconhecido.
Caillebotte, auto-retrato com paleta
Verdadeiro encontro entre Impressionismo e fotografia, esta exposição pretende evocar o mundo dos dois artistas, saídos de uma família parisiense da alta burguesia, culta e aberta ao mundo moderno.
Duas figuras emblemáticas do seu tempo -que se revelam testemunhas de um mundo cuja alba se inicia nos princípios do século XX.
Perído de grandes transformações tecnológicas e de um estilo de vida diverso, muitas vezes ilustrado pelos pintores impressionistas. Cenas da vida de Paris, os grandes boulevards, o movimento...
Claude Monet, Boulevard des Capucines
Camille Pissarro, Boulevard Saint-Honoré
Caillebotte, Rue Halevi, em Paris
Camille Pissarro, Boulevard Montmartre
Gustave Caillebotte nasce em 19 Agosto de 1848 e morre em 21 Fevereiro de 1894
Pertenceu ao grupo dos pintores impressionistas, se bem que a sua pintura se caracterizasse por um maior realismo do que normalmente se encontra em muitos dos pintores impressionistas.
Interessou-se pela fotografia como forma de arte. Como o seu irmão.
Por sua vez, Martial Caillebotte (1853-1910), o irmão mais novo, foi compositor, pianista e fotógrafo e é a figura que se vai descobrir nesta exposição.
Difícil -se não missão impossível- encontrar na internet algum trabalho seu: apenas as imagens que aparecem bo site do Museu.
Muito próximos os dois irmãos, sobretudo depois da morte de um outro irmão, em 1876, e a da mãe, em 1878, vivem em Paris longas temporadas. Martial casa, mas Gustave fica solteiro toda a vida.
Quer se trate de instantâneos de Paris, quer de paisagens do campo, em Yerres, onde a família tinha uma propriedade, perto do rio com o mesmo nome, a afinidade de olhar entre os dois é visível.
Ambos revelam- retratam- um Paris em transição. Instantâneos de um mundo que muda, cheios de pormenores, nuances, reflexos, gente que se agita, chuva, neve...
Os telhados, as vistas das varandas ou balcões, com as árvores em baixo, as praças, e os boulevards, as pontes modernas que Gustave mostra.
Caillebotte era de formação profissional engenheiro naval, conhecia os pesos, as perspectivas, os materiais.
Le Pont de l'Europe
Martial Caillebotte fotografava o movimento, o bulício: os cavalos, os trawleys, os omnibus, e também os primeiros acidentes com os novos meios de transporte.
Ambos falam de uma metrópole num momento de transição: a desenvolver-se, em construção, a caminho da modernidade e da renovação. Os passeios, as ruas cheias de gente apressada, o movimento dos novos transportes.
Caillebotte, balcão
Os trabalhos nas ruas, ou dentro das casas em renovação, os operários dos diversos ramos, são "retratados" pelo pintor, em pleno trabalho.
O pintor é conhecido pela sua pintura “urbana”: imagens Paris e das suas ruas, das suas vistas, personagens debaixo de chuva ou de sol, os boulevards, as pontes de traçado moderno
Assim, por exemplo, o quadro famoso "Rue de Paris (ou Place de l'Europe - como também é chamado) par temps de pluie" (1877).
ou "Le Ponte de l' Europe" (1876)
Le Pont de l'Europe (pormenor)
Com um cão que me lembra o meu cão Zac!
Esta última fase é quase única entre os seus trabalhos pela particularidade das cores e dos efeitos foto-realísticos - que lembram, segundo alguns, os Realistas Americanos, como Edward Hopper.
Jovem à janela
Muitos destes quadros eram controversos pela sua exagerada perspectiva em plongée.
No quadro "Homem à varanda, no Boulevard Haussmann" (1880), parece convidar o visitante a dividir a varanda com o protagonista e ficar a olhar também, lá de cima, o movimento da cidade na distância.
Tudo sempre devido ao uso da perspectiva e da observação em "plongée".
Não se preocupando muito com estilos, vemos que outras das suas pinturas, contemporâneas destas, são consideradas mais “impressionistas”, como por exemplo, "Place Saint-Augustin" (1877).
Pintor, coleccionador e mecenas, assim se pode falar de Caillebotte.
Vivia bem, com o dinheiro que herdara dos pais, o que lhe permitia pintar sem ter a pressão de ganhar dinheiro para viver, como acontecia a outros pintores seus contemporâneos e amigos.
Caillebotte, auto-retrato
Teve a grandeza e a generosidade de os ajudar, com dinheiro para organizarem exposições, ou mesmo, comprando as suas obras: como Claude Monet, Auguste Renoir, e Camille Pissarro entre outros.
Ou ainda, no caso de Monet- pagando-lhe a renda dos estúdio onde trabalhava e dando-lhe uma ajuda para viver e prossseguir a sua carreira.
Caillebotte comprou o seu primeiro Monet em 1876 e ajudou imenso a carreira desse artista, assim como lhe deu ajuda financeira para sobreviver.
Foi ele também quem teve um papel muito importante para influenciar o Louvre a comprar o quadro de Manet, Olympia.
No Musée d'Orsay existem 40 obras de Gustave Caillebotte. Proust era um grande admirador deste pintorr.
Nesta exposição estão patentes 50 quadros de Gustave e cerca de 130 fotografias de Martial.
(O seu quadro “Homem à varanda, no Boulevard Hausmann” (1880) foi vendido, em 2000, por mais de 14.3 milhões de $...)
http://www.musee-jacquemart-andre.com/en/jacquemart/177-events/?displayType=DetailALaUne&eventId=606 http://www.impressionniste.net/caillebotte_gustave.htm
Muito bonitos os quadros deste pintor.
ResponderEliminarCaillebotte,um nome para fixar.(o quadro do Zac, vamos passar a reconhecê-lo de certeza)
Um beijinho
Isabel
Gostei muito deste post. Conhecia o irmão pintor e alguns dos quadros que aqui aparecem (houve uma altura em que coleccionava postais com reproduções de pinturas e arranjei alguns dele) mas não sabia do irmão fotógrafo.
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
Que lindo foi ver este post. Desconhecia o fotógrafo, mais já havia visto alguns quadros. São belos.
ResponderEliminarbjs - 5
Mais uma excelente exposição para quem estiver ou puder ir a Paris. O pintor conheço bem e adoraria ver "ao vivo" as suas obras. O fotógrafo não conheço mas gostava de conhecer.
ResponderEliminarUm post magnífico com quadros lindos e uma mostra muito bem conseguida do pintor que já conhecia. Outra exposição que gostava de visitar...
ResponderEliminarNão conheço o fotógrafo e também não sabia que estava ligado a uma família de artistas.
Muito obrigada!
Beijinho.