foto tirada em 2002, na Praça Djemma el Fna (MJF)
Fiquei siderada, esta manhã, com a notícia: a bela Marraquexe, a cidade Vermelha de Marrocos, ensanguentada por um atentado.
No Café Argana de que bem me lembro, porque costumava sentar-me num outro do lado contrário, o Café de France, onde ao fim dos dias de Outono, ou mesmo no inverno, íamos comer uma tigela de harira escaldante...
A olhar o formigueiro em baixo, a ouvir as vozes, os risos, as pessoas a chamarem-se, vivas, alegres. Porque Marrquexe era uma cidade alegre.
A fantástica - de fantasia autêntica, cor, brilho, prestidigitadores- Djemma El Fna teatro de morte. poções mágicas, na Praça Djemma El Fna (MJF)
Marrocos apunhalado no seu coração.
A violência acéfala, o extremismo de um punhado de cobardes bárbaros, sem ideologia, nem sentido.
Inocentes morreram na bela Djemma el Fna, cheia de luzes, dos seus cheiros a kebab, a merguez, e ao chá fumegante dos alambiques de cobre.
merguez, bolinhos e chás, na praça Djemma el Fna (MJF)
Do cheiro a especiarias, a perfumes, a chá de hortelã, a canela.
Do movimento de todos que ali se reúnem de dia e de noite, do espectáculo dos encantadores de serpentes e dos contadores de histórias, das montanhas de laranjas para sumo...
contador de histórias, na noite da Djamma el Fna (MJF)
Vejo, como se fosse agora, a Koutoubia, imponente, ao cair do sol, avermelhar-se com a cor do próprio sol poente, ouço as vozes que se elevam dos minaretes quando a noite desce, e o fumo que invade a praça.
A morte na "catedral vermelha" de Marraquexe...
Para quê?
Nem o nome de kamikazes merecem porque esses, os japoneses durante a guerra, ao menos "suicidavam-se" lançando os aviões sobre objectivos militares, nunca civis!
Estes são apenas cobardes assassinos vulgares...
Tenho pena do mundo.
Lamento este atentado contra o povo marroquino.
Indigno-me.
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